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II SÉRIE-A — NÚMERO 200

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vez que a maior parte das necessidades térmicas são devidas ao processo de fabrico e à produção

propriamente dita, pelo que importa considerar os padrões de consumo energético dos diversos subsetores da

indústria.

Ao contrário do setor da agricultura e pescas, na indústria o calor tem um peso maior do que o frio. Os

processos produtivos na sua maioria necessitam, ou produzem calor, pelo que existe uma grande fatia de

consumo gasto na produção desse mesmo calor que é passível de ser substituído por cogeração.

Setor dos Serviços:

O setor dos serviços é bastante heterogéneo, possuindo desde pequenas unidades de comércio até

grandes centros comerciais, grandes centros hospitalares, passando por edifícios de escritórios, escolas,

instalações desportivas, hotéis, etc. Quer em dimensão (área, número de pessoas), quer em horas de

utilização, há um largo espectro de variação que dificulta a aferição das necessidades térmicas tipo por

subsetor. O consumo para climatização também é muito influenciado pela zona climática e pela atividade a

que o edifício se destina.

O consumo energético associado a este setor é muito diversificado e normalmente associado a grandes

centros populacionais onde existe uma maior concentração de empresas e serviços. No geral, a procura

térmica para arrefecimento predomina neste setor, com necessidades de aquecimento bastante reduzidas.

Setor Residencial:

O consumo do setor residencial em Portugal apresenta valores muito baixos, quando comparado com o

consumo dos restantes países europeus, com particular relevância no que diz respeito aos consumos para

aquecimento e mesmo para arrefecimento ambiente, o que decorre da maior suavidade do clima português e

de em muitas situações não serem proporcionadas condições de conforto térmico, havendo, no entanto,

assimetrias ao longo do território nacional.

Em termos de consumo por uso final, as cozinhas contribuem com a maior parcela, com cerca de 39 % do

consumo final, seguidas do aquecimento de água, com 23 %. Contudo, no primeiro caso a eletricidade é a

fonte principal, enquanto o aquecimento de água é predominantemente feito com GPL. A parcela dedicada à

iluminação é reduzida, com apenas 4,5 % do consumo e o consumo para arrefecimento ambiente é

desprezável.

A reduzida duração e importância das estações quentes, associada a limitações financeiras, explicará

também o número reduzido de alojamentos com instalação de aquecimento central, assim como o número

significativo de alojamentos para os quais não existe registo de qualquer sistema de aquecimento, em

qualquer uma das regiões. Outra informação relevante diz respeito à fonte energética usada nos sistemas de

aquecimento existentes, sendo notória a importância dos sistemas de aquecimento elétricos, nomeadamente

na região de Lisboa. Exceto em novas urbanizações de alta densidade, ou na proximidade de edifícios de

serviços já com cogeração, o que se prevê serem casos pouco significativos, não há procura suficiente para

justificar a instalação de redes de calor e frio a nível residencial.

De salientar que a evolução dos consumos do setor residencial tem sido no sentido de uma diminuição

acentuada, a uma taxa média de -4,4 % ao ano desde 2009, está associada ao aumento de eficiência

energética resultante de múltiplas medidas implementadas e da melhoria dos equipamentos, assim como a

taxas e preços de energia mais elevados. A melhoria de eficiência é aparentemente maior no que diz respeito

ao aquecimento ambiente, com uma redução em cerca de 31,7 % de 2000 a 2013, e de cerca de 28,8 % de

redução na cozinha e águas quentes sanitárias (AQS).

Contudo, a retoma da atividade económica, o crescimento das necessidades de habitação, e o crescimento

do número de equipamentos elétricos deverão impulsionar de novo a procura de energia nos edifícios.

Potencial técnico da cogeração de elevada eficiência

As unidades de cogeração em funcionamento em 2014 totalizaram 1759 MW de potência elétrica instalada,

e 4631 MW de potência térmica, tendo produzido um total de 7484 GWh de energia elétrica e 19 249 GWh de

energia térmica, correspondendo assim a um rácio T/E de 2,57. Apresentaram ainda um rendimento global de