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14 DE MARÇO DE 2025

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▪ As soluções de ventilação sem recuperação de calor são as de menores consumos energéticos.

Note-se que o edifício de referência foi construído com base nos certificados analisados de hotéis com

construção anterior a 1990. Implicou por isso uma forma mais compacta, portanto, de menor fator de forma

(razão área/volume da envolvente). Este aspeto poderá ter influência no facto de as soluções sem isolamento

serem as de custo-ótimo.

Crê-se que o resultado de que a solução com recuperação de calor não apresenta vantagens em termos de

custo ótimo, se deve a dois fatores essenciais:

▪ Maiores necessidades de climatização para a estação de arrefecimento;

▪ Desenho em altura do edifício, que impõe maiores perdas de carga na exaustão e consequente

aumento do consumo dos ventiladores.

Com base na metodologia adotada, para cenários de custos médios da energia, taxa de desconto de 3 %,

e um ciclo de vida económico de 20 anos, determinaram-se os resultados de custo global para as variantes

selecionadas. A variante de custo-ótimo apresenta um custo financeiro global entre 388 €/m² em Faro e

425 €/m² no Porto.

Da análise comparativa entre os níveis de rentabilidade ótima e os requisitos regulamentares, concluiu-se

que a redução de consumo de energia primária da variante custo-otimizada, em relação ao edifício de

referência é de 33 % a 35 %. Tal indica que é adequada uma revisão das soluções construtivas e requisitos

mínimos para as renovações profundas de hotéis construídos antes de 1990, existindo espaço para aumentar

as exigências regulamentares do Sistema de Certificação de Edifícios (SCE) para as renovações substanciais

de edifícios hoteleiros.

A Diretiva do Desempenho Energético dos Edifícios foi revista, no âmbito do Pacote Fit-for 55, e pretende

acelerar as taxas de renovação dos edifícios, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e o consumo

de energia e promover a utilização de energias renováveis nos edifícios. O edificado contribui ativamente para

o objetivo da UE de uma redução mínima de 55 % das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) até

2030, em comparação com 1990, que visa colocar a UE na via da neutralidade climática até 2050.

4.4. Dimensão Segurança Energética

i. Cabaz energético atual, recursos energéticos domésticos, dependência da importação, incluindo

riscos relevantes

i.1. Cabaz energético atual e recursos energéticos domésticos

Portugal não explora nem produz carvão, petróleo bruto ou gás natural. Significa isto que o

aprovisionamento destas fontes energéticas para o mercado português é efetuado exclusivamente através de

importações de países terceiros.

Após um período de decréscimo contínuo entre 2017 e 2020, o saldo importador de energia em Portugal

aumentou nos anos de 2021 e 2022. Note-se, no entanto, que no período de 20 anos entre 2003 e 2022 o

saldo importador de energia no País decresceu aproximadamente 27 %. Esta redução, que tem um impacto

positivo na redução da dependência energética externa e por consequência na redução da fatura energética

de Portugal, foi motivada pelo aumento da produção doméstica de energia, em particular de fontes endógenas

renováveis, que conduziu à redução das importações de carvão (até 2021, ano de encerramento das centrais

a carvão) e gás natural para a produção de eletricidade. O aumento da capacidade de produção das refinarias

nacionais, que permitiu dar uma maior resposta ao consumo interno, contribuiu também para a redução das

importações de produtos de petróleo, e por consequência reduzir o saldo importador.

Apesar da crescente incorporação de fontes de energia renovável no sistema energético e a diminuição do

recurso a fontes não renováveis, no médio a longo prazo o petróleo bruto e os produtos de petróleo

continuarão a ser necessárias para assegurar o eficiente funcionamento da economia, em particular pelo seu

peso significativo no setor dos transportes. Neste contexto, Portugal dispõe, e mantém esforços para continuar

a dispor, de um portfólio diversificado de fornecedores e origens de petróleo bruto e produtos de petróleo,