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12 DE FEVEREIRO DE 1993

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de todos os seus meios, considerar todos os seus trabalhadores como peças importantes para o seu integral e normal funcionamento, bem como ser ajudada para sair da crise e tornar-se numa empresa conceituada que já foi.

Para a saída da crise a TORRALTA não pode ter unidades fechadas (caso do Hotel Tarik), apartamentos bloqueados sem qualquer proveito (que são dezenas no Algarve e Tróia) e unidades por acabar (caso de Tróia), estando irracionalmente inoperatívas.

Para a saída da crise a TORRALTA precisa ter bons profissionais, dar formação profissional aos seus trabalhadores, criar um departamento comercial ã altura, que não tem, melhorar a qualidade do serviço prestado, restaurar os equipamentos (alojamentos e restaurantes) que estão degradados.

Estar a partir a empresa em pequenas empresas (em Tróia já existem cinco a funcionar: A + B restaurantes — Troihotéis — Satro — Natura — Soligolf, estando previsto a criação de mais do dobro) com a transferência prepotente de centenas de trabalhadores para essas empresas praticamente sem quaisquer garantias futuras quanto aos seus direitos e interesses, prevendo-se, do mesmo modo, a transferência de património da TORRALTA para essas empresas, estando a administração à pagar os salários fora dos prazos com 10 e 20 dias de atraso, estando a administração da TORRALTA, que paradoxalmente é a mesma administração de todas as outras empresas, a pressionar insistentemente as rescisões de contratos de trabalho por mútuo acordo (nestas circunstâncias, entre o Algarve Tróia, já saíram mais de 300 trabalhadores, tendo a empresa despendido mais de 3000 mil contos). Não ajuda em nada, antes pelo contrário, verifica-se que está a prejudicar tudo e todos.

Presentemente, a administração da TORRALTA deve mais de 60 mil contos a mais de 400 trabalhadores das zonas de Tróia, Algarve e Lisboa, aos quais ainda não pagou e não dá mostras de intenções de pagar os salários de Dezembro e 13." mês de 1992 e Janeiro de 1993.

Apesar da inquietante situação da TORRALTA, os trabalhadores e seus representantes acreditam no futuro da empresa, desde que possa haver uma conjugação de esforços e vontades, sendo imprescindível que isso aconteça para o bem de todas as partes envolvidas: trabalhadores — turismo — economia nacional — instituições estatais e outras — accionistas e investidos.

Tróia, Janeiro de 1993. — Pelos ORTS.

ANEXO 2 Informação Salários em atraso na cniprrsu TORRALTA

A TORRALTA — grupo empresas, uma das maiores do País no sector turístico-hoteleiro, atravessa uma profunda crise.

A actual administração desta empresa ainda não pagou os salários de Dezembro e 13." mês de 1992 e Janeiro de 1993 a cerca de 400 trabalhadores dos seus estabelecimentos do Algarve, Tróia e Lisboa.

Assumindo o domínio da empresa no ano de 1989, passados que são quase três anos da sua gestão, a administração não resolveu nenhum dos seus problemas de fundo, podendo até afirmar-se que os agravou.

Apesar dos bombásticos projectos de viabilização propagandeados pela administração ao longo destes anos, tudo o que se pode constatar é que: o saneamento financeiro da empresa não foi feito; a viabilização é uma quimera; as dívidas avolumaram-se; os accionistas não têm o problema resolvido; a degradação dos serviços, estabelecimentos e equipamentos acentuou-se; a destruição de cerca de 500 postos de trabalho é uma triste realidade, e o património da empresa é cada vez mais reduzido.

Desde a sua entrada na empresa a administração tem mantido um permanente clima de instabilidade e insegurança no seio dos trabalhadores.

Da enigmática pseudo-reestruturação que está a ser feita na empresa, o que é visível é o espartilhar da mesma em pequenas empresas, que nascem como cogumelos (na região de Tróia já foram implantadas cinco, prevendo-se o aparecimento do dobro, com inclusão da região do Algarve), forçando-se arbitrariamente a passagem de trabalhadores para essas novas empresas sem o mínimo de garantias quanto à sua situação futura, uma vez que elas à partida estão destituídas de qualquer valor patrimonial nem esquemas de organização compatíveis.

Na empresa mãe — a TORRALTA — os trabalhadores (400) que nela ficaram têm os salários em atraso.

A administração argumenta que não paga os salários por dificuldades económicas, mas não explica as razões por que redrou à TORRALTA os departamentos que eram as fontes de receitas da mesma, dando-os à exploração das novas empresas criadas, a troco, não se sabe do quê, e, curiosa e enigmaticamente, a administração dessas empresas, que é a mesma da TORRALTA, paga os salários aos trabalhadores de algumas delas e discriminada e ilegalmente não paga os salários aos 400 trabalhadores da TORRALTA.

Tal situação só é compreensível se inserida na estratégia de destruição de novos postos de trabalho que a administração dá mostras de estar firmemente apostada, recorrendo a todos os meios, até aos mais ignóbeis — o caso presente.

Os trabalhadores e seus representantes estão firmemente dispostos a não consentir na concretização desta irracional estratégia —lutando—e estão igualmente conscientes que não são acções deste tipo que podem viabilizar a TORRALTA com todo o potencial de que ainda dispõe, antes pelo contrário, pensam que a administração deveria envidar verdadeiros esforços e preocupar-se em:

Fazer o saneamento financeiro da empresa;

Honrar os seus compromissos;

Regularizar a situação dos accionistas;

Negociar as suas dívidas;

Pagar e manter os salários em dia;

Promover acções de formação profissional e reciclagem aos seus trabalhadores e manter o índice de emprego actual;

Melhorar a qualidade do serviço prestado ao cliente;

Investir na recuperação dos imóveis e na renovação dos equipamentos;

Concluir as unidades que estão em obras e pôr a funcionar as que têm encerradas;

Promover a divulgação da empresa nos diversos mercados;

Ter uma verdadeira política de gestão dos recursos humanos;

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