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0003 | II Série B - Número 053 | 22 de Julho de 2006

 

VOTO N.º 62/X
DE PESAR PELO FALECIMENTO DE ALBERTO AUGUSTO MARTINS DA SILVA ANDRADE

Alberto Augusto Martins da Silva Andrade, Alberto Andrade como era por todos carinhosamente tratado, nasceu em Oliveira de Azeméis há 78 anos e morreu esta semana em Vila Nova de Gaia, concelho onde residiu a maior parte da sua vida e de se que considerava cidadão/filho adoptivo.
Cidadão íntegro e exemplar, Alberto Andrade cedo revelou preocupações e empenho cívico na luta contra as injustiças sociais e na denúncia e busca de soluções para as inúmeras situações de pobreza e de exclusão com que se confrontava. A sua formação católica e as suas profundas aspirações de justiça levaram-no a abraçar a luta contra o regime salazarista, que desenvolvia em íntima parceria e complementaridade com múltiplas actividades associativas ligadas à solidariedade social e ao associativismo cultural.
Alberto Andrade participou activamente na campanha presidencial do General Humberto Delgado e foi mais tarde candidato a Deputado pelo círculo eleitoral do Porto nas listas da CDE, tendo sido preso pela polícia política conjuntamente com outros democratas e lutadores antifascistas, entre os quais Virgínia Moura e Fernando Seixas. Funcionário bancário pertencente aos quadros do Banco Nacional Ultramarino foi então demitido, tendo sido reintegrado somente depois do 25 de Abril de 1974.
Depois da Revolução dos Cravos foi Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia e, em 1975, eleito Deputado à Assembleia Constituinte em representação, do Partido Socialista. Continuou depois como Deputado eleito pelo distrito do Porto durante a I Legislatura, período durante o qual também exerceu as funções de chefe de gabinete do então Ministro dos Assuntos Sociais, António Arnaut.
Tendo no início dos anos 80 regressado à sua actividade bancária, desempenhou, entre 1983 e 1985, o cargo de presidente da mesa da Assembleia-Geral do Sindicato dos Bancários do Norte, eleito numa lista unitária.
Durante os primeiros anos da década de 80 centrou a sua actividade política no poder local, tendo sido eleito Vereador e Presidente da Assembleia Municipal de Gaia, em representação do PS.
Em 1986 demitiu-se do Partido Socialista, a que tinha aderido em 1974, e apoiou a candidatura de Maria de Lurdes Pintassilgo à Presidência da República.
A partir de 1987 passou a integrar, como independente, a Coligação Democrática Unitária, tendo sido candidato pela CDU às eleições legislativas de 1987. Em 1989 e 1993 foi o primeiro candidato da CDU à Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia, onde foi eleito e desempenhou as funções de líder parlamentar da bancada desta força política.
A par da sua qualificada e rigorosa intervenção política, Alberto Andrade manteve desde sempre uma intensa actividade associativa no plano cultural e da solidariedade social.
Foi sócio e dirigente da Associação de Escritores de Gaia, da Associação Cultural Amigos de Gaia, entre muitas outras colectividades e associações culturais de que era sócio ou com quem colaborava.
Foi dirigente e activista da Associação dos Reformados e Pensionistas de Gaia e destacou-se como colaborador do Centro Social da Comunidade Cristã da Serra do Pilar.
Alberto Andrade, a par da qualidade e dedicação que sempre colocou no exercício dos cargos que desempenhou ao longo da sua intervenção sindical, partidária e política, foi um homem que se notabilizou pelo empenho com que se dedicou ao combate às desigualdades e injustiças sociais no seu concelho e no seu país.
A Assembleia da República, na sua sessão plenária de 20 de Julho de 2006, assinala com profundo pesar o falecimento de Alberto Andrade e endereça à sua filha, genro e neto, assim como aos irmãos e demais família, as suas sentidas condolências.

Assembleia da República, 20 de Julho de 2006.
Os Deputados do PCP: Honório Novo - Bernardino Soares.

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VOTO N.º 63/X
DE PESAR PELO FALECIMENTO DO EX-DEPUTADO DO PSD CIPRIANO RODRIGUES MARTINS

Cipriano Martins, Deputado a esta Assembleia durante sete anos, foi um cidadão que abraçou a carreira política e cívica com discrição, humildade e sentimento de serviço à causa pública. Morreu no passado domingo, em Coimbra, com 66 anos.
Nascido em Santo Emilião, Póvoa de Lanhoso, escolheu a cidade de Coimbra para residir e aí exercer a sua actividade profissional enquanto advogado.
Foi eleito Deputado nas II, III, IV e VI Legislaturas, tendo ainda integrado como parlamentar o Conselho da Europa.
Recebeu a Comenda da Cruz do Cruzeiro do Sul, outorgada pelo Presidente da República do Brasil.
Exerceu o cargo de Governador Civil de Coimbra e foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social entre 1995 e 1999.