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de 14 de abril de manhã: compareceram 35 dadores, quando era usual estarem entre 130 a
150, a recolha foi feita pelo Hospital de Évora, sem que a brigada tivesse acesso à base de
dados do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), o que obrigou ao registo
de todas as pessoas que doaram sangue.
O governo e, portanto, a direção do IPST aposta no desmantelamento da capacidade de recolha
do instituto e na transferência dessa responsabilidade para os hospitais, com o propósito de
reduzir a despesa do IPST. É um erro de consequências muito graves - algumas das quais já
bem visíveis - e uma orientação que contraria toda a evidência da própria história do então
chamado Instituto Português de Sangue. Acresce que transferir a responsabilidade da recolha
de sangue para os hospitais não vai baixar os custos, ao contrário, a despesa global será
maior.
Quando as colheitas eram efetuadas praticamente apenas pelos hospitais, isto é até 1993, o
índice de dádiva era de 18/1000 habitantes por ano. Com o IPS, cresceram até 2010, para
40/1000 habitantes, permitindo a satisfação plena das necessidades do país em sangue.
No ano seguinte, a inversão do caminho escolhido pelo IPS, fez as recolhas baixar para 37/1000
habitantes. E, em 2012, esse número continua a descer.
O governo insiste numa opção errada e que não vai conseguir estancar a redução das colheitas
nem equilibrar as reservas de sangue. Os hospitais são para tratar doentes e não para consumir
tempo, energia e meios a arranjar dadores e a recolher sangue.
Só a concentração harmoniosa e planificada das colheitas de sangue pelo IPST, através
exclusivamente de dadores regulares, voluntários, benévolos e anónimos, estruturada em
sinergias regionais, possibilita o desenvolvimento de uma rede a nível nacional capaz de
satisfazer as necessidades do país. Por diversas razões, entre as quais:
- melhor disponibilidade através de uma mais eficaz distribuição.
- menor percentagem de caducidade dos componentes sanguíneos.
- maior segurança transfusional pela fidelização dos dadores.
- maior garantia da qualidade homogénea e controlável dos componentes sanguíneos.
- maior concentração de produtos sanguíneos para fazer face a situações de emergência e/ou
catástrofe.
- hemovigilância dos produtos sanguíneos e a criação de laboratórios de referência
transfusional.
- por último e não menos importante, menor custo da unidade de sangue por evidente economia
de escala.
É urgente restabelecer a autonomia do país em matéria de disponibilidade de sangue, impedir o
desmantelamento do IPST, regularizar a sua atividade, corrigir a estratégia de transferir para os
hospitais a responsabilidade pela colheita de sangue e reorganizar a rede nacional de recolha
com base em dadores voluntários.
É urgente restituir aos dadores a isenção de pagamento das taxas moderadoras.
O governo devia proceder a uma auditoria à organização e funcionamento do IPST. Não são
poucas as situações que necessitam de averiguação e esclarecimento: o sistema de validação
das unidades de sangue; os critérios de constituição das escalas de médicos, enfermeiros e
técnicos para a triagem de dadores em brigadas; os procedimentos de seleção de dadores; os
16 DE MAIO DE 2012
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