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começou a ter dificuldades em andar desde Março e com o apoio da médica de família, fez
vários exames de diagnóstico, fisioterapia e foi encaminhado para a consulta de neurocirurgia
do Hospital de Santo António que aconteceu no passado dia 8 de Outubro. Esta consulta não foi
conclusiva, só lhe foi transmitido que não precisava de ser operado e agora que a fisioterapia
terminou e que o problema de locomoção persiste, precisa que se continue a avaliar o seu
problema para poder resolvê-lo ou, pelo menos, garantir alguma qualidade de vida no dia-a-dia.
Estão ambos sem médico de família, sujeitos a estarem com médicos diferentes e sem poder
antecipar a marcação de consulta, mas só arriscar, com o tempo de espera que se sabe e sem
garantia de consulta, a “vaga”.
Outros problemas de outra ordem vão surgindo com cada um deles, sobre os quais não irei
pronunciar-me nesta carta, mas acreditem que só numa relação de alguma continuidade,
confiança e segurança, se sentirão à vontade para falar de tudo o que é necessário para o
médico os conhecer e fazer uma avaliação global e pertinente. Não é fácil serem atendidos hoje
por um médico, amanhã por outro, apresentar a cada um uma parcela de si e das doenças,
aquela doença que naquele dia os leva a marcar consulta e que traz acoplado informações
associadas à doença e por isso, parcelares e lacunares. Não é fácil serem eles “responsáveis”
por saber quando devem tentar uma consulta de recurso, afinal nenhuma consulta fica marcada:
estará na altura de voltar a fazer análises por causa dos diabetes? Estará na altura de rever a
medicação? Haverá outro exame qualquer que os médicos assistentes mandem os seus
pacientes com estas idades fazer?...
Sabemos que os problemas da Arminda e do Joaquim se vão agravando e atropelando uns aos
outros com a idade e, paradoxalmente, estão menos amparados. Perderam o apoio
(legitimamente) de quem já os conhecia mas viram-se impedidos de continuar a ter o apoio de
um outro médico de família que desse continuidade ao trabalho feito até à data. Sem desprimor
para cada médico da UCSPC, sem médico de família não serão acompanhados da mesma
forma nem terão o olhar atento e preventivo de quem os poderia conhecer daqui para a frente.
Sabemos também que é muito fácil desistir de pequenas grandes coisas nestas idades e, em
concreto, a Arminda e o Joaquim tinham por parte da Dra. Amélia um papel ativo e motivador
que perdem sem a atribuição de um médico de família. Da sua rede social fazia parte também a
médica de família, espaço que fica agora vazio. Acrescento que este casal não tem filhos nem
outro tipo de apoio familiar.
Pelo exposto, solicito apreciação desta situação e a atribuição de médico de família a ambos,
nesta UCSPC ou na Unidade de Saúde Familiar de Serpa Pinto (bastante mais perto da
residência do casal), e peço resposta a esta carta.
Consciente de que este problema – perda de médico de família - não se esgota neste “caso” da
Arminda Azevedo e do Joaquim Queirós, e que tem um enquadramento político bem atual - a
brutal contenção de custos, de perda de direitos dos utentes e de progressivo ataque ao serviço
nacional da saúde - darei conhecimento desta carta aos grupos parlamentares da Assembleia
da República.»
Ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis, solicitamos ao Governo que por
intermédio do Ministério da Saúde, nos sejam prestados os seguintes esclarecimentos:
22 DE OUTUBRO DE 2012
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