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ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
REQUERIMENTO
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O Secretário da Mesa
Assunto:
Destinatário:
Ex. ma Sr.ª Presidente da Assembleia da República
O Barreiro teve, no transporte ferroviário (com inauguração oficial em 1859), uma centralidade
que ditou a instalação de algumas indústrias, que exigiam transporte de grandes volumes, como
a indústria corticeira. Este eixo-ferroviário caracterizou a cidade e dotou-a de um património
arquitetónico e de meios técnicos inigualáveis.
Numa deslocação ao Pólo Ferroviário do Barreiro constatámos o completo abandono a que,
lamentavelmente, está sujeito esse património ferroviário edificado e técnico.
Com efeito, a antiga estação ferroviária e fluvial do Barreiro, privilegiada na sua localização na
sua dimensão e na sua proximidade ao rio Tejo, com espaços e fachadas magníficas, está em
acelerado processo de degradação. Essa degradação é também visível na rotunda das
máquinas, ou naquele que foi o armazém regional, ou no bairro ferroviário (cujos habitantes
estão, neste momento, indecentemente a ser intimados para abandonar o bairro), ou também no
palácio de Coimbra. Tudo património que foi objeto de uma vida intensa, ligada à dinâmica da
ferrovia.
A opção governativa de desligar o Barreiro da centralidade da mobilidade ferroviária,
designadamente nas ligações de longa duração e nas regionais, votou este património à perda
dessa vivência intensa. Ademais, a incúria da REFER e da CP votou esse mesmo património a
um abandono, quase fantasmagórico (para que se perceba bem o estado de degradação).
Também toda a dimensão das oficinas da EMEF (antigo edifício da primeira estação dos
caminhos de ferro) se encontra num estado acelerado de degradação. Nesta, com índices
bastante preocupantes também de degradação social, uma vez que a EMEF tem, com a
responsabilidade direta do Governo, a intenção declarada, mas errada, de promover
despedimentos de trabalhadores e a desvalorização do trabalho ali realizado, com a perda da
componente da manutenção do material ferroviário circulante. De resto, o impedimento
inqualificável de não eletrificação de 300 metros de linha ferroviária, após a eletrificação da linha
do Sado, foi intencional para que as oficinas da EMEF deixassem de fazer reparação de
material circulante. Isto é tanto mais inadmissível, quando por exemplo os “bogies” do
equipamento ferroviário da Fertagus percorrem mais de 600 km para fazer a sua manutenção e
reparação em Espanha! A CP, que é a principal acionista da EMEF, quando adquire material
circulante ou contratualiza, não toma a EMF como principal cliente, optando por beneficiar
X 340 XII 2
2012-10-24
Paulo
Batista
Santos
(Assinatura)
Digitally signed by
Paulo Batista
Santos (Assinatura)
Date: 2012.10.24
18:51:26 +01:00
Reason:
Location:
Classificação do património ferroviário do Barreiro
Secretaria de Estado da Cultura
II SÉRIE-B — NÚMERO 22
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