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ideológica são pura e simplesmente contra qualquer privatização, da postura daqueles que por
mero tacticismo de ocasião ou por puro oportunismo político se mostram críticos desta ou
daquela privatização.
No caso particular da privatização de 95% do capital da empresa ANA-Aeroportos de Portugal, o
Estado português receberá 3080 milhões de euros, um retorno que vários especialistas
consideram ser muito elevado até em termos de comparativos internacionais.
Em concreto estaremos perante a concessão por um período de 50 anos dos aeroportos de
Lisboa, Porto, Faro, Ponta Delgada, Santa Maria, Horta, Flores e o terminal civil de Beja.
A afirmação do Aeroporto Francisco Sá Carneiro como estrutura aeroportuária de referência no
noroeste peninsular deve ser estratégica para Portugal.
O Aeroporto Francisco Sá Carneiro tem vindo a desempenhar um papel fundamental no
desenvolvimento económico da região Norte de Portugal.
A preocupação com o seu crescimento e o melhor alinhamento da sua estratégia de expansão
com os interesses económicos da região têm sido, aliás, notas recorrentes ao longo do tempo.
Foi assim quando em 2008 o Governo José Sócrates admitia privatizar este Aeroporto para
eventualmente garantir financiamento à construção de mais um aeroporto em Lisboa. Nessa
altura, algumas empresas de renome e a própria Junta Metropolitana do Porto chegaram a
manifestar interesse público na gestão autónoma do Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
Foi igualmente assim, mais recentemente, quando fruto do acordo subscrito com a
supramencionada troika o actual Governo se preparou para dar cumprimento à privatização da
ANA.
Novamente se levantaram vozes de diversas entidades políticas, empresariais, elementos da
sociedade civil, mostrando preocupação com um eventual desvio de tráfego aéreo para outros
aeroportos nacionais e, também por isso, reclamando uma gestão autónoma do Francisco Sá
Carneiro.
A título ilustrativo convém lembrar as palavras do Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui
Rio, que sobre a privatização da ANA chegou a dizer que a ter de ser feita, dada a situação do
país e os compromissos assumidos, deveria salvaguardar “o interesse futuro do Aeroporto Sá
Carneiro, porque ao salvaguardar o interesse do aeroporto Sá Carneiro está a salvaguardar o
interesse do país”.
A 27 de Dezembro último, o Governo anunciou o desfecho deste processo de privatização.
Pese embora as críticas e preocupações então reiteradas por diversos agentes políticos e da
II SÉRIE-B — NÚMERO 88
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