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II SÉRIE-B — NÚMERO 53

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4 – Fase 1: Até à Recapitalização Pública

4.1 Situação Económica e Financeira do Grupo até à Data da Recapitalização

4.1.1 Enquadramento Geral

O Banif foi fundado em 1988 como sucessor da deficitária Caixa Económica do Funchal (Madeira). Em 1991,

o Banif detinha 20 sucursais na Madeira e 11 em Portugal Continental. Em 2012, o número de sucursais era de

312.

O Banif cresceu e transformou-se num conglomerado multifacetado de produtos bancários e de seguros com

680 pontos de venda em todo o mundo, feito que ficou a dever-se a uma política agressiva de expansão e

aquisição primeiramente em Portugal Continental, mas também nos Açores (1996) e no estrangeiro – Ilhas

Caimão (1993), Venezuela (1995), África do Sul (1995), Brasil (1996, Banco Primus 1999, EconoFinance 2001,

Indusval 2002), Canadá (1996), Estados Unidos (1996), Bermudas (1996), Itália (2000), Reino Unido (2005),

Cabo Verde (2007), Malta (2008), e Espanha (2010).

Para que possamos analisar devidamente a situação económica do Banif à data da recapitalização é

necessário recuarmos ao ano de 2008.

Na verdade, o Banif havia definido como grande objetivo para o triénio 2008-2010 a consolidação do seu

crescimento orgânico, bem como o crescimento da sua quota de mercado.

Nestes termos, durante o exercício de 2008 o Banif abriu 51 (cinquenta e uma) novas agências, implementou

uma nova abordagem estratégica junto dos clientes empresariais e lançou novos produtos.

Por outro lado, o Banif investiu significativamente na mudança da sua imagem institucional.

Sobre esta matéria, o Dr.Joaquim Marques dos Santos, refere: “De facto, assim foi, o Banco cresceu e

lembro que, no ano de 2008, fizemos uma alteração substancial na sua imagem. Foi nessa altura que apareceu

a célebre campanha do centauro, com o 20.º aniversário do Banco, e estávamos todos, mas todos — não era

só o BANIF —, numa política de crescimento da atividade do Banco.”

De notar ainda a reorganização da instituição através da incorporação, por fusão, com efeitos a partir de 1

de janeiro de 2009, do Banco Banif e Comercial dos Açores, SA.

Em 2009, ainda de que de forma mais moderada, o Banif manteve a sua estratégia de crescimento orgânico

e de consolidação da sua quota de mercado.

Assim, o banco inaugurou 27 (vinte e sete) novas agências, instalou o primeiro escritório de representação

de um banco português em Hong Kong e consolidou o seu modelo de negócio mediante uma nova proposta de

valor e da colocação de Gestores de Privado na Rede dos Centros de Empresas.

Neste ano o Banif realizou dois aumentos de capital, integralmente subscritos e realizados pelo Banif

Comercial SGPS, SA, no valor global de 200 milhões de euros.

De salientar, o crescimento de 95,3% do valor das provisões e imparidades líquidas face ao ano anterior,

que totalizaram 97,3 milhões de euros.

Em 2010, no que diz respeito à estratégia adotada para este final de triénio e comparando com os anos

anteriores, verificamos um decréscimo relevante na expansão do banco dado que o Banif apenas inaugurou 9

(nove) agências bancárias e os novos projetos desenvolvidos foram encetados ao nível dos serviços centrais do

Banco.

É neste ano que se regista o maior aumento de capital do banco realizado até à data, no valor de 214 milhões

de euros, o qual foi integralmente subscrito e realizado novamente pelo Banif Comercial SGPS, SA.

Explicitar que dado o elevado número de situações de incumprimento foi necessário constituir 85,6 milhões

de euros de provisões e imparidades.

Por último, dar conta que foi igualmente em 2010 que ocorreu o falecimento do comendador Horácio da Silva

Roque, fundador do Banif – Grupo Financeiro e Presidente do Conselho de Administração.

Durante o ano de 2011, nas regiões autónomas, o banco adotou uma estratégia para manter e consolidar a

posição de liderança do banco nestas regiões.

Na Madeira as prioridades estabelecidas consistiram no crescimento da captação de recursos, a recuperação

do crédito vencido e o controlo de custos.

Não obstante, o setor de negócios da emigração continuou a ser um vetor estratégico, concretizado,

nomeadamente, num plano de visitas bastante ambicioso aos mercados com forte implementação da emigração

portuguesa – Venezuela e África do Sul.