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Não haja dúvidas: os partidos de esquerda, ao imporem o fim da CPI enquanto se

encontram em trânsito decisões judiciais, desvalorizaram e ridicularizaram o papel do

Parlamento e dos Tribunais, com consequências devastadoras para a Instituição no

futuro.

Poder-se-á, inclusivamente, dar o caso de decisões que, sendo favoráveis à CPI, não

sejam proferidas pela sua precipitada extinção. Acreditamos tudo ter feito para não

pactuar com o eclipse democrático patrocinado pela esquerda.

Analisando os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito até aos dias de hoje, é,

no entanto, possível extrair um par de factos que se nos afiguram de alguma relevância.

O primeiro prende-se com a necessidade de recapitalização. Não damos como provados

os valores aventados pelo Governo, acreditando que os mais de 5.000 milhões de euros

correspondem à ambição do acionista e da administração para o banco público. Numa

palavra: não era preciso, mas o Governo e Administração querem. Mais: até 2016 não

houve incumprimento de rácios. Houve uma tentativa de alargamento de âmbito do

objeto da CPI por parte dos Grupos Parlamentares do PSD e do CDS-PP, precisamente

para escrutinar este processo, mesmo que não o considerássemos estritamente

necessário face ao objeto originário. A maioria de esquerda chumbou.

O segundo facto prende-se com a origem das necessidades de capital. Todos os

portugueses conhecem, pela comunicação social, alguns dos grandes créditos em

incumprimento, mal concedidos pela CGD, e o período no qual terão sido concedidos.

Sejamos claros: os créditos que resultaram nas maiores imparidades hoje constituídas

foram concedidos entre 2005 e 2010. O que não sabemos são os critérios que aí

conduziram: solicitámos as atas das comissões de crédito e alargada de crédito, mas a

extinção da CPI anterior às decisões judiciais impossibilitou a sua análise ponderada e

objetiva.

O terceiro facto está intimamente relacionado com este último. O elevado montante de

créditos concedidos – acreditamos que sem critérios de eficiência válidos – conduziu a

um inusitado volume de imparidades e perdão de créditos. De acordo com a

administração de José de Matos, uma considerável parte desses créditos havia já sido

imparizada, pelo que, o seu aumento em 2016 se prende, sobretudo, com alterações

metodológicas na sua contabilização, facto que, por si só, nos causa alguma estranheza.

Os trabalhos da Comissão confirmaram que o inusitado volume de imparidades

registadas no final de 2016, só foram agora registadas, porque houve uma alteração dos

critérios de avaliação das imparidades face aos anteriores.

25 DE JULHO DE 2017__________________________________________________________________________________________________

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