O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

ministro das Finanças de José Sócrates, relatou ter sofrido pressões por parte do então primeiro-

ministro para demitir a administração da CGD e nomear Armando Vara e Carlos Santos Ferreira

para o lugar. Foi o que acabou por acontecer, mas já com Teixeira dos Santos à frente da pasta das

Finanças, assumindo estes nomes como opções suas;

A forma como se alinhava com algumas opções políticas dos sucessivos Governos, tendo sido

admitido que se perguntava sobre a forma como determinado projeto iria ou não ser classificado

e tendo sido admitido que havia ‘sensibilização’ para determinados projetos. De facto, o

envolvimento da CGD no La Seda e no projeto Artland, assim como o envolvimento no segmento

de imobiliário de luxo no projeto Vale do Lobo foram momentos de consonância, onde a Caixa

serviu de instrumento, não só para financiar, mas participando no capital das próprias empresas.

Consonância também registada, por exemplo, entre as palavras do então primeiro-ministro José

Sócrates quando definia, em Madrid, 3 prioridades para Portugal: “Espanha, Espanha, Espanha”,

momento que coincide com um maior volume de crédito e de exposição a risco por parte do Banco

Caixa Geral (a Caixa em Espanha);

A forma como se inscreveu no memorando da troika medidas de alienação de ativos e de

atividades consideradas non core sem sequer ouvir a Caixa Geral de Depósitos sobre o assunto, ou

a forma como se interveio diretamente na venda de participações (o caso Cimpor é paradigmático,

tendo existido uma ordem de um consultor do Governo, António Borges, para vender a

participação à Camargo Corrêa) ou na venda de setores de atividade (como é o caso do setor

segurador), por mera decisão política e sem grande consideração sobre a importância destes

setores de atividade para o banco público.

Sobre a gestão de risco e pressões para concessão de crédito

Quer os ex-ministros das Finanças, quer os ex-administradores da CGD, ouvidos em sede de

Comissão de Inquérito, referiram a preocupação que sempre tiveram em não interferir em

operações concretas, nomeadamente operações de crédito. Referiram também e de forma

reiterada algumas alterações que iam introduzindo na CGD, não só no seu modelo de governance,

mas principalmente no seu modelo e procedimento de gestão de risco.

Independentemente disto identificaram-se situações em que o comportamento da CGD se

mostrou imprudente, seja na concessão de determinados créditos, seja na exigência de garantias

que permitiriam ao banco público recuperar perdas em situações de eventual incumprimento.

25 DE JULHO DE 2017__________________________________________________________________________________________________

69