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sistema financeiro, mobilização paga posteriormente com medidas de austeridade sobre esses

mesmos contribuintes.

A banca não pode ser absolvida da crise, nem pode utilizar a crise como desculpa para a

deterioração dos seus resultados operacionais. A crise aconteceu, em grande medida, devido à

imprudência e negligência dos bancos. Não podemos, por isso, dizer que os prejuízos que a Caixa

regista desde 2011 se devem a fatores externos ou alheios ao banco público. A verdade é que

decisões passadas produziram prejuízos futuros, e isso tem que ficar bem claro.

Assim, o relatório não pode ter a leitura ou dar a entender (como acreditamos que não tem,

principalmente depois de introduzidas as propostas de alteração feitas pelo Bloco) que o subprime

e a conjuntura internacional explica tudo o que de mal aconteceu na CGD. Não explica. Para

encontrarmos essas explicações com mais rigor temos que dizer de forma muito clara que

existiram negócios em que a Caixa se envolveu que correram mal e que tinham tudo para correr

mal (muitos estão descritos no relatório: envolvimentos com o BCP, La Seda/Artland, Vale do

Lobo, operação em Espanha, entre outros). Essas decisões refletiram-se anos depois de os

negócios terem sido celebrados e impactaram negativamente nos resultados da Caixa. Não foi só

a crise internacional, foram as próprias decisões de gestão da Caixa.

Da mesma forma que a crise não pode ser a única explicação para o desvio entre o cenário que

serviu de base para a recapitalização de 2012 e o que realmente veio a acontecer.

É hoje mais do que evidente que a recapitalização feita em 2012 era e foi insuficiente para as

necessidades do banco público. Tem sido argumentado, no entanto, que à luz do cenário base

traçado na altura, a capitalização seria suficiente; no entanto, a política monetária expansionista

do BCE, o aumento das exigências regulatórias e o prolongamento da crise económica provocaram

um desvio ao cenário base que prejudicou a recuperação da Caixa. Foi esse ‘desvio’ imposto pela

realidade que levou a que a Caixa não conseguisse, já em 2014, remunerar o capital e reembolsar

os Coco’s (que foram parte da solução de capitalização de 2012).

No entanto, já se sabia, aquando da elaboração do plano de recapitalização da CGD, em 2012, que

o crédito em incumprimento e as insolvências pessoais e de empresas estavam a crescer de forma

muito acentuada (este comportamento mereceu, aliás, atenção especial nos relatórios e contas do

banco público em 2011 e 2012). Da mesma forma que a Comissão de Auditoria da CGD já

transmitia ao acionista, num período anterior ao da recapitalização de 2012, o risco das taxas de

juro (tendo em conta a sua tendência descendente e o impacto que tal tendência teria na margem

financeira do banco). Devemos admitir que o cenário base, sobre o qual se trabalhou o plano de

recapitalização da CGD em 2012, era irrealista e foi insuflado de um otimismo económico que não

correspondia à realidade. Esse otimismo terá servido para rever as necessidades de capital da

25 DE JULHO DE 2017__________________________________________________________________________________________________

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