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4 DE JANEIRO DE 2018

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• Uma grande parte do dinheiro gerado pelo AL é imediatamente injetado na economia local, com um efeito

multiplicador que contribui para o sustento de dezenas de milhares de famílias e largas centenas de milhares de

postos de trabalho, não só de alojamentos como de restauração, comércio e serviços. Não há praticamente nenhum

sector de atividade em Portugal que direta ou indiretamente não beneficie com esta dinâmica empreendedora.

• Empresas de construção, de arquitetura e engenharia, limpezas, decoração, materiais diversos,

canalização, eletricidade, carpintaria, fábricas, distribuidores e retalhistas, lojas de comércio, restaurantes, bares,

transportes, a atividade do Alojamento Local, pela sua especificidade local, é uma autêntica "turbina"

dinamizadora da economia local.

• Regiões como Lisboa, Porto e Algarve servem de portas de entrada a muitos destes milhões de turistas que

preferem um alojamento mais intimista e familiar, espalhando-se depois por muitas outras regiões de Portugal.

• Dezenas de milhares de famílias conseguem pagar os seus empréstimos bancários graças ao alojamento local.

Professores, funcionários públicos, operários, agricultores, trabalhadores do comércio, indústria é serviços,

desempregados, quadros médios e quadros executivos, estes são os proprietários e empreendedores de

Alojamento Local. De todos os extratos sociais e económicos.

• Graças às novas redes de reservas online, como o Booking, Airbnb, Homelidays, entre outras, os turistas

que normalmente não viriam a Portugal para a hotelaria tradicional, (dado tratar-se de segmentos que procuram

o alojamento familiar e não o alojamento hoteleiro), chegam agora às centenas de milhares.

• Este fenómeno de alojamento local e desenvolvimento local há muito (anos 80) que foi compreendido e

fomentado por outras grandes economias europeias. Veja-se, por exemplo o caso Francês.

O exemplo do Alojamento Local em França

https://www.entreprises.gouv.fr/files/files/directions_services/etudes-et-statistiques/stats-touris

me/memento/2010/2Q16-12-memento-tourisme-chap3-offre-hebergement.pdf

• Segundo este documento do governo francês, França possui uma capacidade de alojamento turístico de 5,5

milhões de camas, das quais 1,9 milhões são em hotéis, sendo o restante em Alojamento Local (dividido em várias

valências, ao contrário do que agora sucede em Portugal, com exceção do turismo rural) e parques de campismo.

• Ou seja: no país com maior fluxo turístico do mundo, a hotelaria tradicional representa 18% da sua

capacidade de alojamento, sendo os restantes 82% de alojamento local e campismo.

• Só no alojamento local em zonas rurais, França tem uma receita anual de 20 mil milhões de euros.

• Porquê? Porque a procura turística assim o exige. Mais de 70% dos franceses são clientes do alojamento local,

sendo os restantes sobretudo oriundos do Reino Unido, Alemanha, Holanda e Bélgica. Para Portugal todas estas

nacionalidades, que procuram o alojamento local, representam um enormíssimo potencial turístico.

• Na Áustria, por exemplo, só em alojamento local existem 540 mil camas, mais do dobro do que em Portugal,

totalizando mais de 40% da oferta turística daquele país.

• Nestes países, as políticas de dinamização económica e benefícios fiscais ao alojamento local familiar

tiveram início nos anos 80. No mundo rural em França, por exemplo, as atividades de turismo numa exploração

agrícola são consideradas como atividades agrícolas, com importantes isenções em termos fiscais (IRS ou IRC).

• O mesmo deveria suceder em Portugal, não só em relação ao mundo rural como aos pequenos projetos

familiares em localidades urbanas, em que o AL é parte essencial da sustentabilidade familiar.

• Não obstante esta realidade, existe estranhamente em Portugal uma estratégia comunicacional de alguns

sectores corporativos contra o alojamento local, argumentando que este está a afastar os residentes portugueses

dos bairros, além de o apontarem como o responsável pelo aumento dos preços em alguns bairros de duas regiões

em Portugal (Lisboa e Porto).

• Além de falso, este argumento populista é extremamente perigoso dado que pode objetivamente criar

animosidade de alguma população contra os estrangeiros, sejam eles turistas ocasionais ou residentes.

• Convém lembrar que foi e é graças a estes estrangeiros turistas que muitos portugueses conseguiram (e

conseguem) reabilitar milhares de edifícios, exclusivamente com os seus capitais privados. E, muitos deles, salvar a

sua economia familiar e as suas casas.

• Na verdade, o aumento dos preços das casas (em algumas zonas de Lisboa, Algarve e Porto) foi originado

pela especulação dos preços imobiliários, que nada tem a ver com o Alojamento Local.