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25 DE NOVEMBRO DE 2023

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Assembleia da República, 20 de novembro de 2023.

Autores: Helga Correia (PSD) — Ricardo Sousa (PSD) — António Topa Gomes (PSD) — Carla Madureira

(PSD) — Paula Cardoso (PSD) — Rui Cruz (PSD) — Rui Vilar (PSD) — Bruno Aragão (PS) — Cláudia Santos

(PS) — Filipe Neto Brandão (PS) — Hugo Oliveira (PS) — Joana Sá Pereira (PS) — Susana Correia (PS).

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PROJETO DE VOTO N.º 506/XV/2.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE CARLOS AVILEZ

Carlos Victor Machado, conhecido profissionalmente por Carlos Avilez, nasceu em 13 de abril de 1935, em

Lisboa, tendo-se estreado como ator profissional em 1956, na Companhia Amélia Rey Colaço – Robles Monteiro,

onde se manteve até 1963. Nesses anos acumulou a interpretação com a escrita de peças de teatro e com a

direção de espetáculos teatrais na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul e no Centro Espanhol, acabando

por orientar a sua vida para a encenação, por influência de Amélia Rey Colaço.

Em 1964 estreou-se profissionalmente como encenador com a peça Carta Perdida, no Teatro Experimental

do Porto. Ainda nesse ano dirigiu o Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC), onde encenou

As Bodas de Sangue de Frederico Garcia Lorca, com música de Carlos Paredes.

Dedicou-se intensamente ao teatro enquanto ator, encenador e formador. Foi fundador do Teatro

Experimental de Cascais (TEC), em 1965, que completou 58 anos de atividade em 13 de novembro último. Criou

uma companhia amadora, de características inovadoras que representa um marco na história no teatro em

Portugal, referindo aquando da fundação do Teatro Experimental de Cascais: «Cascais é uma região de turismo,

e uma região de turismo sem teatro não pode existir». No TEC encenou, entre outras peças, D. Quixote, Fedra,

Galileu, Galilei, Rei Lear, Inês de Portugal, Tempestade, Os irmãos Karamazov, entre outros. Mais tarde, em

1993, fundou a Escola Profissional de Teatro de Cascais, pertencendo à sua direção e integrando o seu corpo

docente.

Carlos Avilez foi presidente do Instituto de Artes Cénicas, diretor do Teatro Nacional S. João, no Porto, diretor

do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa. No seu percurso trabalhou com inúmeros atores salientando-se Raul

Solnado, no Teatro Villaret, em Lisboa.

Foi responsável pela representação portuguesa e ao dia consagrado a Portugal na EXPO70, realizada em

OSAKA, no Japão, no ano de 1970.

Em 1979 foi nomeado, juntamente com Amélia Rey Colaço, diretor da Companhia Nacional de Teatro I –

Teatro Popular, então sediada no Teatro São Luiz, em Lisboa.

Trabalhou em França com Peter Brook e na Polónia com Jerzi Grotowsky, tendo, além do teatro, encenado

diversas óperas entre as quais Carmen, Contos de Hoffmann, As variedades de Proteu, O Capote, Inês de

Castro, O Barbeiro de Sevilha e Madame Butterfly.

A convite da Sociedade Porto 2001, Capital Europeia da Cultura, dirigiu a peça Amadeus, de Peter Shaffer,

na Companhia Seiva Trupe.

No Teatro Experimental de Cascais, também no espaço Teatro Mirita Casimiro em memória da atriz que

integrou o seu elenco, Carlos Avilez dedicou muitos dos seus anos de vida com especial paixão, encenando aos

88 anos de idade a sua ultima peça Ellectra a partir da trilogia Electra e os Fantasmas, de Eugene O’Neill, tendo

sido a 177.ª produção do TEC, que se estreou no Auditório Academia de Artes do Estoril, em Cascais, no

passado dia 18 de novembro, em cena até dezembro, tendo o seu encenador falecido ontem, 22 de novembro.

Carlos Avilez foi agraciado com a Grã Cruz de Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, em 1995,

salientando-se entre outros, o prémio António Pinheiro, da antiga Secretaria de Estado da Informação e Turismo,

a Medalha de Mérito Cultural da Secretaria de Estado da Cultura, Medalha de Mérito da Associação 25 de Abril,

Medalha de Mérito Cultural da Vila de Óbidos, e a Medalha de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Cascais,

município onde dedicou de forma marcante a sua brilhante atividade de ator e encenador ao longo de uma

extensa carreira nacional e internacional de quase 70 anos e tendo deixado em atividade inúmeros profissionais