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II SÉRIE-B — NÚMERO 16

10

Brito.

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PROJETO DE VOTO N.º 516/XV/2.ª

DE SAUDAÇÃO PELA CELEBRAÇÃO DO 176.º ANIVERSÁRIO DA SOCIEDADE HARMONIA DE

SANTIAGO DO CACÉM

Fundada há 176 anos, a Sociedade Harmonia de Santiago do Cacém tem uma história longa e

extremamente rica, sempre intimamente ligada à vivência cultural e social daquele concelho alentejano.

Foi a 1 de dezembro de 1847 que alguns membros de famílias influentes da então vila se uniram para criar

esta sociedade de recreio. Presentes, entre outros, estavam os três irmãos Vilhena – Agostinho Pedro,

Francisco Alexandre e Joaquim Jerónimo –, Cipriano de Oliveira, José Beja da Costa e o Morgado do Parrado.

Depois de uma curta permanência num espaço da família Pereira Varela, a associação passou para o atual

edifício, construído com donativos do Conde de Bracial, do 3.º Conde de Avilez e do seu cunhado, Fonseca

Achaiolli. Concluído em 1865, mas alvo de diversas intervenções e alargamentos desde então, o imóvel é, por

si só, um marco no centro histórico de Santiago do Cacém. Tanto quanto a estes ilustres que estiveram

presentes nos primeiros momentos, a Sociedade Harmonia deve o seu vigor aos milhares de santiaguenses

que passaram pela sua banda filarmónica e por todas as atividades que tem desenvolvido durante a sua já

longa existência.

Se, em 1880, há relatos de possuir salas de bilhar, jogos de vasa, leitura, bailes, música e teatro, ao longo

dos tempos a Harmonia soube adaptar-se e ir ao encontro das vontades, gostos e interesses dos sócios e

amigos. A partir de 1913, durante décadas e em diferentes etapas, foi espaço para a sétima arte, tendo

proporcionado a muitos santiaguenses a sua primeira experiência cinematográfica.

Foi também a principal razão do interesse de muitos santiaguenses pela música, uma vertente que

perdura, já que os grupos corais, escolas de piano e de danças de salão, a par da atividade desportiva, como

yoga e jui-jitsu são algumas das valências já do Século XXI.

Em finais do Século XIX foi o mais importante espaço de entretenimento, sociabilidade e projeção social

das elites. Hoje, aposta sobretudo no estreitamento das relações de amizade e convivência, oferecendo a

quem visita as suas instalações momentos de recreio tão agradável quanto instrutivo, contribuindo para a

criação cultural e a formação de públicos longe dos grandes centros urbanos, quer pelo seu próprio trabalho,

como pela organização, na sua sede, de iniciativas de artistas convidados, que assim se dão a conhecer no

interior do País.

Ao longo dos anos, variados foram os desafios e vicissitudes pelas quais a Sociedade Harmonia passou.

Superou divergências políticas – nomeadamente entre monárquicos e republicanos – a saída de músicos, o

encerramento de algumas atividades e a chegada de inúmeras solicitações e divertimentos externos. A tudo

isto a Harmonia sobreviveu, sempre demonstrando grande dinamismo e uma vontade coletiva forte de não só

fazer parte da história de Santiago do Cacém como de dar o seu contributo para o presente do concelho,

mantendo-se vigorosa entre as camadas mais jovens, garantes da continuidade futura do seu empenho ímpar

no movimento associativo nacional e, em particular, no Alentejo.

Assim, a Assembleia da República evoca os 176 anos da fundação da Sociedade Harmonia de Santiago do

Cacém, saudando os seus dirigentes e sócios, destacando o contributo desta associação para a vivência

comunitária e cultural – musical, teatral, cinematográfica e desportiva – com relevo na região e no panorama

português.

Palácio de São Bento, 4 de dezembro de 2023.

As Deputadas e os Deputados do PS: Clarisse Campos — Eurídice Pereira — Jorge Seguro Sanches —

Maria Antónia de Almeida Santos — André Pinotes Batista — Fernando José — Ivan Gonçalves — Gil Costa