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1 DE MARÇO DE 2025

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e doutorou-se pela Universidade Técnica de Lisboa. Desenvolveu o conceito de motricidade humana,

recusando um entendimento fisicista do desporto e uma conceção dualista do homem. Insistia em ver na

atividade física uma prática holística, ligada à própria identidade do ser humano e integrada num projeto amplo

de formação. Dizia que «tudo o que é humano está no desporto».

Contribuiu para a transformação do Instituto Superior de Educação Física (ISEF) na atual Faculdade de

Motricidade Humana da Universidade de Lisboa. Lecionou na Universidade Fernando Pessoa e no Instituto

Universitário da Maia. Dirigiu o Instituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares (ISEIT) do

Instituto Piaget e foi professor convidado em várias universidades, no Brasil e em Espanha. Inspirou figuras

desportivas como José Maria Pedroto, José Mourinho e Jorge Jesus, mas também intelectuais públicos como

D. Tolentino Mendonça ou Medeiros Ferreira.

Foi Deputado à Assembleia da República entre 1991 e 1995, pelo Partido da Solidariedade Nacional, do

qual foi fundador. Autor de mais de 50 livros, movia-se na interseção de temas como desporto, ética, filosofia e

poesia. Os seus artigos refletiam, com leveza e erudição, sobre a transcendência humana no desporto e na

vida.

Recebeu a Medalha de Mérito Desportivo do Brasil (1990), a Honra ao Mérito Desportivo de Portugal

(2007) e a Comenda da Ordem da Instrução Pública (2017). Foi Provedor da Ética no Desporto e viu o seu

nome atribuído a uma cátedra da Universidade Católica Portuguesa, sobre desporto, ética e transcendência.

Presidiu à Assembleia-Geral do Clube de Futebol Os Belenenses e integrou a direção do mesmo clube.

A Assembleia da República, reunida em Plenário, manifesta profundo pesar pela morte do Professor

Manuel Sérgio e expressa sentidas condolências à família, aos amigos e a todos quantos usufruíram do

privilégio do seu convívio e ensino. O legado que nos deixa continuará a criar lastro no pensamento

académico, desportivo e ético, em Portugal e no mundo.

Palácio de São Bento, 21 de fevereiro de 2025.

O Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.

Outros subscritores: Rodrigo Saraiva (IL) — João Pinho de Almeida (CDS-PP) — Edite Estrela (PS).

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PROJETO DE VOTO N.º 582/XVI/1.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE LINO SOUSA LOUREIRO

No passado dia 22 de fevereiro, na cidade de Mulhouse, em França, durante uma manifestação de apoio à

República Democrática do Congo, ocorreu um atentado à faca, que tirou a vida a um emigrante de

nacionalidade portuguesa e feriu cinco agentes da polícia francesa.

A vítima mortal deste terrível atentado, o português Lino Sousa Loureiro, natural de Ermesinde, era

emigrante há 33 anos, em França. Lino Sousa Loureiro destacou-se pelo seu heroísmo e valentia ao intervir

na tentativa de parar o agressor e proteger as forças policiais e restantes transeuntes. Lino Sousa Loureiro

representa, assim, a dor partilhada entre a nação portuguesa e francesa no seguimento deste terrível

atentado.

O crime, motivado, mais uma vez, pelo extremismo religioso, chocou a opinião pública, especialmente dado

que o seu perpetrador, um emigrante de nacionalidade argelina, já teria sido identificado pela polícia francesa

por extremismo islâmico e estaria de forma ilegal no país.

O Presidente Francês, Emmanuel Macron, e o Ministro do Interior da República Francesa, Bruno

Retailleau, condenaram este ataque, que consideraram como um ato de terrorismo islâmico. O mesmo

aconteceu com o Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa,

que manifestaram a sua veemente condenação deste ato de violência e expressaram as suas condolências

para com a família da vítima e para com o povo francês.