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1 DE MARÇO DE 2025

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Substituição do texto inicial a pedido do autor

Assinala-se no dia 16 de fevereiro o centenário do nascimento de Carlos Paredes.

Nascido em Coimbra em 1925 no seio de uma família de grandes guitarristas, começou a tocar guitarra aos

4 anos. Foi com o seu pai, Artur Paredes, que deu os primeiros acordes e que acompanhou durante algum

tempo.

Mudou-se aos 9 anos para Lisboa, onde estudou no Liceu Passos Manuel e no Instituto Superior Técnico.

Em 1949, tornou-se funcionário administrativo do Hospital de São José, função que exerceu até ao fim da vida.

Foi preso a 26 de setembro de 1958 por pertencer ao Partido Comunista Português, no qual começara a

militar nesse mesmo ano, tendo passado 15 meses no Aljube e em Caxias antes de ir a julgamento.

Condenado a 20 meses de prisão com pena suspensa durante três anos, viu os seus direitos políticos

suspensos por três anos e foi expulso da função pública.

Carlos Paredes é o exemplo inequívoco de um artista comprometido com o seu povo, com quem nunca

deixou de estar antes e depois do 25 de Abril de 1974 e que foi fonte de inspiração para a sua obra.

Artista de fortíssima e única personalidade, cidadão fraterno do dia-a-dia das nossas vidas, Carlos Paredes

foi também um artista generoso, de inteligência e sensibilidade aberta a tudo e a todos. Tocou com praticantes

e deslumbrou virtuosos, aceitou diálogos com linguagens diversas, ligou a música popular à inovação

estilística.

Carlos Paredes legou uma obra reconhecida como genial, no País e internacionalmente. Após o 25 de Abril

de 74, percorreu o País de norte a sul, participando em inúmeros encontros de trabalhadores, eventos

populares, iniciativas de organizações sindicais e cooperativas, unidades coletivas de produção e comissões

de moradores. Isto fez, nas suas palavras, com que aprendesse «a conhecer, na prática, o que

verdadeiramente deve entender-se por democracia, liberdade, espírito criador coletivo, revolução, socialismo»

(1976).

Atuou também em grandes palcos do circuito internacional, como o Bobino de Paris ou a Ópera de

Frankfurt, entre outros grandes palcos. Por cá, contribuiria ainda para o panorama artístico mais alargado,

tendo composto para cinema, bailado e teatro.

Além da sua música profundamente imbricada na vida, deixou-nos importantes reflexões escritas que

traduzem um entendimento da arte como fator determinante para a transformação social e que muito

contribuíram para compreendermos as expressões musicais urbanas e o seu papel na construção do Portugal

democrático.

Na passagem do centenário do seu nascimento, a Assembleia da República homenageia a figura de Carlos

Paredes e saúda todos aqueles que ao longo dos anos têm tido uma intervenção no sentido de preservar e

divulgar o seu legado.

Assembleia da República, 28 de fevereiro de 2025.

A Presidente da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, Edite Estrela.

Outros subscritores: Edite Estrela (PS).

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PROJETO DE VOTO N.º 586/XVI/1.ª

DE PESAR PELA MORTE DE LINO SOUSA LOUREIRO, EMIGRANTE PORTUGUÊS CAÍDO

HEROICAMENTE FRENTE AO TERRORISMO ISLAMISTA

No passado sábado, dia 22 de fevereiro, França foi de novo sobressaltada pelo terrorismo islâmico.

Armado com uma faca, um imigrante argelino, desde há muito vigiado por motivo de extremismo religioso,

invadiu um mercado em Mulhouse, na Alsácia, com o fito de produzir o maior número possível de baixas entre