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0004 | II Série C - Número 015S | 24 de Janeiro de 2004

 

No caso de Portugal, uma recuperação sustentada da actividade económica está dependente de uma consolidação do quadro macroeconómico internacional. As previsões do Banco de Portugal (BP) apontam para uma retracção do PIB em 2003 e para um crescimento de apenas 1% em 2004, estando assim adiada para 2005 a retoma de um crescimento em consonância com o potencial. A inflação deverá manter-se a um nível reduzido. Na área do euro, o BCE prevê uma inflação média de 2% em 2003 e 1,3% em 2004, ao passo que em Portugal o BP antevê uma inflação média de 3% em 2003 e 1,7% em 2004.
De acordo com estas perspectivas, é possível que se verifique uma manutenção da mais recente tendência de evolução das taxas de juro de longo prazo. O actual nível de taxas é ainda muito reduzido, quer na área do euro, quer nos EUA, pelo que uma recuperação da confiança dos agentes económicos, relacionada com os estímulos de política económica anunciados e com uma aceleração do crescimento nos EUA, em conjunto com um aumento da oferta de dívida pública, deverão contribuir para uma ligeira subida das taxas de juro face aos níveis actuais.
Em Portugal os mercados financeiros deverão acompanhar esta tendência, com as taxas de rendibilidade das OT a subirem face aos mínimos registados no início do ano.

4. Mercado Secundário da Dívida Pública

4.1. Taxas de rendibilidade da dívida pública

O trimestre começou com uma forte subida das taxas de rendibilidade (sobretudo no longo prazo) em antecipação a um cenário de recuperação económica pós-conflito, que foi rapidamente posto em causa pela divulgação de indicadores económicos muito fracos, quer para os EUA quer para a Europa. As taxas continuaram a cair até meados de Junho, altura em que atingiram novos mínimos históricos. No curto prazo, as taxas de rendibilidade acompanharam parcialmente estas quedas, antecipando novas descidas nas taxas directoras dos bancos centrais, que vieram a concretizar-se já no mês de Junho. A 5 de Junho o BCE reduziu a sua principal taxa de refinanciamento em 50 p.b. e a 25 de Junho a Reserva Federal Americana também reduziu a sua taxa em 25 p.b.. Em meados de Junho, as taxas de rendibilidade de longo prazo começaram a subir novamente. No entanto, as taxas de rendibilidade das OT estavam, em média, no final do trimestre, cerca de 30 p.b. mais baixas em todos os prazos. As descidas foram mais pronunciadas nos prazos mais curtos verificando-se, por isso, um ligeiro aumento da inclinação da curva.

4.2. Diferenciais de custo de financiamento

Os diferenciais de custo de financiamento da República em relação aos restantes emitentes soberanos da área do euro continuaram a reduzir-se no 2.º trimestre de 2003, atingindo em meados de Junho o mais baixo diferencial face à Alemanha desde a introdução do euro: cerca de 6 pontos base (diferencial da taxa de rendibilidade da OT 5,45% Setembro 2013 face à curva alemã interpolada para esta maturidade). Esta evolução é reflexo da consistência da actual política de financiamento, da liquidez e eficiência do mercado das OT, mas também de uma reavaliação do desempenho relativo das finanças públicas de Portugal face à Alemanha.

4.3. Volumes de negociação

No 2.º trimestre de 2003 o volume de negociação no mercado secundário de OT atingiu novos máximos. No MEDIP/MTS Portugal, segmento cujos volumes correspondem a 50% do total de mercado de OT, o volume médio diário de transacções neste trimestre ascendeu a 552 milhões EUR, isto é, um novo máximo, representando um acréscimo de cerca de 36% face ao trimestre anterior. Na EuroMTS, os volumes transaccionados sobre OT permaneceram igualmente elevados. Por outro lado, no segmento de reportes sobre OT foram igualmente atingidos novos máximos na negociação efectuada nas principais plataformas electrónicas de negociação por grosso, tendo o volume médio diário transaccionado atingido no trimestre 535 milhões EUR.

5. Gestão da Dívida Pública

5.1. Operações de Financiamento
5.1.1. Emissão de Obrigações do Tesouro (OT)

Neste trimestre, as emissões de médio e longo prazo ascenderam a 1771 milhões EUR, montante que resultou da realização de dois leilões da OT 3% Julho 2006 (Quadro 1), após os quais o saldo vivo desta linha, lançada em Março deste ano, atingiu cerca de 4,3 mil milhões EUR, o que permitiu que esta série de OT passasse a ser considerada um título benchmark da área do euro, podendo atingir num curto espaço de tempo os 5 mil milhões EUR.