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O Sr. Luís Montenegro (PSD): - São contradições!

A Sr.ª Dr.ª Maria José Morgado: - Não são contradições, não! Porque eu não disse que ninguém me tinha pressionado a fazer assim ou assado. A única coisa que disse foi a respeito do pedido de demissão. Disse que não tinha sido da minha iniciativa, que tinha feito o pedido de demissão, ou o pedido de cessação da comissão, por sugestão do Sr. Director Nacional, mas que eu tinha aceite essa sugestão. Mas não classifiquei isso como pressão.
Depois, referi determinados factos, sobre os quais os Srs. Deputados fazem as interpretações que entendem e não tenho culpa disso. Eu fui factual e não tirei muitas conclusões. Fui meramente factual.
Quanto ao resto das questões que me coloca, de facto, foram perguntas com respostas: modelo que é modelo, que deixa de ser modelo e passa a ser modelo outra vez… Divergências que existiam e que não existiam… Talvez possamos concluir que nestas coisas, a realidade nunca parece o que é e nunca é o que parece.
Penso que já esclareci tudo nessa matéria.

O Sr. Presidente: - Obrigada, Sr.ª Dr.ª Maria José Morgado.
Estão inscritos a Sr.ª Deputada Adriana Aguiar Branco e, por último, o Sr. Deputado Marques Júnior.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Adriana Aguiar Branco.

A Sr.ª Adriana Aguiar Branco (PSD): - Sr. Presidente, vou ser rápida e reportar-me exclusivamente à questão da demissão da Sr.ª Procuradora.
Percebi hoje, aqui, que, do ponto de vista da Sr.ª Procuradora, a vítima nesta história é a Sr.ª Procuradora e, portanto, percebo que esteja ressabiada.
O que não percebi é quem é o carrasco e era o que gostava de perceber. O carrasco é o Sr. Dr. Adelino Salvado? O carrasco é a Sr.ª Ministra da Justiça? É o Sr. Ministro Paulo Portas?
Gostava de saber, em concreto, se considera que o Sr. Dr. Adelino Salvado agiu como agiu em relação à sua demissão de modo próprio ou como mandante da Sr.ª Ministra da Justiça ou de outros.
No caso de a Sr.ª Procuradora entender que ele agiu a mando da Sr.ª Ministra, gostava de saber se tem ideia de qual a razão ou razões profundas ou ocultas de tal perseguição, já que disse aqui, várias vezes, que nunca falou com ela e nem sequer a conhece. Portanto, parece estranho uma perseguição destas quando, afinal, nem sequer se conhecem.
É que, realmente, uma tal perseguição, uma tal cabala que montaram contra a Sr.ª Procuradora, apenas por razões de excesso de protagonismo, de facto, a mim sabe-me a pouco.
Também gostava de saber se a Sr.ª Procuradora tem provas, factos concretos que sustentem essa ideia da perseguição.
Vai desculpar que lhe diga que, se assim não for, fica a ideia de que, porventura, a Sr.ª Procuradora está a dar demasiada importância a si própria, está empolar a questão e, porventura, terá demasiados "gorilas" na cabeça em relação a uma suposta perseguição com o intuito de afastá-la.
Por último, queria dizer-lhe que gostei muito das suas declarações iniciais, quando disse que não se deixava embarcar em politiquices. Porquê, então, esta viragem? É que, na verdade, está a deixar-se embarcar em politiquices. Será que as politiquices de ontem são a reserva de hoje? De facto, "não condiz a cara com a careta".

A Sr.ª Odete Santos (PCP): - Sr. Presidente, posso fazer uma interpelação à Mesa?

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Odete Santos (PCP): - Queria definir aqui qual o papel de um Deputado numa comissão de inquérito. É que acho que é preciso definir se é ou não para averiguar factos.
Depois - e é por isso que isto tem demorado tanto tempo! -, as considerações que os Srs. Deputados estão a fazer são para ser feitas numa reunião em que apreciaremos os factos…
Isto tem demorado muito por causa das considerações…

O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada Odete Santos, deixe-me responder duas coisas à sua interpelação.
Em primeiro lugar, é evidente que, se me pede que tenha um papel paternalista no sentido de tentar instruir os Srs. Deputados sobre o que lhes cabe nas comissões de inquérito, a minha resposta é, directamente, "não!". Nunca embarcarei numa tarefa desse género porque penso que todos os Srs. Deputados são meus iguais ou meus superiores no entendimento que têm das suas funções neste Parlamento.
Em segundo lugar, relativamente ao tempo, deixe-me dizer-lhe que a senhora está a ser profundamente injusta, porque todos os que estão aqui desde o início sabem perfeitamente que, se juntarmos todo o tempo que os Srs. Deputados falaram nesta sala, verificamos que, no máximo, ele não vai além de duas horas. E se esta reunião tem demorado é porque a Comissão tem entendido (o meu critério tem sido esse e ainda ninguém me chamou a atenção para isso) que a depoente tem o direito de expor livremente tudo aquilo que entender.

A Sr.ª Odete Santos (PCP): - Exactamente! Estou de acordo com isso!

O Sr. Presidente: - E se a Sr.ª Deputada não concorda com isso, é a esse tempo perdido que a Sr.ª Deputada deve apontar o dedo pelo atraso da hora e não aos Srs. Deputados, porque isso é injusto.

A Sr.ª Odete Santos (PCP): - Sr. Presidente, dá-me licença? É que o Sr. Presidente censurou-me de eu estar a dizer que era o tempo da depoente e eu não disse nada disso.

O Sr. Presidente: - A Sr.ª Deputada disse rigorosamente o contrário. Eu disse que é injusto dizer que são os Srs. Deputados que estão a perder tempo. Foi o que eu disse, porque a sua acusação foi que os Srs. Deputados não estavam a interpretar bem o seu papel e, por causa disso, estávamos aqui há muito tempo. Ora, eu acho que isso é injusto e que a Sr.ª Deputada não tem razão, porque se a Sr.ª Deputada se der ao trabalho de, depois, ouvir a gravação e somar o tempo de intervenção de todos os Srs. Deputados, verificará que esse tempo não vai além de, provavelmente, duas horas ou duas horas e pouco, se tanto.