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3 | - Número: 003 | 11 de Outubro de 2008


O Presidente do Parlamento anfitrião do IV FPIA, Ruben Orellana, comparou as sociedades a organismos vivos, cujas células devem encontrar-se em bom estado para permitir um desenvolvimento pleno das sociedades. A juventude, nas suas palavras, é um elemento (célula) fundamental na renovação das sociedades, sendo que é esta faixa etária que assegura a existência das mesmas. Desta forma, asseverou ser cada vez mais importante apostar em políticas públicas para capacitar, desde cedo e de uma forma holística, a juventude ibero-americana, destacando, ainda, a importância de formar jovens com um pensamento crítico.
Além disso, referiu que a tecnologia é uma ferramenta que deve ser utilizada para facilitar e melhorar os padrões de qualidade de vida do homem, jogando aí os jovens um papel de acrescida responsabilidade.
Salientou, também, a importância de termos jovens «multilinguistas» para melhor enfrentarem as exigências de um mundo globalizado, bem como a necessidade dos Estados ibero-americanos promoverem, efectivamente, medidas que levem os jovens a enveredar por cursos que detenham uma capacidade real de enfrentar as actuais e as perspectivadas exigências e especificidades do mercado de trabalho. Por fim, defendeu ainda a inevitabilidade de os Estados ibero-americanos olharem, com urgência, para as necessidades mais básicas e prementes dos jovens, como sejam a saúde e a alimentação, pois, afirmou, «um estômago vazio não é positivo para o desenvolvimento de uma sociedade».
O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique Iglesias, recordou o facto de o ano de 2008 ter sido declarado como o «ano ibero-americano para a juventude», salientado que a juventude representa cada vez mais um factor de energia e criatividade que deve ser tomado em conta pelos políticos do espaço ibero-americano na construção das suas sociedades. Destacou, também, alguns desafios que os 106 milhões de jovens entre os 15 e os 24 anos, segundo a Organização Ibero-Americana da Juventude, enfrentam neste espaço regional, como seja o acesso ao mercado de trabalho. Além disso, salientou que o modelo económico latino-americano apresenta algumas insuficiências estruturais, dando como exemplo o facto de, por cada posto de trabalho formal, serem criados três postos de trabalho informais. Referindo que hoje vivemos numa sociedade do conhecimento e de concorrência, destacou a vulnerabilidade de muitos jovens que, acabando por ficar excluídos da sociedade, são recrutados e integrados em redes de crime organizado. Por fim, afirmou ser necessário apostar numa educação de qualidade, numa cultura de paz, num emprego de qualidade e, sublinhou, na edificação de um espaço para a participação política efectiva dos jovens nos Parlamentos.

2.2. — Mesas de trabalho: Durante a realização do IV FPIA, o tema principal foi debatido em três mesas de trabalho, a saber:

Mesa n.º 1: — «Novas tecnologias: efeitos e benefícios»; Mesa n.º 2 — «Cultura democrática: a participação na política e nos parlamentos»; Mesa n.º 3 — «Emprego, formação profissional e acesso a oportunidades».

O Presidente da Assembleia da República, Dr. Jaime Gama, presidiu à Mesa n.º 3. Além disso, o Deputado António Galamba integrou a Mesa n.º 1; os Deputados João Oliveira, Marisa Macedo e João Semedo integraram a Mesa n.º 2, enquanto o Deputado José Cesário integrou a Mesa n.º 3.
A Mesa n.º 1 reflectiu sobre a importância de democratizar o acesso às novas tecnologias, defendendo o aumento da cobertura energética como forma de permitir um maior acesso aos meios tecnológicos, sobretudo nas áreas rurais. Além disso, foi ainda sustentada a necessidade de integrar, desde cedo, as ferramentas tecnológicas nos sistemas e processos educativos como forma de promover novas competências e saídas profissionais. A este propósito, foi recordado que 25% da população jovem da América Latina são jovens, sendo que apenas 58% dessa população está empregada. Paralelamente, foi defendido que os parlamentares e os governos do espaço ibero-americano devem criar legislação e implementar medidas que diminuam os impactos negativos das novas tecnologias. Além disso, e no caso da Internet, foi defendida, entre outros aspectos, a necessidade de proteger os dados dos seus utilizadores e proteger os utilizadores que ali realizam o denominado «comércio electrónico».
Neste âmbito, e a propósito do tema das novas tecnologias, o Deputado António Galamba defendeu a importância de ser criada uma plataforma digital na Internet que permita atribuir uma maior regularidade e consequência aos trabalhos do FPIA, podendo ali ser colocada, inter alia, informação sobre os diversos Parlamentos do espaço ibero-americano e sobre os trabalhos dos Fora. Adicionalmente, defendeu o recurso progressivo a energias alternativas e renováveis, como forma de contornar a falta de acesso à energia