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5 | - Número: 029 | 23 de Maio de 2009

prosseguir os mesmos objectivos. No debate que se seguiu o enfoque foi colocado na necessidade de se integrar o mundo inteiro nas medidas que se devem tomar pois o sol e o céu não têm fronteiras o que significa que todos sofrem as consequências das acções de cada um.
Este primeiro dia de trabalhos foi encerrado pela Sr.ª E. Papadimitriou que agradeceu a participação de todos e considerou que este tema deve manter-se como uma preocupação premente dos países membros da APM.
A reunião do segundo dia de trabalhos foi dedicada ao Grupo Especial de Trabalho sobre Gestão de Catástrofes e foi presidida pelo Presidente da Delegação de Portugal e Vice-Presidente da APM, Deputado José Junqueiro, que desempenhou igualmente as funções de co-relator.
O Sr. Deputado José Junqueiro iniciou a reunião com os agradecimentos à Câmara dos Representantes de Chipre e aos membros da Delegação cipriota à APM pelo acolhimento destes trabalhos. De seguida, referiu que é a primeira vez, no âmbito dos Grupos Especiais de Trabalho, que a APM discute matérias relativas à Gestão de Catástrofes. Perante as catástrofes que atingem a região mediterrânica, como aconteceu recentemente na Grécia e em Portugal, as Delegações parlamentares à APM exprimiram a sua vontade de implementar uma cooperação reforçada entre todos os Estados membros no âmbito da protecção civil e da troca de experiências entre o Norte e o Sul do Mediterrâneo. É neste quadro se hoje tem lugar a primeira reunião deste Grupo Especial de Trabalho.
Dirigindo-se a todos os participantes o Sr. Deputado José Junqueiro afirmou:

Caros Colegas, As alterações climáticas provocam e intensificam os fenómenos climáticos extremos e as catástrofes naturais (inundações, seca extrema e incêndios) que se sucedem em intervalos cada vez mais curtos à escala planetária e que ocasionam danos graves ao nível de perdas de vidas humanas, de degradação do ambiente e de recessão da actividade económica.
Também a diversidade biológica está ameaçada pelas catástrofes naturais.
Depois do tsunami de 2004 os riscos naturais estão no centro das nossas preocupações. A subida arrasadora das marés que assolou a região asiática a 26 de Dezembro fez mais de 220 000 vítimas e lembrou violentamente ao mundo a sua vulnerabilidade perante os riscos naturais.
Para fazermos face a estes riscos é necessário que os países coordenem os seus esforços em matéria de prevenção e de organização do socorro. Os desastres naturais exigem a tomada de medidas colectivas, concertadas e solidárias, não esquecendo que a prevenção das catástrofes naturais contribui de forma importante para a efectivação do desenvolvimento sustentável.
Perante a ameaça de catástrofes naturais devemos mobilizar todos os nossos esforços. Encorajar e manter a troca de dados e informações com instituições nacionais e internacionais que trabalhem nesta área e actuem em todo o mundo.

Depois desta intervenção, o Sr. Deputado José Junqueiro apresentou o Sr. Michel Jarraud, SecretárioGeral da Organização Mundial de Meteorologia (OMM) para uma intervenção sobre o papel da OMM na identificação das alterações climáticas e de uma melhor prevenção das catástrofes naturais.
O Sr. M. Jarraud iniciou a sua apresentação com uma síntese do papel da OMM no estudo das questões climáticas, depois fez um esclarecimento sobre a percepção de «tempo» e «clima». Referiu que o clima depende de um conjunto de variantes e de uma interacção complexa de diferentes elementos, considerou que o aquecimento mundial é inequívoco ao qual não está apenas associado o aumento das temperaturas do ar mas também a subida do nível dos oceanos e a frequência e intensidade dos acontecimentos extremos.
Destacou que no final deste século, as temperaturas terão aumentado cerca de 3ºC, embora este valor não seja igual para todo o globo sendo que em alguns territórios poderá ascender a 5.ºC, já o nível da água do mar pode subir cerca de um metro.
De acordo com o Sr. M. Jarraud, estas alterações climáticas têm igualmente um grande impacto na saúde das populações (ex: a malária tenderá a expandir-se pois as condições de desenvolvimento do mosquito também se expandirão), na segurança alimentar (quando se fala de agricultura necessariamente tem de se falar do clima) e, sem dúvida, têm grande impacto económico. Nenhum sector económico ou social está imune