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5 | - Número: 025 | 18 de Maio de 2013

Porém, a presença militar russa naquelas duas regiões cria instabilidade e aumenta a tensão. De acordo com o Ministro da Defesa Georgia, Irakli Alasania, o seu país está a fazer tudo para evitar uma escalada da tensão na região. E já decidiram que a opção militar não será usada contra a ocupação russa na Abkazia e na Ossétia do Sul.
De resto, segundo afirmou, não vêm uma ameaça de um ataque iminente da Rússia. E disse também que a Georgia não fará nenhum movimento que possa dar pretexto a ataques.
Segundo Philippe Lefort, representante especial da União Europeia para o Cáucaso Sul e a crise na Geórgia, o conflito nas duas regiões ocupadas só deverá ter uma resolução a longo termo. A União Europeia adotou uma política de não reconhecimento e de envolvimento relativamente à Abzkazia e Osssétia do Sul.
Segundo Lawrence Seets, Diretor do Projeto Cáucaso, do International Crisis Group, a Georgia e a Rússia precisam de ultrapassar as suas principais diferenças, para assim também poderem resolver o conflito. E também devem trabalhar mais em conjunto em domínios como a segurança, o comércio e outros, de forma a criarem pontes de entendimento. Seria importante se fossem abertas algumas fronteiras para desanuviar a situação e fomentar o trânsito comercial. Considera ainda que a UE deve continuar a desempenhar o seu papel estabilizador. A Rússia, no entanto, não está muito empenhada na resolução dos problemas de segurança ou relacionados com as populações deslocadas causadas pela ocupação.
De acordo com Ketevan Tsikhelashvili, vice-ministra da Geórgia para a Integração, o seu país tem procurado mudar de paradigma relativamente à resolução do conflito. Há um esforço por parte da Geórgia de normalizar as relações com a Rússia, ao mesmo tempo que mantém as aspirações de aderir à NATO. Quando discutem a normalização das relações com a Rússia, baseiam-se muito nas discussões de Genebra (segurança e ajuda humanitária), como o não uso da força para a resolução das ocupações, o cessar-fogo e as missões humanitárias nos territórios ocupados. As populações têm restrições à liberdade de circulação, de trânsito de mercadorias. Todas as organizações internacionais saíram dos territórios e são rejeitadas pelas forças ocupantes. Só restam as conversações de Genebra.
Está em curso um projeto de construção de uma linha de caminho-de-ferro que atravessa a Abkazia, que os russos rejeitam, que também os abkazes rejeitaram oficialmente numa primeira fase, mas posteriormente vieram a mostrar alguma abertura.

2.1. O conflito no Nagorno-Karabah O conflito no Nagorno-Karabah tem outros contornos. O diretor do NATO Liaison office para o Cáucaso, William Lahue, considera mesmo que o conflito no Nagorno-Karabah é uma bomba relógio às costas da NATO e pode alastrar para os países em redor. A instabilidade na zona tem levado a que os três países do Cáucaso Sul tenham vindo a fortalecer as relações com a NATO.
Thomas de Waal, do Programa Rússia e Eurásia do Carnagie Endowment for International Peace, afirma que, para os russos, o Cáucaso Norte é mais prioridade que o Sul e que o conflito de Nagorno-Karabah pode pôr em causa o abastecimento energético ao Ocidente. A construção de vias de comunicação na região do Cáucaso poderia ajudar à aproximação entre os países e a uma mais fácil resolução dos conflitos.
Na sua opinião, a Rússia devia compreender que a ocupação não lhes traz nada e que é considerada como um fardo insuportável económica e politicamente. Considerou negativo que a Europa não tenha observadores nas zonas ocupadas, porque isso poderia mudar a perceção que se tem do conflito.
Philippe Lefort afirma que a paz é uma condição absoluta para a paz na região e é um obstáculo considerável para o desenvolvimento da região Nagorno-Karabah.
O conflito do Nagorno-Karabah tem vindo a ser abordado com base nos Princípios de Madrid e com os esforços diplomáticos do Grupo de Minsk. Disse que a União Europeia está pronta para colaborar na reconstrução e reconciliação. Disse ainda que não há conflito sem uma solução, mas que é necessário haver um plano.
Há resoluções da ONU que pedem a saída incondicional de Nagorno-Karabah, que nenhum país reconhece, nem mesmo a Arménia.
Todos os dias há violação do cessar-fogo no Nagorno-Karabah. É, por isso, preciso libertar o território, mas é fundamental que exista pressão internacional nesse sentido, considerou Fariz Ismailzade, vice-Reitor da Academia Diplomática do Azerbeijão