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II SÉRIE-D — NÚMERO 2

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Artificial Intelligence: The Future is here

Quarta-feira | 31 de julho | 15:30

Este painel, moderado pela Sr.ª Heather Morton da NCSL, iniciou-se com as alocuções dos Srs. Rich

Ehisen, editor do StateNet Capitol Journal, Michael Hayes, diretor da Consumer Technology Association e

Osonde Osoba, engenheiro na RAND Corporation.

O Sr. Rich Ehisen iniciou a sua intervenção, esclarecendo que o recurso à inteligência artificial já faz parte

do dia a dia de grande parte da população mundial, referindo, em específico, a sua utilização em motores de

busca, veículos autónomos e serviços como a alexa da amazon. Considerou relevante antecipar as

repercussões que a contínua massificação desta tecnologia irá provocar, dando como exemplo o impacto da

expansão de veículos autónomos, uma vez que 12% da força de trabalho dos EUA está alocada à logística e

que condutor de pesados é a primeira ocupação em 27 dos 50 Estados. Neste sentido alertou para que a classe

política acompanhe este fenómeno de forma organizada, sugerindo regulamentação que permita abrandar a

inevitável ubiquidade da inteligência artificial, ajustado o ritmo de implementação à capacidade da sociedade

em ajustar-se a esta nova realidade. Concluiu, dando nota da dificuldade em equacionar as ramificações futuras

desta tecnologia, razão pela qual insistiu na necessidade de criar estruturas dedicadas à monitorização e

acompanhamento da evolução da inteligência artificial em específico.

Seguidamente, tomou a palavra o Sr. Michael Hayes para referir que a associação a que pertence lançou

um grupo de trabalho direcionado a identificar políticas prudentes que devem ser adotadas na gestão deste

tema, sublinhando a necessidade de avaliar as consequências desta tecnologia na vida das pessoas e nos seus

empregos. Na opinião do orador, a mudança gerada pela inteligência artificial não se fará sentir de forma

repentina, pelo contrário, não só esta tecnologia já faz parte do nosso dia a dia como irá gradualmente expandir-

se, assumindo um papel cada vez mais relevante em todos os aspetos da sociedade moderna e que à medida

que a inteligência artificial assume este protagonismo na vida das pessoas, levanta questões cada vez mais

complexas, identificado três áreas distintas, onde o impacto se fará sentir a curto prazo: emprego, preconceito

e segurança. Não obstante, referiu que a expansão da inteligência artificial representa um benefício para a

sociedade no seu todo e para a economia em particular, alertando para um eventual pânico regulatório que pode

estrangular o desenvolvimento tecnológico nesta área.

Mais disse, sobre as preocupações com a expansão da inteligência artificial expressas anteriormente, que

recai sobre as empresas tecnológicas e a classe política, em conjunto, adereçar essas preocupações e que os

potenciais benefícios desta tecnologia não podem ser desprezados em detrimento de alguma ignorância sobre

a matéria. Concluiu, referindo que potenciar o desenvolvimento desta tecnologia é uma responsabilidade de

todos, incluindo órgãos de poder estadual e local, que devem procurar estabelecer parcerias com empresas do

setor, de forma a facilitar o desenvolvimento responsável.

A seguir, interveio o Sr. Osunde Osoba, para referir que a inteligência artificial encerra em si o potencial para

revolucionar a forma como o ser humano interage com o mundo que o rodeia, permitindo reconhecer padrões,

encontrar soluções e aprender com os próprios erros. Informou que é favorável a uma definição expansiva do

termo inteligência artificial, que inclui toda a tecnologia que permite atingir objetivos computacionais no mundo

em que vivemos.

Aludido à questão do preconceito, deu nota de alguns efeitos nefastos da aplicação incorreta desta

tecnologia, destacando-se o denominado filtro bolha, que consiste na disponibilização de informação feita à

medida do utilizador. Esclareceu o processo que produz este efeito, referindo que um algoritmo analisa as

pesquisas de um individuo, estabelecendo um perfil singular de interesses, e com base nesse perfil, disponibiliza

apenas aquelas notícias que correspondem às suas preferências. Esta tendência acaba por reforçar ideias

preconcebidas, limitando a exposição ao contraditório, incentivando à polarização da sociedade.

No que se refere à aplicação de inteligência artificial em instituições, identificou três áreas em que o

surgimento desta tecnologia introduz novos desafios: equidade, privacidade e trabalho.

Em relação à equidade, deu nota de um estudo4 que aponta para a utilização de algoritmos nos processos

de decisão como forma de promover sociedades mais equitativas. A transferência do poder de decisão do

homem para modelos computacionais que operam segundo princípios de racionalidade e imparcialidade,

4 https://hbr.org/2018/07/want-less-biased-decisions-use-algorithms