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3 DE DEZEMBRO DE 2021

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uma infopandemia, espoletada pela propagação de informação falsa, promovida por atores internos e externos.

Mais disse que inquéritos e outros mecanismos de monitorização de informação permitiram analisar o impacto

desta infopandemia, destacando-se a mudança na perceção do público sobre a perigosidade da doença e sobre

a atuação do Estado italiano na respetiva resposta, fruto da rápida disseminação de notícias falsas. Salientou

que a narrativa promovida culpava os alemães pela ausência de material medico-sanitário (máscaras e

respiradores), apresentando a China, em contraponto, como um benevolente benemérito. Referiu que a China

capitalizou sobre esta perceção enviando um avião com material medico-sanitário, numa aparente ação

propagandística, que denotava uma estratégia de comunicação concertada, não-orgânica, articulada e

promovida por Pequim. Esta interpretação, referiu, foi habilmente reforçada nas redes sociais, com a

interposição de imagens relativas à entrega do referido material no aeroporto, com imagens de cidadãos italianos

a aplaudirem o trabalho dos profissionais médicos à janela de suas casas, procurando transmitir uma ligação

entre os dois momentos. O impacto destas atividades fez-se sentir nas sondagens do Eurobarómetro, como

apoio à União Europeia a cair em toda a Itália. Fora do contexto da pandemia, sublinhou a fraca resposta ao

financiamento externo de partidos políticos, referindo que se trata de uma prática comum em Itália, que não

provoca uma condenação generalizada por parte da opinião pública. Prosseguiu, propondo que a identificação

de soluções nestas matérias só é viável se existir um largo consenso nacional sobre a tipificação e classificação

conceptual de notícias falsas e desinformação, aludindo ao atual bloqueio no parlamento italiano, que não tem

conseguido aprovar legislação sobre a matéria. Referiu que o programa NextGenerationEU é uma oportunidade

de excelência para promover a literacia tecnológica e desenvolver infraestruturas críticas, áreas chave no

combate a estas novas ameaças. Por fim, mencionou as interdependências complexas que caracterizam os

fluxos de aprovisionamento à escala global para frisar a urgência da Europa desenvolver capacidades próprias

nesta dimensão, reduzindo a sua dependência em setores estratégicos.

Laurynas Kasciunas começou por afirmar que o Século XXI configura-se num momento de afirmação de

poder da China, com impacto nas dinâmicas securitárias que caracterizam as relações entre blocos e entre as

principais potências. Neste quadro, referiu, urge decidir como melhor proteger a segurança comum da UE, tanto

a nível internacional como a nível nacional. Considerou que o ocidente tende a observar o mundo através de

uma lente neoliberal, enquanto a China tem vindo a promover políticas protecionistas, procurando reduzir as

suas importações ao mínimo. Neste contexto, disse, a indústria avançada da União Europeia não consegue

assegurar a sua produção sem recurso a matéria prima e produtos intermédios de origem chinesa, limitando

significativamente a autonomia da União em setores tecnológicos de natureza estratégica, como a indústria da

defesa. Reiterou que o projeto chinês procura maximizar o protecionismo e capitalizar sobre a abertura dos

mercados internacionais para captar fluxos financeiros e tecnologias, notando que este esforço é efetuado a

nível bilateral e, dada a diferenciação de poder entre as partes, alguns países não demonstram grande

capacidade de resistência à pressão de Pequim. Sublinhou que o plano económico chinês para o horizonte

2020-2025 tem como propósito assegurar a integração vertical da indústria chinesa, com vista à produção de

bens de valor acrescentado, que resultam, em parte, da captura de tecnologias desenvolvidas no ocidente.

Opinou que a China pretende ser um ator de relevo nos mercados europeus através do controlo indireto de

setores estratégicos, e assim assegurar o seu acesso a infraestruturas críticas, um vetor de vulnerabilidades

para a maioria dos Estados-Membros. Sobre a situação na Lituânia, deu nota do trabalho já desenvolvido com

vista a garantir a independência tecnológica do país, em particular no que se refere ao aprovisionamento de

infraestruturas críticas. Informou que a Lituânia dá primazia a tecnologias desenvolvidas pelos seus parceiros

estratégicos no ocidente, criticando as regras da contratação pública de outros Estados-Membros por serem

demasiado permissivas a influências externas. Sublinhou que a Lituânia foi dos primeiros países da União

Europeia a adotar um mecanismo de triagem de países terceiros, importante na monitorização do financiamento

de empresas estratégicas e na filtragem de fornecedores de tecnologias críticas. Em resultado, a Lituânia limitou

o acesso ao mercado 5G a empresas da União Europeia, considerando impensável que países membros da

OTAN ficassem dependentes de material chinês para manter as suas redes de comunicação. Mais disse que,

em resultado desta decisão, o país está a ser processado por violação das regras de contratação pública da