O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

II SÉRIE-D — NÚMERO 15

4

respeito pelos Direitos Humanos».

Aberto um momento de perguntas e respostas, o Deputado Porfírio Silva perguntou à candidata se estava

satisfeita com o desenrolar do processo eleitoral. A candidata respondeu que o tempo que teve para se

preparar «foi manifestamente curto», imputando a culpa as entidades responsáveis pela organização do ato

eleitoral. Disse que existiam injustiças a decorrer como, por exemplo, a utilização de meios do Estado para a

deslocação aos distritos para fazer campanha eleitoral, violando o calendário eleitoral por membros do

Governo. Referiu que os membros do governo, ao utilizar meios do Estado, levam «água, dinheiro e até arroz»

aos eleitores, considerando a candidata uma violação do quadro legal.

Referiu que a presença das Missões de Observação Eleitoral em Timor-Leste, nomeadamente a da CPLP,

é relevante para «evitar a falsificação no processo de contagem», mas acusou ao mesmo tempo os

Presidentes dos Centros de Voto2 como sendo, na sua totalidade, militantes ativos da Frente Revolucionária

de Timor-Leste Independente (FRETILIN), o que, considerou, coloca em causa o processo eleitoral. Acusou

ainda a CNE timorense de uma «instituição corrupta» e aliada ao partido político no poder.

A candidata notou ainda que é «importante cumprir a Constituição» e assegurar a manutenção da relação

com a CPLP, Indonésia, Austrália e a Malásia.

Defendeu os setores produtivos do país, como os produtores de agricultura locais com o objetivo de

conseguir exportar os seus produtos para o estrangeiro para contrabalançar a dependência das exportações

do país.

Disse que, caso fosse eleita, garantiria a estabilidade política que é uma premissa das funções do

Presidente da República, tarefa que não tem sido alcançada pelo atual Chefe de Estado.

Em resposta à questão colocada sobre o papel da mulher na sociedade, disse ser «relevante no que diz

respeito ao trabalho doméstico» e destacou vários problemas que existem na sociedade timorense, como a

violação dos direitos das mulheres e de crianças e que é necessário criar uma estrutura de apoio a casos de

violação dos direitos das mulheres e das crianças.

Por último, referiu-se ao processo de descolonização imputando «responsabilidades ao Estado português»

que tem a «responsabilidade de ajudar na criação de infraestruturas» que apoiem o desenvolvimento,

nomeadamente no que diz respeito ao eixo da cooperação.

Sobre o problema dos «grupos de artes marciais», associados ao partido político com assento parlamentar

KHUNTO, referiu que têm de ser criadas as leis que regulem o setor.

De seguida a MOE deslocou-se e reuniu com o candidato Martinho Gusmão que se definiu como um

«Padre com autorização do Papa para concorrer» às eleições presidenciais timorenses. Referiu que concorreu

por perceber que «as causas não estão em linha com os objetivos traçados no passado».

Referiu que Portugal «abandonou Timor-Leste», isolando o país na altura da independência, no

seguimento da revolução do 25 de Abril de 1974.

No que ao plano político se refere, indicou que existe uma rivalidade entre Xanana Gusmão (CNRT) e Mari

Alkatiri (FRETILIN) por concorrem para a liderança, através dos respetivos partidos políticos, do país.

Afirmou que o resultado será «surpreendente», levando a uma segunda volta das eleições, que serão

contestadas pelo próprio e pelo candidato José Ramos Horta (CNRT). Em tom assertivo previu conflitos

graves entre os apoiantes dos diferentes partidos políticos.

Referindo-se ao tópico da educação ressalvou a importância da formação dos jovens, através de um

ensino público de qualidade, que, sublinhou, tem merecido o apoio do Estado português nos últimos anos,

através dos programas de cooperação assinado entre os dois países, no eixo da educação.

Por último, referiu da existência de desigualdades dos candidatos no acesso aos meios de comunicações

social, dirigindo a crítica à CNE que «escolheu meios de comunicação privados» para a divulgação da

informação sobre as eleições, sendo que a maioria da população não tem acesso a esse meio de

comunicação social.

De seguida a MOE deslocou-se até à sede de candidatura de Rogério Tiago de Fátima Lobato que no

seguimento da apresentação dos membros da MOE, começou por afirmar que os «tribunais não são

independentes» e referiu que os tribunais em Timor-Leste trabalham tendo como base o «nepotismo, por isso

2 Corresponde, no caso português, ao Presidente da Assembleia de Voto.