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II SÉRIE-D — NÚMERO 15

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Knopfli, permanecido na reunião de coordenação da MOE.

De seguida, a MOE recebeu a confirmação da possibilidade de reunir com o candidato José Ramos-Horta,

apoiado pelo CNRT. A MOE deslocou-se até à residência oficial onde reuniu com o candidato. No seguimento

da apresentação da MOE, José Ramos Horta começou por referir que podia descrever a situação política em

Timor-Leste como sendo resultado de «assaltos à Constituição». Referiu que o Presidente da República

usurpou dos poderes que lhe são conferidos na constituição, o que o levou a tomar, no passado, decisões

imparciais, referindo-se à crise política que se viveu no país.

Indignado, referiu que durante a pandemia não havia líderes políticos timorenses no interior do país, o que

resultou num maior isolamento das populações com a capital. Notou que era o único líder que lia e estava

atento aos assuntos da COVID e que tentou avisar o Presidente da República e o Primeiro-Ministro para o

surgimento da pandemia.

No que se refere aos jovens foi assertivo na sua alocação que tem como objetivo estabelecer um canal de

comunicação com essa camada da sociedade, com o objetivo de perceber os seus problemas e dar resposta

aos mesmos.

Indicou estar insatisfeito com o trabalho realizado em volta dos Orçamento do Estado no Parlamento

Nacional de Timor-Leste e foi perentório quando afirmou que, sendo eleito, dissolverá o Parlamento

Nacional de Timor-Leste, o que obrigará a realização de eleições legislativas antecipadas.

Referindo-se à economia do país, notou que entre 2007 e 2013 o crescimento do país rondou os 12%, pela

via do Fundo de Petróleo, que, com as suas receitas, «alcatroou 95% do país». Disse ainda que graças a

Xanana Gusmão Timor conseguiu alargar a sua zona de exploração do poço de petróleo «Greater Sunrise»,

no mar de Timor.

Sobre a alegada polémica instalada em torno de eventuais fraudes do processo e resultado eleitoral, referiu

que «não serão suficientes para alterar os resultados».

Sobre o tema da saúde, disse que não havia justificação para o problema da subnutrição infantil. Disse que

«eliminaram a malária em 2015» e que o dengue é muito difícil de erradicar devido à dificuldade em resolver o

problema de estagnação das águas no país. Concluiu, referindo estar satisfeito com a formação de médicos

que tem vindo a aumentar em número ao longo dos últimos anos.

Abordando o tema da justiça em Timor-Leste, é da opinião de ser eficaz, apesar de reconhecer que no

passado foram cometidos erros de apreciação e decisão de processos.

Em resposta a uma questão colocada pelo Deputado Porfírio Silva, sobre a política externa, disse que a

Associação das Nações do Sudoeste Asiático (ASEAN) é uma prioridade para o país, nomeadamente a

aceitação de Timor-Leste como membro de pleno direito na organização.

Sobre a CPLP, disse que é importante «manter as relações» com os Estados-membros da Comunidade,

pelos benefícios que decorrem da manutenção e reforço desses laços de amizade e de cooperação,

mormente nos eixos da educação, língua e na saúde.

Concluiu a sua intervenção referindo que com a realização de eleições legislativas antecipadas, no

seguimento da dissolução do Parlamento Nacional de Timor-Leste, Xanana Gusmão está «a apontar para

uma maioria absoluta».

Da parte da tarde, a MOE teve um encontro com as Embaixadas da CPLP acreditadas no país, Portugal e

Brasil, onde, através da representação portuguesa, se realizou um ponto de situação sobre a realidade política

do país, o desenvolvimento da economia, o processo eleitoral. Os membros da MOE foram alertados para o

surgimento de eventuais confrontos de fações políticas no seguimento do anúncio dos resultados eleitorais.

Às eleições presidenciais de 19 de março concorreram 16 candidatos, disputando o voto de mais de

859 613 eleitores de uma população (projeção de 2019), 1 280 743 de habitantes.

Nestas eleições concorreram os seguintes candidatos:

1 – Isabel Ferreira;

2 – Hermes da Rosa Correia Barros;

3 – Ângela Freitas;

4 – Rogério Lobato;