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nomeadamente depois da queda de Yanukovich, assumiu a Ucrânia como palco

privilegiado.

A IV Cimeira da Parceria, ocorrida em dezembro de 2021, em Bruxelas, acabaria por

decorrer já à sombra da ameaça de intervenção militar russa, com pedidos de aplicação

de sanções à Rússia por parte do Presidente ucraniano, ilustrando bem as limitações da

abordagem europeia relativamente à questão da segurança e soberania das repúblicas

do ex-bloco soviético que integram a Parceria.

4. A busca de soluções.

As conversações, recentes, sobre a questão ucraniana iniciaram-se bilateralmente entre

Rússia e Estados Unidos, acontecimento visto por muitos como uma declaração

informal da irrelevância da Europa na matéria, habituada a seguir os passos norte­

americanos.

Convém relembrar a passividade da Europa até à deflagração do separatismo no

Donbass, em cuja sequência a França e a Alemanha, com um conflito armado às suas

portas, passaram a ter intervenção de maior proximidade a coberto dos Acordos de

Minsk, em setembro de 2014. Passados 8 anos de impasse, Washington centralizou

todas as iniciativas, perante o silêncio da Europa, acusada pela Rússia de não possuir

autonomia estratégica. Desde logo, em 2019, com a retirada dos EUA do Tratado sobre

Forças Nucleares Intermédias, a Europa manteve-se silenciosa, apesar de serem

potencialmente os primeiros alvos russos deste tipo de armamento. Depois, em junho

de 2021, aquando do prolongamento por 5 anos do Tratado de Redução de Armas

Nucleares (New Start), durante o encontro Biden-Putin, a Europa rejeitou um princípio

de encontro com Putin tendente a marcar o interesse europeu nas relações com

Moscovo, muito por influência da Polónia (à cabeça do Grupo de Visegrado) que via em

tal propósito uma valorização das políticas agressivas de Putin, embora desejassem

verdadeiramente não perder a proteção dos Estados Unidos e da NATO, em face da

ameaça russa.

Nesta sequência, defendem alguns que os europeus ocidentais, a começar pela França,

tiveram falta de visão e de coragem política para amenizar algumas das iniciativas

americanas, tendo declinado a oportunidade de propor um quadro de negociações mais

inclusivo e multilateralizado, capaz de suster o ressurgimento de linhas de fratura no

continente europeu.

II SÉRIE-D — NÚMERO 22 _____________________________________________________________________________________________________________

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