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II SÉRIE-E — NÚMERO 11

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10,1% nos Crimes contra o Estado, nos Crimes contra o património uma diminuição de registos equivalente a

menos 4,9%, menos 1,3% nos crimes contra as pessoas.

Na criminalidade mais participada verifica-se em 2014 que o crime de furto representa 40% do total das

participações de natureza criminal registadas, apresentando tendências de descida nomeadamente no crime de

furto de metais não preciosos (menos 37,1%), furto em residência com arrombamento, escalamento ou chave

falsa (menos 13%) registando, todavia, um aumento de mais de 36,3% no crime de furto por carteirista (com um

aumento de 3721 registos) e mas 9,2% no denominado furto de oportunidade/de objetos não guardados.

O “crime rodoviário”, no seu conjunto, sofreu uma diminuição de 16,5% relativamente ao ano 2013, o que

significa menos 6.310 participações registadas.

O crime de burla, o crime de tráfico de estupefacientes e o crime informático, apresentam tendências de

crescimento.

O crime de dano, o crime de roubo, o crime de ofensas voluntárias à integridade física, apresentam

tendências de decréscimo.

O crime de violência doméstica “contra cônjuge ou análogos” continua a apresentar um elevado número de

participações, com um aumento de 31 registos em relação ao ano de 2013.

No que respeita à criminalidade violenta e grave, associada a violência física ou psicológica, há uma

diminuição de 1086 participações, o que equivale ao decréscimo de 5,4% relativamente a 2013, sendo o

resultado global de 19.061 participações no ano de 2014.

1.2 Ameaças globais à Segurança Interna

No capítulo da caracterização da segurança interna, o RASI procede ao exame dos fenómenos de natureza

distinta que em 2014 são considerados “ameaças globais com reflexos na Segurança Interna” como o terrorismo,

a espionagem, a proliferação de armas de destruição maciça, a criminalidade organizada, as ciberameaças e

os extremismos políticos e ideológicos.

O RASI assinala um aumento da ameaça representada pelo terrorismo jihadista (conotado com a Al Qaida,

com o Grupo Estado Islâmico e grupos afiliados), uma nova dinâmica da espionagem clássica de foro político e

militar, no atual contexto europeu, (sendo expectável que o mesmo se verifique em Portugal com o intuito da

recolha de informação da posição do Governo português em matéria de política externa nos seus objetivos

estratégicos da diplomacia económica).

O ambiente de crise económica criou condições favoráveis para o acesso não-autorizado ao conhecimento

científico com elevado potencial económico para o tecido empresarial português, propiciando a transferência de

conhecimento e de recursos humanos para empresas estrangeiras, em alguns casos a coberto de atividades

clandestinas de recolha de informação sensível e, neste quadro de espionagem económica o RASI destaca a

candidatura de Portugal a uma das maiores extensões da plataforma continental do mundo, como foco de

interesse para os serviços de informações estrangeiros, entre outras entidades, que procuram obter

conhecimento sobre as potencialidades, os recursos naturais, os operadores económicos, os projetos em curso

e os seus intervenientes.

Em 2014, foi evidente uma utilização estratégica do espaçoibérico por parte do crime organizado,

designadamente ao nível do tráfico de estupefacientes, no âmbito da criminalidade organizada transnacional,

sobretudo ao nível dos diversos tráficos. Todavia, Portugal continua a ser um território de trânsito para outros

mercados europeus. A este propósito, o RASI destaca a existência em território nacional de algumas estruturas

de pequena dimensão, que funcionam como redes de apoio/facilitação da atividade/interesses do crime

organizado transnacional.

Ao nível do crime económico, e do branqueamento de capitais em particular, continua a ser uma ameaça

a integração no espaço económico nacional de fluxos financeiros com origem nas atividades de estruturas

criminosas transnacionais. A proposta para a quarta diretiva relativa à prevenção da utilização do sistema

financeiro para efeitos de branqueamento de capitais e de financiamento do terrorismo espelha a preocupação

partilhada no seio da União Europeia sobre os sistemas extra-bancários, como as instituições de pagamento e

respetivos agentes ou os novos métodos de pagamento de base web.