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gestão) que se defende para a área. O modelo que está a ser implementado na área após os

incêndios de 2017, embora não partilhado com a sociedade em geral, é aquele que mais se

ajusta à realidade biofísica, social e económica da região e do país? Os objetivos definidos

previamente (PGF de 2010) são ainda atuais considerando as expetativas da sociedade em

relação às matas nacionais e ainda as alterações sociais e ambientais, entretanto verificadas? A

composição e estrutura ecológica da mata que parecem estar a ser favorecidas são ainda

aceitáveis? É aceitável ainda que os municípios e os cidadãos não estejam envolvidos na

definição do conceito de mata nacional de Leiria para o futuro nem na sua gestão?.

Também os modelos de silvicultura a serem utilizados dependem da rápida elaboração do novo

Plano de Gestão Florestal, o que permitirá criar um documento enquadrador em vez de ações

dispersas e não integradas, desde intervenções do ICNF a outras decorrentes do mecenato e

voluntariado. Naturalmente o PROF-CL deve igualmente estar subjacente a estas ações, bem

como outros instrumentos de planeamento relevantes como são os PDM e o PMDFCI. De

qualquer modo, é muitas vezes insuficiente deixar que as dinâmicas da vegetação natural se

desenvolvam naturalmente, pela via seminal e/ou vegetativa pós-incêndios, sem ações de

restauro ativas, nomeadamente na orla costeira, devendo todo o território da MNL ser

cartografado de modo a definir a intervenção em todos os talhões.

Não queremos assim deixar de salientar a necessidade de revisão do Plano de Gestão Florestal

da Mata Nacional de Leiria (MNL), o qual tem já 10 anos, sendo a situação atual completamente

distinta daquela verificada antes do impacto combinado dos incêndios de 2017 e do furacão

Leslie, o que exige uma planificação pormenorizada em função da situação atual, tanto mais que

o PROF-CL que lhe serve de apoio foi aprovado em 2019.

A revisão do Plano de Gestão Florestal, na perspetiva do OTI, constitui uma oportunidade para

reavaliar os conceitos, funções e objetivos, ordenamento e gestão das matas nacionais litorais,

ajustando-as às expetativas da sociedade e condições biofísicas atuais, após os trágicos

acontecimentos de 2017. É igualmente uma oportunidade para melhorar processos participativos

de gestão pública com o envolvimento ativo da sociedade. Considera-se assim que a existência

de um Plano de Gestão Florestal para a MNL, mesmo que provisório, de caráter adaptativo, ou

em revisão, se reveste da maior urgência.

Modelos de silvicultura

Quer a CC-PRML (2018), quer o Observatório do Pinhal do Rei (2019) consideram que a

reflorestação da Mata Nacional de Leiria deverá ser feita favorecendo as espécies que sempre

foram dominantes neste espaço, “embora deva ser considerada a introdução de outras espécies

arbóreas que aumentem a biodiversidade e diminuam a propagação de incêndios”, o que implica

algum distanciamento em relação à situação de referência pré-incêndio, ou seja, de modo a evitar

a continuidade do modelo de monocultura de pinheiro-bravo e a presença crescente de eucalipto.

15 DE OUTUBRO DE 2020______________________________________________________________________________________________________

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