O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

dificuldades institucionais que gerou reduziram ainda mais o empenho que havia em fomentá-

lo.

Quanto à abrangência territorial, a opção tomada parece ter sido a de estender o programa a

um número tão grande quanto possível de aldeias, mas nem sempre usando os critérios de

prioridade que foram definidos. Esta opção correspondeu certamente a uma dispersão de

esforços, com um número muito elevado de aldeias e de freguesias – algumas de baixa

prioridade - e a uma eventual perda de eficácia do programa. Deverá ser revisto o critério

usado para definir os níveis de prioridade, atualmente baseado em parâmetros que não

consideram a especificidade do risco na interface urbano-florestal.

Quanto às ações a desenvolver, estas estão bem definidas, mas sabe-se que não é suficiente

designar um Oficial de Segurança e realizar um ou mais simulacros, para se assegurar que a

população irá mudar os hábitos e realizar ações de prevenção e de melhoria de

comportamento em caso de incêndio. Possivelmente deveria ser designada uma equipa que

assumisse essa função e apoiasse o OS no desempenho continuado da sua tarefa. Por outro

lado, deverá haver um cuidado redobrado com a consistência das mensagens transmitidas à

população. Conforme se referiu, nalguns simulacros, que membros do OTI acompanharam, foi

veiculada a ideia incorreta de que, em caso de incêndio, os habitantes da aldeia deveriam sair

todas das suas casas e prepararem-se para abandonar a aldeia. Nalguns casos era mesmo

anunciado que se iria proceder à evacuação da povoação num comboio de viaturas, estando a

aldeia já cercada pelo fogo.

Não é claro para nós o papel que a AGIF tem desempenhado neste Programa, para além da

realização de iniciativas, como a que foi mencionada, da visita de uma delegação do programa

WOF e da disseminação no seu website de alguns dos materiais de divulgação criados nos

PAS/PPS. A articulação entre este programa e outros existentes, como o do condomínio de

aldeias, a «floresta segura» da GNR, e outras iniciativas de âmbito privado, não parece ser a

melhor. A AGIF poderia e deveria funcionar como potenciadora da coerência e das sinergias

entre iniciativas já anteriormente em curso, como as ULPC, e os programas atuais da

responsabilidade das várias entidades oficiais e das comunidades.

O papel das autarquias deveria estar melhor definido. Por elas passam todas as iniciativas de

proximidade ao cidadão, desde as unidades locais de proteção civil, às «aldeias seguras» ou

aos «condomínios de aldeia», à intervenção em substituição nas «faixas de gestão de

combustível» próximas dos aglomerados populacionais. A coerência das diversas intervenções

no âmbito municipal passaria pelo apoio à ação conjunta das comissões municipais de

proteção civil e de defesa da floresta contra incêndios nesta matéria.

Deveria haver um mecanismo de acompanhamento, verificação e controlo do programa, de

uma forma mais consistente e regular. Não nos parece ser suficiente apresentar estatísticas de

aldeias aderentes ou de simulacros realizados, pelo que se deveria criar uma metodologia de

avaliação específica, para analisar com mais profundidade o desenvolvimento do programa e

os seus efeitos, nomeadamente nos incêndios passados.

Em nosso entender, deveria investir-se muito mais neste programa, visto tratar-se da maior

prioridade e onde a relação custo-benefício – desde que o dinheiro seja bem empregue – é das

maiores, em toda a atividade de gestão dos incêndios florestais.

5 DE JANEIRO DE 2021________________________________________________________________________________________________________

45