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mas que, pode crer, não está esquecido, está contemplado.
Portanto, estes orçamentos não contemplam só os acontecimentos de que há pouco estávamos a falar, há outros. E pode crer que com o recurso ao Programa Operacional da Cultura e com o PIDDAC do IPAR outras zonas do País não serão esquecidas. Este é apenas um exemplo, como muitos outros de que não vou agora aqui falar. Faço esta menção em homenagem ao Sr. Vice-Presidente Lino de Carvalho, como alentejano e antigo Colega de muitas lides e muitas viagens (no Conselho da Europa, na UEO e por aí fora), para ficar claro que há outras zonas do País que não serão esquecidas, como é evidente.

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Muito obrigado. Nem outra coisa esperava de V. Ex.ª

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Gonçalo Capitão.

O Sr. Gonçalo Capitão (PSD): - Sr. Presidente e Sr. Ministro, começo por dizer, porque resulta do diálogo que tivemos, que se o Sr. Presidente achar que, para uma melhor gestão do trabalho e do tempo - embora estejamos disponíveis, como é óbvio, para ficar cá o tempo necessário - seria interessante englobar as duas perguntas dos grupos parlamentares que apoiam a maioria, nós não consideramos isso uma descortesia, antes pelo contrário.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, deixo essa questão à opção dos Srs. Deputados. Portanto, a Mesa acatará a decisão que entenderem tomar.

O Orador: - Sr. Presidente, está, portanto, informada a Mesa de que a maioria, na lógica da optimização dos trabalhos, que é a que preside a este Governo e a esta maioria, não levará nada a mal que sejam englobadas as duas questões.
Começarei por dizer que este debate tem decorrido num tom elegante e esclarecedor e que, Sr. Ministro, se a consideração que a bancada do Partido Social-Democrata tem por si fosse passível de se traduzir em matéria orçamental, o senhor era o ministro mais rico deste Governo.
Entrando na matéria do debate e tentando um esforço de concisão, saudamos a aliança que faz entre a mudança de paradigma cultural e o rigor da gestão que propõe. Voltamos a frisar o conceito que aqui deixou, em reposta, inclusive, ao Partido Socialista, de que a qualificação não é quantificação e que não se trata de um desinvestimento mas antes de uma optimização e do fim do desperdício.
Por outro lado, quanto à aferição de legitimidade nesta matéria, no que respeita a levar a cultura pelo País fora podemos pegar, por exemplo, na rede de bibliotecas, que foi iniciada, se não estou em erro, no tempo do governo do Prof. Cavaco Silva. Portanto, temos todo o à-vontade, nós, PSD, e obviamente o Sr. Ministro, para estar neste debate.
Além disso, queria também saudar, mais uma vez - já o fiz noutra sede -, um outro conceito: o da guerra que faz ao elitismo e a paz que propõe ao povo português, para usar a guerra e paz, em matéria cultural. Saudamos a ideia que tem de terminar com a noção de cultura feita para os agentes culturais e aplaudimos vivamente a de difundir uma noção de cultura levada até ao povo português. Sr. Ministro, gostaríamos que nos dissesse se tem bem presente esta noção - e cremos que sim - de conquista de novas gerações para esta área e se está disposto - lê-se no Programa do Governo que sim - na sua concretização - presumimos também que sim - e a, sem preconceitos passadistas, recuperar uma noção patriótica destas coisas.
O Sr. Deputado Augusto Santos Silva gosta que eu cite autores tidos como de esquerda e eu faço-lhe a vontade citando, desta vez, Inácio Romonet, que presumo que também seja da sua preferência…

O Sr. Augusto Santos Silva (PS): - Não é da minha.

O Orador: - Ah!… Já não gosta assim tanto!…
De qualquer maneira, a intenção é dizer que, numa era em que as pressões sobre a cultura dos povos partem quer de pressões regionais, o que não é tanto o nosso caso, felizmente, quer de pressões das organizações supranacionais, da própria cultura anglo-saxónica ou até de um choque cultural que se verifica e que está muito presente nos conflitos internacionais hodiernos, esta noção de patriotismo, esta noção que está a tentar incutir de levar os jovens para a cultura, de fazer com que as visitas de estudo sejam parte curricular, de haver a noção de contrapartida para responsabilizar quem recebe e de, por outro lado, ver o património como uma herança, é algo que o PSD quer aqui apoiar vivamente. Assim, gostaríamos de saber se tem tudo isto previsto e também se pretende concretizar tudo isto já financeiramente, porque é disso que estamos a falar.
Naturalmente este orçamento não será o que desejava, até porque qualquer ministro da Cultura desejaria ter muito mais dinheiro. Mas eu diria que nós, partidos e esta Assembleia - e já o disse também noutra sede -, temos o dever de explorar responsavelmente, e tão apartidariamente quanto possível, a margem de progressão que houver para conquistar e sensibilizar os outros sectores partidários e governativos para a área da cultura, por um lado, porque nesta área há inércias muito fortes que, como também já disse o Sr. Ministro, nunca poderiam ser vencidas em seis ou sete meses, e, por outro lado, porque há uma relativa insensibilidade do sistema partidário. Por isso, queremos deixar-lhe a nossa solidariedade e prometer-lhe que batalharemos para que, em 2004, possa haver, inclusive, outra cabimentação.
Valeria a pena - e eu diria que a noite já vai longa - perguntar como é que o PS, que defende o que sabemos, conseguiria compaginar o que advoga com o todo orçamental nacional, por um lado, e com o défice herdado, por outro lado. Ou seja, a questão seria de contas, porque é fácil pegar nos números do Ministério da Cultura e dizer que são baixos ou que são insuficientes, mas somando todas as outras áreas e somando o défice herdado, gostávamos de perceber onde é que isto ia dar. Portanto, pergunto ao Sr. Ministro se não estará também aqui uma noção de solidariedade. Presumo que sim, como presumo que o Museu do Douro irá avançar sob a sua égide, embora não saiba se ele será uma prioridade. Mais: saúdo a optimização conseguida com a fusão dos institutos e quero também perguntar-lhe se já há tradução orçamental dessa medida, se com ela conseguiu, de facto, optimizar a sua gestão.
Mas, mais do que os números, deixo-lhe um cumprimento por várias asserções, Sr. Ministro, que tornou possíveis no seu até agora curto mandato, mas que eu espero que