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(e estou a falar de travessia ferroviária) - não a considera uma prioridade, mas a verba destinada aos estudos, para o próximo ano, é completamente irrisória. Então, mais valia dizer que a terceira travessia do Tejo não se ia fazer - isso seria mais coerente com aquilo que o Governo nos tem dito sobre esta matéria. Mas era bom que o Sr. Ministro, sobre esta questão da terceira travessia do Tejo, no modo ferroviário, nos pudesse aqui explicar o seu pensamento, dar a sua opinião, porque, tendo ela a ver com a mobilidade de quase 2 milhões de pessoas, era importante termos uma noção sobre esta questão.
Sr. Ministro, na ligação ferroviária ao Eixo Norte-Sul, o troço Braço de Prata/Chelas também tem previsto no investimento em PIDDAC uma quebra muito acentuada, de mais de 5 milhões de euros, em relação ao investimento previsto. Era, pois, importante saber se esta ligação ao Eixo Norte-Sul continua a ser uma prioridade para o Governo ou se deixou de o ser.
Também no que se refere à Linha de Cascais, embora o Sr. Ministro tenha declarado que o Governo vai manter o nível de investimento para requalificar e melhorar a ligação desta linha ferroviária, a verdade é que está previsto, para o próximo ano, um investimento na ordem dos 4 milhões de euros (estão consolidados em PIDDAC, sem contar com a cativação que, depois, todas estas verbas têm), quando, no Orçamento para 2002, estavam previstos cerca de 7,5 milhões de euros. Portanto, gostávamos de, também nesta matéria, ouvir uma melhor explicitação do Sr. Ministro. Será que já está a contar com a peregrina ideia do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que diz que vai encerrar a Linha de Cascais até ao Cais do Sodré e vai fazê-la parar em Algés?! Será que está a contar com isso? Espero que tenha o bom senso de não alinhar por esta teoria e que nos possa dizer alguma coisa sobre as verdadeiras intenções do Governo em relação aos investimentos na Linha de Cascais.
Igualmente no que se refere à Linha do Oeste, vemos praticamente um desinvestimento total em PIDDAC, pelo que gostava que o Sr. Ministro nos pudesse aqui (em sede de comissão especializada) dizer o que o Governo quer fazer.
E há muitos outros investimentos, Sr. Ministro, nomeadamente ao nível do metropolitano, em que se registam quebras, dos quais o caso mais espantoso é o do metropolitano do Mondego, da linha do Mondego, em relação ao qual, embora o Governo diga que é uma prioridade e que se vai fazer, se regista em PIDDAC, em termos de previsão de investimento, uma quebra de cerca de 32 milhões de euros. Ora isto, para quem diz que continua a ser uma prioridade, é uma mera declaração de intenção, que não é consubstanciada, depois, em actos práticos, em manifestação de vontade, em termos concretos, Sr. Ministro.
Assim sendo, Sr. Ministro, julgo que, em matéria de transportes, o Governo está a seguir uma política errada, porque este desinvestimento brutal que está a ser feito, para além dos custos directos que tem nas populações em termos de mobilidade, tem evidentemente custos indirectos muito acentuados no desenvolvimento económico, quer das regiões quer da própria economia nacional.

O Sr. Presidente: - O Sr. Ministro responderá individualmente a cada um dos representantes dos grupos parlamentares e, depois, numa segunda ronda, dará uma resposta colectiva.
Tem a palavra o Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação.

O Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação (Luís Valente de Oliveira): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Miguel Coelho, vou responder-lhe ponto a ponto.
Antes disso, porém, gostava de referir que, para o PIDDAC de 2003, há um quadro de resumo que pode indicar o oposto daquilo que o Sr. Deputado Miguel Coelho disse. Se formos analisar a importância do modo ferroviário no conjunto dos investimentos verificamos que ele representa 56,4% do financiamento, do Capítulo 50, com um crescimento na ordem dos 18,3% relativamente ao inicial de 2002. São estas as contas que tenho. Portanto, o investimento maior, em PIDDAC, regista-se no modo ferroviário. Naturalmente, há um subsector que inclui uma parcela relativa ao metropolitano. Aliás, ainda não fizemos, este ano, aquilo que, um dia destes, certamente viremos a fazer, que é distinguir (agora, há um neologismo para esse efeito) o modo ferroviário do modo "metroviário" (foram os brasileiros que inventaram o termo metroviário). É que começa a ser tão importante, em Portugal, a parte relativa aos metropolitanos que, qualquer dia, teremos de fazer esta distinção.
De qualquer maneira, isto era só uma observação geral, no começo.
Agora, vou passar aos pontos concretos que o Sr. Deputado referiu. Em relação ao TGV, o que é que acontece? Efectivamente, vamos prosseguir com os estudos em termos de ligação à Espanha. Como é sabido (o Sr. Primeiro-Ministro disse-o), não há ainda uma solução que convenha às duas partes - e, naturalmente, é preciso que isso aconteça…
De maneira que nós vamos prosseguir os estudos no quadro da associação de interesse comunitário onde eles se realizam, no âmbito da alta velocidade e o que está pedido é um aprofundamento desses trabalhos. Assim, neste momento nada vamos dizer porque remetemos isso para apreciação técnica e, portanto, aquilo que foram os estudos anteriores que nos permitiram formular a nossa própria ideia-sugestão têm, agora, de ser aprofundados numa perspectiva técnica, económico-financeira prosseguindo, desejavelmente, numa actuação de convergência para chegarmos a uma solução que interesse a todos.
Ora, isto não acontece - e temos essa ideia - relativamente às ligações Porto/Lisboa e Porto/Vigo.
Em primeiro lugar, e sobre a estação no Vale de Chelas, o estudo está a prosseguir quanto à localização e à definição das ligações aos módulos rodoviário e ferroviário. Portanto, tudo isto tem de ser feito, está a ser feito, mas demora muito tempo.
O segundo estudo que tem de ser feito (até porque a primeira parte é bastante complicada, só a inscrição do canal vai ser muito complicada), é relativamente ao canal Lisboa/Porto, que está a prosseguir, não tendo havido qualquer espécie de paragem.
Por outro lado, também não há paragem, porque aí há acordo de todas as partes, no estudo do eixo Porto/Vigo, que é um eixo importante do qual nós temos ideias de ligação a partir do Porto, mencionando coisas que já elaborei na Comissão e que vêm a ser ligações aos módulos já existentes. Quero dizer com isto o seguinte: ligações a Braga, ligações a Guimarães, ligações a Viana que têm de ser articuladas para fazer com que a ligação da alta velocidade