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Quanto às áreas metropolitanas, gostaria de destacar a aprovação do diploma legal, também já aqui referido, de criação das Autoridades Metropolitanas de Transportes de Lisboa e do Porto, que foi um projecto sucessivamente anunciado e adiado por vários governos e que abre uma perspectiva nova à solução dos difíceis problemas que existem nas áreas metropolitanas com implicação directa das autarquias e do Governo.
Em relação ao investimento nas áreas metropolitanas, não se pode esquecer o grande esforço previsto, que está a ser feito e que vai ser incrementado em quatro sistemas metropolitanos como são os de Lisboa, Porto, Mondego e sul do Tejo.
No que respeita ao sistema ferroviário, salientamos como importantes as decisões quanto à modernização no quadro nacional e internacional, designadamente as primeiras decisões quanto à alta velocidade também já hoje aqui referida.
Finalmente, uma referência quanto aos transportes de mercadorias: as decisões relativas às ligações ferroviárias, aos portos e à necessidade de melhorar as interfaces. No nosso país há um grande potencial de rentabilização das infra-estruturas já instaladas em que é possível, efectivamente, melhorar a coordenação, a gestão e o aproveitamento dos recursos disponíveis.
Por isso, em matéria de infra-estruturas - e julgo que todos concordamos nisso -, a primeira prioridade é a de gerir bem; a segunda prioridade é a de reabilitar e ou requalificar - e aqui saliento o aumento do investimento no que respeita às obras de conservação e beneficiação na parte de variantes e circulares.
Por último, quando indispensável e possível, o investimento.
Encaramos este Orçamento do Estado como uma janela de esperança, no entanto, eu gostaria de deixar aqui algumas questões ao Sr. Ministro, a primeira das quais seria relativamente à alta velocidade, mas já foi respondia. A segunda questão é a de saber para quando o novo regime de contratação das obras públicas.
Ainda uma outra questão é sobre os interesses do Estado, que estes sejam melhor defendidos em futuras parcerias de Estado privadas, designadamente nos empreendimentos de project finance.
Uma outra questão que queria colocar - e que, em certa medida, já aqui foi abordada pelo Sr. Ministro - prende-se com a constituição das autoridades metropolitanas de transportes, já aprovada neste Parlamento, para a efectiva resolução da degradação das condições de mobilidade e ambientais.
Em relação ao projecto de Rede Nacional de Plataformas Logísticas Portuguesas, pergunto para quando o prosseguimento deste projecto, visto que estas plataformas logísticas são essenciais para o desenvolvimento das novas empresas e, também, para o apoio à exportação.
Finalmente, pode o Sr. Ministro garantir-nos que o ciclo do projecto das obras públicas passará a ser melhor gerido, de forma a evitarem-se os "jogos de pingue-pongue" muitas vezes, ou quase sempre, desresponsabilizantes?
Para já, são estas as questões que coloco ao Sr. Ministro.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação.

O Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação: - Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Isabel Gonçalves, muito obrigado pelas questões que me colocou e a que irei responder da última para a primeira.
Quanto ao ciclo do projecto, tenho dito repetidas vezes que os projectos têm um ciclo que se inicia, naturalmente, com a ideia, a sua relevância técnica, económica e financeira, que passa a estudo prévio, a anteprojecto, a projecto, seguindo-se o respectivo estudo de impacte ambiental e respectiva avaliação, a eventual correcção, as medições, o orçamento. E só no final, com tudo definido, é que deve ser lançado a concurso.
Infelizmente, estamos a sofrer as agruras de muitos projectos que foram lançados apenas com base em estudos prévios e que têm dado origem a grandes surpresas que, naturalmente, nos embaraçam. Em primeiro lugar, pelo preço, isto é, porque feitos com base em estudos prévios há muitos pontos indefinidos e, portanto, não é invulgar sermos surpreendidos com valores que atingem, pelo menos, o dobro do previsto, além de poderem existir aspectos técnicos ainda não completamente definidos que se provam ser muito indefiníveis e que irão acarretar grandes deficiências na sua execução. Temos casos desses, um deles está a preocupar-nos muito.
Em relação à questão do projecto da Rede Nacional de Plataformas Logísticas Portuguesas para apoio à exportação, agradeço-lhe muito a pergunta que formulou e que me permite dizer o que estamos a fazer nesta matéria.
Em primeiro lugar, estamos a redefinir o Gablogis (Gabinete para o Desenvolvimento do Sistema Logístico Nacional) e constatamos um grande dinamismo neste domínio. Na semana passada, assistimos à constituição de uma sociedade para a criação de uma plataforma logística na Guarda, com a participação de operadores privados, empresas públicas e a câmara municipal, e já há projectos - ou intenções - de constituir uma plataforma logística no Algarve, bem como em Chaves. E todos esses projectos estão fora das cinco grandes bases logísticas que foram definidas como prioritárias pelo Gablogis, o que indicia um dinamismo muito especial, quer do sector privado quer das próprias autarquias.
Em nosso entender, estas iniciativas deverão ser devidamente articuladas - não quero dizer comandadas mas, desejavelmente, coordenadas - para que o Estado não invista onde o investimento é atractivo para outro tipo de agentes, a fim de não se criar algo que possa constituir uma duplicação.
A redefinição do Gablogis está por poucas semanas, eu próprio já assinei um despacho em que está prevista a sua reformulação, não desaproveitando nada do que foi conseguido, mas dotando-o de um conselho em que estejam sentados todos os operadores que tenham a ver com o que ele faz, quer o caminho-de-ferro quer o modo rodoviário. E também o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos terá de accionar medidas muito determinantes nesse sentido.
Para além das cinco plataformas logísticas que já estão constituídas - apenas para benefício de inventário, refiro-as: a ZAL de Sines, os CTM de Lisboa e Porto e os CCA de Lisboa e Porto -, pelo menos há mais cinco que já se apresentaram como interessantes nas diversas modalidades. No Ministério mandámos fazer uma classificação, uma taxonomia das plataformas logísticas, desde a rodo-aérea à "rodo-rodo" (por exemplo, um mercado abastecedor é um "rodo-rodo", um rodo grande para um rodo pequeno mas, de qualquer forma, também é uma plataforma).