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A adequação da formação académica ao exercício profissional foi uma das questões

colocadas. Sem surpresa, os entrevistados tendem a concordar com a importância da

frequência do curso, apesar de manifestarem alguma reserva ao desequilíbrio entre os

conteúdos teóricos e práticos dos planos curriculares. Esta limitação em termos dos

conteúdos práticos é perspectivada como sendo ultrapassável através da formação contínua,

isto é, os entrevistados destacam a aprendizagem ao longo da vida como um complemento

essencial da formação inicial. Para além da formação complementar, os entrevistados

apontam o próprio exercício da profissão como a melhor forma de aprendizagem da

complexa realidade com que se deparam. Relativamente à formação académica em Serviço

Social disponível em Portugal, as opiniões manifestadas podem ser agrupadas em três

categorias analíticas: uma postura de desconhecimento; um conhecimento relativo e parcial;

e uma posição informada e crítica. Constata-se, à semelhança de outras questões, que são os

profissionais que desempenham cargos institucionais que dão respostas mais

fundamentadas.

As áreas de intervenção e funções dos assistentes sociais são perspectivadas pela esmagadora

maioria dos entrevistados como sendo de grande amplitude. Os argumentos para esta

vastidão centram-se sobretudo na complexidade da vida social, na interligação entre várias

dimensões da vida dos utentes, no cruzamento de várias áreas mesmo quando se pretende

intervir apenas num domínio.

A questão das representações sobre a profissão foi colocada no sentido de compreender

quais as funções dos assistentes sociais que têm maior reconhecimento público. Os

entrevistados demonstram ter uma concepção sobre a opinião e reconhecimento público dos

seus desempenhos muito associadas à resolução de problemas sociais ou problemas

individuais colocados pelos utentes que se dirigem aos serviços. Relativamente ao

conhecimento dos cidadãos em relação à profissão de Assistente Social, os entrevistados têm

opiniões de dois tipos: os que consideram que o público sabe efectivamente o que o

Assistente Social faz e os que acham que o público tem uma ideia errada das funções dos

assistentes sociais. As razões invocadas para se considerar o desconhecimento do público

relativamente aos desempenhos dos assistentes sociais passam essencialmente pela ideia de

assistencialismo associado à profissão.

Uma parte significativa dos entrevistados considera que a contribuição da profissão de

Assistente Social para o bem-estar da população depende dos assistentes sociais