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44 | I Série - Número: 079 | 4 de Maio de 2007

rem, mas olhando para o futuro e para as marcas deixadas por Boris Ieltsin, deve votar favoravelmente este voto.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Tem a palavra o Sr. Deputado José de Matos Correia.

O Sr. José de Matos Correia (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Boris Ieltsin foi seguramente uma das personalidades mais marcantes do final do século XX.
Se é verdade que foi Gorbatchev quem teve a coragem de acabar com o Estado totalitário que era a União Soviética, através das suas políticas de Perestroika e de Glasnost, foi Boris Ieltsin quem conduziu a Rússia para a comunidade dos países democráticos e foi Boris Ieltsin quem assumiu a tarefa, complexa e hercúlea, de fazer de um Estado daquela dimensão e com todos os seus problemas, um Estado que rejeitou o totalitarismo e que foi capaz de abraçar a democracia e de se transformar num Estado aberto, com uma economia livre e concorrencial.
Acresce que Ieltsin teve a coragem de, pela primeira vez na Rússia, não temer a opinião dos seus compatriotas. Foi o primeiro Presidente da Rússia eleito, foi coerente com tudo o que defendeu, foi um dos grandes defensores do fim da União Soviética e, nessa medida, é credor do respeito de toda a comunidade internacional.
O mundo é diferente, em larga medida, pela coragem que Boris Ieltsin teve. O mundo é hoje uma realidade em que a democracia impera em muitos mais países do que naquela época porque Ieltsin teve a coragem de, à cabeça de um país com grandes dificuldades, promover a mudança democrática.
Foi inteiramente merecida, por isso, a manifestação de pesar que a comunidade internacional soube dar no funeral de Boris Ieltsin, com a presença de representantes da grande maioria dos países do mundo.
É por isso também inteiramente merecida a homenagem que a Assembleia da República quer prestarlhe, votando este voto de pesar, manifestando assim a sua consternação pelo desaparecimento de um grande homem e de um grande defensor da democracia e da liberdade no final do século XX.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Nem a Federação da Rússia classificou Boris Ieltsin como um herói da liberdade da forma que o CDS aqui o faz.
Diga-se de passagem que, tirando o que é o ritual do regime, as homenagens foram bem discretas e claramente desqualificadas em comparação com as prestadas a outras personalidades da Federação da Rússia. E isso tem a sua razão de ser.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — É verdade que o Brezhnev teve uma manifestação muito superior!

O Orador: — É que dizer que Boris Ieltsin foi uma personalidade controversa é dizer muito pouco.
Pela nossa parte, não nos move qualquer saudade em relação à União Soviética…

Vozes do CDS-PP: — Mas parece!

O Orador: — … e, portanto, afastamo-nos bem disso.
No entanto, é bom que, atenta a responsabilidade política na cena internacional, se veja que Boris Ieltsin foi o artífice da chacina na Chechénia e que, como é reconhecido por todos os analistas, ocidentais e orientais, onde quer que se posicionem, foi ele quem abriu a «caixa de Pandora» da máfia russa, dos oligarcas, tudo isso que, hoje, é absolutamente condenado pela comunidade internacional. Não estou a referir-me a bizarrias de comportamento do, ao tempo, Presidente Boris Ieltsin, estou a referir-me a responsabilidades criminosas na cena política internacional.
Entendemos que, da parte do CDS, é estulto e ousadíssimo, é uma imprudência e uma irresponsabilidade política propor um voto do género deste.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Tem a palavra o Sr. Deputado Renato Leal.

O Sr. Renato Leal (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Ieltsin foi uma personalidade que marcou de forma muito significativa a última década do século passado, não só na Rússia como, e sobretudo, em toda

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