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I SÉRIE — NÚMERO 41

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O sentido do mandato presidencial foi muito bem compreendido pelo primeiro Presidente da 1.ª República,

Manuel de Arriaga. Eis as suas primeiras palavras: «O Presidente da República tem de pairar sobre tudo,

intangível às paixões partidárias, aos interesses das clientelas políticas; tem de ter uma só aspiração: o bem

do País».

Aplausos do PSD, do PS e do CDS-PP.

Lealdade institucional, adesão sem reservas aos valores democráticos e diálogo estratégico é isso que os

portugueses esperam de todos: Presidente, Governo e Assembleia da República.

Sr. Presidente da República, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as

e Srs. Deputados, Sr.as

e Srs. Convidados: Termino

lembrando que o próximo presidente vai chefiar o Estado português a caminho dos 50 anos do 25 de Abril.

Os próximos cinco anos serão cinco anos de uma caminhada coletiva que se espera marcada por uma

economia mais rica e partilhada e por uma sociedade mais justa e inclusiva, com mais e melhor emprego.

Para isso, repito, temos de reaprender a remar estrategicamente para o mesmo lado.

Há precisamente 100 anos, a 9 de março de 1916, Portugal entrava na I Guerra Mundial. Esse terrível

massacre à escala planetária em que muitos portugueses se bateram e morreram na Europa e em África.

O que nos junta aqui hoje é o mesmo que nos juntava há 100 anos, perante dificuldades, então,

certamente, bem maiores: o sentido de Pátria e o serviço a Portugal.

Que nos sirva também de exemplo a atitude construtiva dos Deputados Constituintes e dos partidos que

representavam. Há 40 anos, partindo de modelos de sociedade tão diferentes, souberam convergir no

essencial e deixar como legado o programa de desenvolvimento democrático da Constituição da República

Portuguesa.

Quarenta anos depois é muito mais o que nos une do que aquilo que nos divide.Assim saibamos estar,

hoje de novo, à altura das exigências do nosso tempo.

Renovo-lhe, pois, Sr. Presidente da República, o desejo das maiores felicidades no exercício das

relevantes funções que hoje inicia.

A bem da República. A bem da democracia. A bem de Portugal.

Aplausos gerais, tendo o PS aplaudido de pé.

Vai usar da palavra, nos termos constitucionais, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para

dirigir uma mensagem à Assembleia da República e a todos os Portugueses e Portuguesas.

Tem a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente da República (Marcelo Rebelo de Sousa): — Sr. Presidente da Assembleia da

República, Sr. Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva, Ilustres Altos Dignitários estrangeiros aqui presentes, Sr.

Primeiro-Ministro e Membros do Governo, Srs. Presidentes dos Supremos Tribunais, Srs. Antigos Presidentes

da República e da Assembleia da República, Sr.as

e Srs. Deputados, Sr.as

e Srs. Convidados, Portugueses:

Portugal é a razão de ser do compromisso solene que acabo de assumir.

Aqui nasci, aqui aprendi com os meus pais a falar a língua que nos une e une a centenas de milhões por

todo o mundo.

Aqui eduquei os meus filhos e espero ver crescer os meus netos.

Aqui se criaram, e sempre viverão comigo, aqueles sentimentos que não sabemos definir, mas que nos

ligam a todos os Portugueses. Amor à terra, saudade, doçura no falar, comunhão no vibrar, generosidade na

inclusão, crença em milagres de Ourique, heroísmo nos instantes decisivos.

É para Portugal, para cada portuguesa e para cada português que vai o meu primeiro e decisivo

pensamento feito de memória, de lealdade, de afeto, de fidelidade a um destino comum.

Sr. Presidente da Assembleia da República, Dr. Eduardo Ferro Rodrigues, na pessoa de Vossa Excelência,

saúdo a representação legítima e plural da vontade popular expressa na Assembleia da República e garanto a

solidariedade institucional indefetível entre os dois únicos órgãos de soberania fundados no voto universal e

direto de todo o povo que somos.