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Porém, Sr. Presidente, para honra-âa Ad*mi:nistra-ção, a que presidi, è pela do Congresso Constitúin-te, devo declarar que os cálculos da -receita, 'que eu apresentei, foram feitos todos debaixo dá rninka* presença,'e foram calculados o mais apró^im-ada-menVe ; e verdade que alguns ramos da receita forauí alterados pela Legislação, como por exefínl>lo-, a sisa que foi orçada em tal quantia, e que depois produziu muito menos, e porque? porque foi calculada sobre uma base que necessariamente havi-a-de cair, porque o Congresso alterou essencialmente â Legislação ; o Congresso Constituinte depois de votado o Orçamento disse : ametade dos rendimentos de consumo do Porto ha d-e pertencer á Camará Municipal, e então não se tinha calculado com o desconto de uma ameíade, que ficou separada; e o-resultado foi que o Congresso adoptou uma medida, que eu iuio tinha querido tomar e vem a ser; eu considerada que a divisão fiscal das Sete Casas não era uma divisuoMunicipal, c que a divisão do território não podia alterar a Legislação que marcava os limites da gerência das Sete Casas. O Congresso julgou quê aquella porção de território que ficava fora da alça* da da Camará Municipal de Lisboa, não estava debaixo da inspecção das Sete Casas, e mandou tarn^ bem que uma parte dos rendimentos do Concelho de Bellas, e outros fossem applicados a urna terça parte daquelles Concelhos: depois houveram actos do Poder Legislativo que alteraram esta base, e isto e necessário; porque se nós hoje nos achássemos ainda com um déficit de 2700 contos, que apresentou o Ministério , alem da divida do Banco , se nós depois de carregar o povo com tributos, elevar as economias muito longe, se bem que ainda mais longe se podiam levar, porque muitas são obra do tempo, e esta Camará por muitas que faça ainda ha de deixar muito que fazer ás futuras Cortes, &e nós depois disto estivéssemos aiada nas mesmas circurnstancias, era para desesperar da causa publica, senão se visse que o grande inconveniente vem de se pedirem mais 1400 contos para o Exercito , e que os apuros da fazenda vieram de algumas difticuldades na execução das leis.

jfim quanto a m i m também se disse que eu tinha exaggerado os cálculos para apresentar uni déficit pequeno : não tive occasião de responder a esta imputação , porque não me achava preáente no Congresso , estava doente.. Agora direi que está provado pelo Relatório do Sr. Ministro da Fazenda, que apezar das despezas extraordinárias, quê- o Ministério foi obrigado a fazer com a ultima guerra, que subiram a mais de 600 contos, apezar do systema dos resgates, que foi obrigado a adoptar, para resgatar os •rendimentos públicos, de ttiddo que só o desconto da Companhia Confiança era dê 10 por cento , apezar de tudo isto o déficit é de 1900 contos. Por consequência não pintei o estado do Paiz com cores muito iisongeiras, coroo se disse.

O Sr. Deputado por Aveiro, um dos mais b!ri-Ihantes talentos que têem apparecido erntodo o mundo , e outro Deputado que lhe não é inferior, estabeleceram duas opiniões contrarias; um disse que dava muito pelas cousas, outro pelos homens; mas eu creio que elles entendendo-se bem, hão de ;convir que não ha sabedoria invmana, que possa contrastar a violência do-rnáí , qúarvdio elle não pôde'ter remédio ; quero dizer, b £êmj»o faz muito, os homens al-

guma £òiJsa, mas "os fioiwem, .qualquer que seja à siaa força-,''não podem destruir máleâ-tnvetcráclo-s, >

Eu shito que alguns'Deputados não. façam, j.us-tiçà !a todo's os seus adversários políticos; nms.e-u apesar d'essa injustiça , tom que alguns condernna-râm a política da Administração de Setembro, e das que lhe succedfercirn, política, qife eu apezar de não ter parte nellâ, tomo sobre a minha responsabilidade moral, digo que tiâo usaria de represálias, qiiaiv» dó devemos ser justos ; que a primeira Administração, que acompaniioô o Imperador fez serviços extraordinários, eollôssaes, que 'a maior parte dos seus erros eram quasi inevitáveis, e hei de dissimula-los sempre-, quando considerar que a destruição do despotismo foi feita por aquella Administração, que arrasou todos os collosos do absolutismo; que então foi necessário fazer uma lei de foraes revolucionaria , abolir os -dízimos, destruir de mais, donde resultou ficar o Governo sem meios; porque o pri* meiro déficit foi de ò mil contos; e então de 5 mil contos para o que hoje ha, ternos dado passos agigantados , e se o Paiz marchar assim tem meios de salvação, e poderá entrar na ordem legal, sem o que nunca pôde 'haver liberdade. Fallo corn esta franqueza, porque tenho visto condemnar todos os lioiuens, que têem figurado nas Administrações de Portugal; mas a razão e' porque o Paiz não tem entrado na ordem legal, e porque ainda não poude or-ganisar as suas finanças: em quanto as não poder organisar não pôde pagar aos seus Empregados, e em quanto não lhes poder pagar não ha de ser bem bervido, e em quanto não tiver força publica não hão de ser respeitadas as leis. Sr. Presidente, em Portugal hoje ha as leis mais perfeitas , que tem a Europa, o que lhes falta e a eanccão do tempo; por que, Sr. Presidente, se tirarem á Inglaterra os ivdshunen e a força publica, o que ha de ser a lei e a moralidade ? Então a questão aqui é a falta de -força; a falta de força vem da falta de dinheiro, e esta vem das nossas dificuldades financeiras, que vêetn das grandes guerras, e se assim querem, dos erros de nós todos começando por mim.

O Sr. Fonseca Magalhães:—Pedi a palavra sobre a ordem, porqoe entendi que se extendia a discussão de mais. Peço a V, Ex.a que tenha a bondade de dirigir os tra'balhos, passando á ordem do dia.