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Sr. Presidente, vou concluir, repetindo, que esta minha opinião não é cTagora, tenho-a lia annos í os Srs. Deputados, que são meus amigos, o sabem muito bem; invoco o seu testemunhos se for precizo, não é depois deapparecerem certos programmas elei-toraes, não, Sr. Presidente, esta opinião é antiga; e por tanto é necessário, que se saiba, que eu «ó quero e hei de pugnar sempre p >r aquillo que entender mais justo ao bem do meu paiz.

O Sr. Silva Cabral: — Sr. Presidente, esta questão vai já longa, e em verdade o discurso do nobre Deputado, com quanto dirijiclo dentro dos limites da decência , não pôde deixar de me fazer recordar aquelle verso u palavrões, palavrões, o resto é nada. 55 (Q Sr. /. M. Grande: — Agradeço o cumprimento). O Orador: — Sr. Presidente, o nobre Deputado em verdade tem-se apresentado de tal maneira nesta questão, que elle mesmo confessou, que nunca estivera em posição mais difficil, e desagradável; combate contra toda a razão, combate contra todos os princípios, e combate em fim contra tudo aquillo, que não somente lia na velha monarchia , em casos quasi análogos, mas que desde que ha Governo representativo em Portugal, se tern constantemente observado , combaie até não só contra a letra da Carta; mas até contra o espirito da mesma Carta Constitucional : por tanto não admira que o nobre Deputado diga, que está na posição mais difficil , essa posição creou-a elle.

Sr. Presidente, eu não sei neste ponto, se os princípios do nobre Deputado são democráticos, ou se são aristocráticos. Não sei, se quer abraçar os princípios, que todas as opposições teem seguido em casos idênticos, ou se quer representar verdadeiramente os princípios aristocráticos. O nobre Deputado para se convencer, de que a sua proposta, tal qual a aiandou para a Mesa, podia considerar-se como uma máxima orgulhosa, bastava que lesse ao menos o relatório do decreto do seu illustre amigo, quando Ministro, e que lhe não podia ser suspeito; bastava que visse alli o toque das differente, opiniões que tem havido sobre esta matéria; e aquellas que mais seguramente selem estabelecido, e muito mais com relação ao nosso Paiz. Bastava ler o relatório, que precedeu o decreto de 10 de novembro de 1836. .Pois attenda que eu lho vou mostrar, mesmo para lhe fazer ver. que as frases máxima orgulhosa , não são minhas, mas sim do mesmo decreto, eu lho leio, (leu). E isto, a que aludio muito bem o Sr. Deputado Fonseca Magalhães, (leu). t\ isto ailudio também o Sr. Fonseca Magalhães no discurso de hontem (leu).

Sr. Presidente, a questão tem sido tractada debaixo de todos os pontos pelos illustres Oradores, que a tem sustentado; o meu nobre amigo o Sr. Agostinho Albano tractou-a pelo lado económico, e levou-a á maior evidencia; os outros illustres Deputados tem-na tractado pelo outro lado, de maneira tal que nada resta a dizer sobre ella.

Sr. Presidente, para que senão pense, que eu fa!-lo cm meu favor, convém dizer que não venço es«e subsidio de que se tracta. Mas, Sr- Presidente, será possível que se diga, que esse subsidio é mais que ras»avel , é mais do que sufficiente para a de« cencia devida de um Deputado, que tem necessidade de residir em Lisboa? A que vem pois dizer-se que este subsidio devia ser redusidoa 1400 réis? Não era VOL. 3."—MARCO —18lí).

isto um verdadeiro epigramma ao espirito da Carta ? De certo.

Sr. Presidente, escuso de entrar no desenvolvimento dos differentes argumentos apresentados pelos meus amigos, que teem defendido o artigo; escuso, Sr. Presidente, porque esta matéria quanto a mini devia ate ter sido tractada de outra sorte, por isso mesmo, que diz respeito ao subsidio dos Deputados: mas, Sr. Presidente, vem aqui fallar-se em independência, com que fim ? Por ventura estará a independência do Deputado em não vencer subsidio ? Quererá o nobre Deputado que aquelles, que houverem de nos substituir, nos digam, vós legislasteis para que nós não tivéssemos subsidio, mas em quanto fosteis legisladores, não adoptasteis esta medida para vós ? Porque não dispensou o subsidio o nobre Deputado ? Não optou o nobre Deputado pelo subsidio por ser maior que o seu ordenado? Sr. Presidente, não se diga que tudo devemos sacrificar no altar da pátria: nós devemos olhar para os factos, e não para estas palavras—sexquipedaes com que se nos está argumentando todos 05 dias.

Nós sabemos os factos e a historia, e é preciso não virem desafiar a nossa paciência. Fico por ora aqui, Sr. Presidente, e muito mais tinha eu a dizer a respeito dessas promessas de renunciar o subsidio ; porque comigo já aconteceu, e tenho na minha mão documento authentico de um homem, que ern quanto quiz ser Deputado dizia — que não só renunciava o subsidio, rnas até a passagem da jornada — e depois de ter assento na Camará, não só recebeu o subsidio, mas até a jornada. (O Sr. /. M. Grande,:—• Creio que senão refere a mi m.) O Orador' — Não, . senhor, foi urn juiz, que até nem saiu de Lisboa. Sr. Presidente, isto é que e generosidade ! Devo ac-crescentar que não era Deputado da maioria, era Deputado da opposição, dessa oppoáição independente, dessa opposíção, que também fez guerra ao Ministério do Sr. Fonseca Magalhães. Sr. Presidente, agora depois disto veja a Carnara se por ventura esses que dizem que estão promptos para sacrificar os seus interesses no altar da pátria, veja a Camará, digo, se isto pôde ser resultado de uma convicção sincera.

Sr. Presidente, eu quero ver os factos em conformidade com as palavras, e então acreditarei nelles; mas quando eu vejo, que em uma épocha, porque também é preciso saber o melindre da época, nós vamos entrar em eleições, tudo isto são programmas, que nos vêem hoje apresentar, julgando que com isto fecham os olhos, aos que lá estão fora.