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mestras de meninas, c&m a qual o Governo tinha a fagei' uma pequeníssima despeza; porque o mesmo Deer-e-to estabelecia, q»e se instaurasse em qualquer recolhimento ou convento. Que é da despeza destinada para esse fim?!! Coarctaram-se as despezas da instrucção primaria e secundaria espantosamente; uias para que? Para se dar uma indevida extensão ás des-pezas feitas com outros serviços ! Este é o primeiro de todos os serviços n'um Governo representativo; sem instrucção não ha liberdade; (apoiados) sem instracção não ha nem pôde haver corpos deliberastes sufticientemeníe habilitados para exercerem as funcçòes e a alta missão , a que são chamados.

Portanto, Sr. Presidente, o ensino primário que é, para assim dizer, o pão intellectual do Povo, este ensino que é para o povo e para as massas, este pão que lhe é tão necessário e sem elle é impossi-vel , que haja sociedade civilisada, este ensino fica em peior estado do que eslava apezar de termos uma lei ; mas desgraçadamente nestas cousas civiii-sadoras as nossas leis só existem no papel!

Deixemos o ensino primário, e vamos ao ensino secundário. Que é o que vemos? Oh ! Sr. Presidente! Eu envergonho-me de o dizer; não vejo aqui, Sr. Presidente, senão 5 únicos lyceus, quando se tem estabelecido um para cada districto administrativo; mas como estabeleceu a lei estes lyceus? Foi consultando a mais severa economia , porque por isso estabeleceu os cursos biennaes , lyceus com os quaes se não faz maior despeza doque se pode fazer com os mestres ou professores avulsos de grarnma-lica latina, de ideologia e de rhetorica. Porque se não estabeleceram pois estes lyceus? Porque se não tem posto a concurso estas cadeiras? Porque se tem a lei na gaveta tendo-se declarado que ella era urgente , que por isso o Governo tinha legislado sobre este ponto ?

Tenho o orçamento presente, e nelle não ha senão despezas para o lyceu de Lisboa, para o lyceu do Porto, de Coimbra, e de Aveiro; falla-se ahi no pertendido lyceu de Villa Real , que não tern senão uma cadeira de grarrunatica latina, e uma cadeira d« lógica ! (apoiados) Apoiado ! Pois eu quero ainda mais alguma cousa ; quero pelo menos tudo o que a lei já marcou, e que devia existir, porque quero a inslrucção do povo, quero as luzes derramadas pelo Paiz. (apoiados) (O Sr. Ministro do Reino:— Apoiadissirno). Mas, Sr. Presidente, que resulta de não existirem ainda estes lyceus crea-dos? Resulta de não ser possível na maior parle

cundaria, esta instrucção que já não e só para as massas, esta instrucção que e para as classes instruídas de um paiz, esta inslrucção q«e e' a que caraclerisa a civilização de um paiz, esla instrucção, sem a qual uma nação realmente se não pôde nunca reputar civilisada. Corn bastante razão J\tr. rJ7iiers no seu bello relatório, que tenho na rnão, diz, que a civilisaçào da França veio de se ter derramado ás mãos largas esta inslrucção secundaria. E nós que passos damos neste caminho?!.. Oh ! Sr. Presidente, se o Marqnez de Pombal res-surg,is*e hoje, e se viesse a e^ta casa, como não ficaria admirado , como não ficaríamos nós confundidos de ver a sua obra b^lla, a sua querida obra de inslrucção, que elle plantou neste Paiz, tão destruída, tão menoscabada como a vemos! Sr. Sr,ssÃo N.* 20.

Presidente, eu quando fallo do Marqnez de Pombal, fallo unicamente pelo que respeita á instrucção, que elle plantou no Paiz com mão larga, oxalá que nós o imitássemos! Oxalá que hoje no Paiz hovesse a instrucção, que elle então creou, que existiu no seu tempo. Eu mostrarei logo ao Sr. Mi* nUlro do Reino, á vista do mappa , que aqui se apresenla, o que e' a inslrucção secundaria neste pobre Paiz. Mas, Sr. Presidente, seja o que for, eu quero que a lei que existe, se execute. Porque motivo se não tem posto a concurso as cadeiras de diversos lyceus das províncias? Porque suotivo todos os dislriclos do Reino á excepção destes 5 estão privados da instrucção secundaria? Porque motivo não ha em Portalegre uma cadeira de economia rural, e de agricultura addida ao seu lyceu! Porque motivo não ha lambem em Villa Real esta cadeira, (riso) Porque motivo não ha nestes distri-ctos as cadeiras que deviam lá existir ? (Uma vo%: — Esse e' o ponto). Qual e' o ponto?.. Sr. Presidente, eu peço não ser interrompido, e isto não é decente.

O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado tem dado occasiâo ás interrupções, tem tractado a questão, como lhe tem parecido, e entretanto vejo que o que a Camará tem praticado, não e' senão resultado do procedimento do Sr. Deputado.

O Orador:—Pois, Sr. Presidente, eu tenho tractado a queslão bem ou mal, na ordem ou fora da ordem, mas, se a tenho tractado assim, então V. Ex.* não tem cumprido o seu dever, porque me nâocha-, rnou á ordem. Eu tenho tractado a questão na ot d e rn.

O Sr. Presidente-—-Se tivesse chamado o Sr. Deputado á ordem em quantas circumstancias tem faltado a ella, estava sempre a chama-lo á ordem.

O Orador:—Pois então quero que tne chame á ordem, porque só quero o que é de dever, e não quero que V. Ex.a falte aos seus.

O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado tem discutido de modo tal que tem provocado o procedimento da Camará contra si; o Sr. Deputado dirigiu-se ao Sr. Gualberto Lopes sem molivo algum, (apoiados) o Sr. Deputado rtão se admire de que a Ca-ruara em certo modo castigue as suas inurbanida-des , não queira urna lei para si e outra para os outro?.

O Orador:—Sr. Presidente, nâq é a Camará que deve castigar as minhas irregularidades, quando existam, é V. Ex.a para ser digno do logar que

não notei nenhum nome, V. Ex.a não e' exacto.

O Sr. Gualberto Lopes: — Mas voltou-se para mim. (riso)

O Orador:-— Virei-me para aquelje lado como rne trnho virado para este.

O Sr. Presidente:—A' queslão, Sr. Deputado! Quando o D.eputado tracta as questões com a seriedade que ellas5 ao menos no modo de pensar da maior parte da Camará, merecem, de certo ha de achar a attençâo da Camará.