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N.º 2

SESSÃO DE 11 DE JANEIRO DE 1892

Presidencia do sr. Antonio Telles de Vasconcelhos

Secretarios- os exmos. Srs.

Conde d'Avila
Visconde da Silva Carvalho

SUMMARIO

Leitura e approvação da acta.- Correspondencia.- O digno par o sr. conde d'A vila declara haver-se desempenhado da missão que lhe confiara a camara sobre desanojar os seus collegas os srs. Mello Gouveia e Cau da Costa. - O sr. presidente faz o elogio dos dignos pares fallecidos, o sr. marquez de Penafiel e o sr. Pessanha, e propõe que por isso se lance na acta um voto de profundo sentimento. - O sr. Barbosa du Bocage associa-se ás palavras do sr. presidente, e o sr. ministro do reino, em nome do governo, faz outro tanto.-A camara approva a proposta do sr. presidente por unanimidade. - O sr. conde de Thomar declara precisar do comparecimento do sr. ministro dos negocios estrangeiros para realisar a sua já annunciada interpellação.-Usa da palavra o sr. D. Luiz da Camara Leme, e faz varias considerações ácerca da liga liberal, do banco lusitano, da companhia real dos caminhos de ferroe do seu projecto de lei sobre incompatibilidades, mandando para a mesa uma moção e requerendo a sua urgencia. Fica para segunda leitura, e ao digno par responde o sr. ministro do reino. - Os srs. ministros da justiça e do reino mandam para a mesa varias propostas de accumulação. São approvadas.- O sr. conde do Bomfim faz algumas ponderações, defendendo a liga liberal e justificando a disciplina do exercito. - O sr. Mendonça Cortez allega não ter comparecido ás sessões por motivo de serviço publico, e insta por documentos já pedidos.- Responde o sr. ministro da justiça. - O sr. marquez de Vallada discreteia ácerca de varios assumptos.- Responde-lhe o sr. ministro do reino. - O digno par o sr. Antonio de Serpa participa que Sua Magestade recebera com a sua costumada benevolencia a deputação encarregada de lhe notificar a constituição da camara dos dignos pares.- Levanta-se a sessão e designa-se a immediata, bem como a respectiva ordem do dia.

Ás duas horas e meia da tarde, achando-se presentes 23 dignos pares do reino, abriu-se a sessão.

Foi lida e approvada a acta da ultima sessão.

Mencionou-se a seguinte:

Correspondencia

Officio mandado para a mesa, vindo da presidencia da camara dos senhores deputados, participando que em sessão de 8 do corrente ficou definitivamente constituida a mesa da dita camara.

Para a secretaria.

O sr. Conde d'Avila: - Cumpre-me participar que, em nome dá camara, fui desanojar os dignos pares Mello Gouveia e Augusto César Cau da Costa, e que s. exas. me encarregaram de agradecer estas provas de consideração.

O sr. Presidente: - Cumpro o doloroso dever de communicar á camara que falleceram ultimamente dois dignos pares, os srs. marquez de Penafiel e João de Almeida de Moraes Pessanha.

O sr. marquez de Penafiel foi um homem que começou a sua carreira na diplomacia, e é bem conhecido de todos nós o modo como elle sabia conquistar as geraes sympathias.

Nos paizes em que o finado representou Portugal houve-se sempre com hombridade e lealdade, qualidades proprias do seu caracter, e de que deu sempre subidas provas. (Apoiados.)

Honra é sempre para os paizes, quando são representados por individuos que tão facilmente adquirem as sympathias das pessoas com quem tratam.

O sr. marquez de Penafiel soube conquistar na corte de Berlim as maiores sympathias ao ponto de, por occasião do seu fallecimento, lhe serem prestadas as maiores demonstrações de sentimento, e occasião é de demonstrarmos por nossa parte o nosso profundo desgosto pela perda de um collega que soube sempre comprehender a missão de que o seu paiz o encarregara, e, honrando-se a si proprio, soube representar e honrar a sua patria. (Muitos apoiados.)

Falleceu tambem o sr. Moraes Pessanha, que era proprietario na região do Douro.

O sr. Pessanha já ha muitos annos que não frequentava esta camara, em virtude do seu mau estado de saude; mas os dignos pares sabem muito bem que o fallecido, quando em tempo frequentou o parlamento, o seu voto foi sempre justo, porque o sr. Pessanha era um homem probo e honesto.

A camara de certo deseja que se lance na acta da sessão de hoje um voto de profundo sentimento pelo fallecimento d'estes dois dignos pares, e que se de conta desta resolução aos representantes dos dignos pares fallecidos.

(Apoiados.)

Em vista da manifestação da camara, será lançado na acta um voto de profundo sentimento, e far-se-ha a communicação devida aos representantes dos dois dignos pares fallecidos.

O sr. D. Luiz da camara Leme:-Peço a palavra para quando estiver presente algum dos srs. ministros.

O sr. Presidente: - Tem a palavra o sr. Bocage.

O sr. Bocage: - Sr. presidente, pedi a palavra para me associar ás eloquentes e sentidas palavras com que v. exa. acaba de commemorar a perda de um dos nossos collegas que representava o nosso paiz no estrangeiro. Refiro-me ao marquez de Penafiel, nosso representante em Berlim, que ali gosava de uma situação excepcional, graças á extrema correcção do seu procedimento e aos elevados dotes do seu caracter e teve occasião de prestar a este paiz relevantes serviços.

Corre-me o dever de prestar esta homenagem á memoria do fallecido, porque em circumstancias muito difficeis sempre encontrei no marquez de Penafiel a mais intelligente e efficaz coadjuvação.

O sr. Presidente: - Tem a palavra o sr. ministro do reino.

O sr. Ministro do Reino (Lopo Vaz): - Declaro que por parte do governo me associo ás manifestações de sentimento que a camara acaba de fazer pela perda dos dois dignos pares.

O sr. Presidente:- Tem a palavra o sr. conde de Thomar.

O sr. Conde de Thomar: - Pedi a palavra para perguntar a v. exa. se a interpellação que annunciei ao sr. ministro dos negocios estrangeiros sobre a reforma dos serviços do seu ministerio está de pé, ou se tenho de renovar a iniciativa da interpellação com respeito ao assumpto que acabo de citar.

O sr. Presidente: - Eu darei conhecimento ao sr. mi-

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