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CAMARA DOS DIGNOS PARES DO REINO

SESSÃO N.º 49

EM 8 DE ABRIL DE 1907

Presidencia do Exmo. Sr. Conselheiro Sebastião Custodio de Sousa Telles

Secretarios - os Dignos Pares

José Vaz Correia Seabra de Lacerda
Francisco José Machado

SUMMARIO.- Leitura e approvação da acta. - Expediente. - O Digno Par José de Azevedo Castello Branco pede que o inscrevam para falar quando esteja presente o Sr. Presidente do Conselho. - O Digno Par Sr. Conde de Bertiandos refere-se ao mau estado em que se encontram algumas estradas no Minho.- Responde a S. Exa. o Sr. Ministro das Obras Publicas.- O Digno Par Sr. José de Alpoim refere-se ao conflicto universitario. - Responde a S. Exa. o Sr. Ministro das Obras Publicas.

Ordem do dia. - Continuação da discussão do parecer n.° 34, relativo á crise duriense. - Usaram da palavra, o Sr. Ministro das Obras Publicas e o Digno Par Pedro de Araujo.- Encerra-se a sessão, apraza-se a seguinte, e designa-se a respectiva ordem do dia.

Pelas 2 horas e 35 minutos da tarde, verificando-se a presença de 22 Dignos Pares, o Sr. Presidente declarou aberta a sessão:

Foi lida, e seguidamente approvada sem reclamação, a acta da sessão antecedente.

Mencionou-se o seguinte expediente:

Officio do Ministerio do Reino, enviando documentos pedidos pelo Digno Par Teixeira de Sousa.

Para a secretaria.

O Sr. José de Azevedo Castello Branco: - Sr. Presidente : pedi a palavra, n'uma das sessões anteriores, para dirigir umas perguntas ao Sr. Presidente do Conselho, mas, como não está presente, desisto agora da palavra pedindo a V. Exa. que me conserve na lista da inscripção para quando S. Exa. aqui se digne comparecer.

O Sr. Conde de Bertiandos: - Sr. Presidente: desejo chamar a attenção do Sr. Ministro das Obras Publicas para o mau estado em que se encontram as estradas do paiz.

Algumas que eu conheço, principalmente no Minho, estão por tal forma deterioradas, que tornam impossivel o transito.

A estrada que de Ponte do Lima ae até Braga está por tal forma inransitavel que toda a gente prefere a que passa em Villa Verde, apesar de isto obrigar a um percurso de mais 12 ou 15 kilometros.

Contaram-me ha poucos dias - e eu não posso garantir que o facto seja verdadeiro - que no concelho de Estarreja, se me não engano, ha uma estrada onde existe uma depressão, por tal maneira profunda e larga, que os lavradores tiveram de lançar-lhe uma ponte para poderem transitar.

Eu pedia ao Sr. Ministro das Obras Publicas que se condoesse dos pobres viandantes, e que attendesse, quanto possivel, a este péssimo estado de cousas.

Eu desejava tambem que o Sr. Ministro das Obras. Publicas me dissesse se manda ou não continuar a estrada que vae de Lanhezes a Ancora.

Essa estrada, incontestavelmente de grande importancia, está começada ha muitos annos, faltando-lhe apenas pouquissimos kilometros para a sua conclusão.

Esta estrada, quando concluida, encurtará em 15 kilometros o caminho de Ponte do Lima a Ancora, o que, n'um percurso de 37 kilometros, não é de somenos importancia.

Em geral, quando se. trata da eleição de Deputados, continuam os trabalhos, mas, realizado o acto eleitoral, esses trabalhos cessam.

Este expediente, a que se recorre em occasião de luctas eleitoraes, não é de hoje.

Ha quem diga que os negociantes de Vianna não querem que essa estrada se complete, o que não acredito; mas, se assim é, digo que incorrem n'um grande erro.

Peço ao Sr. Ministro das Obras Publicas que não obedeça a quaesquer influencias menos attendiveis, e que se convença de que é realmente um mau acto de administração deixar que se perca completamente o dinheiro que se tem gasto.

Disseram-me tambem que se está fazendo uma obra de arte n'essa estrada, e que ahi se gasta o dinheiro que poderia utilmente aproveitar-se para o complemento da mesma estrada.

É isto o que propalam, naturalmente, os mal intencionados, mas é necessario que o Sr. Ministro das Obras Publicas, com o seu procedimento, não auctorize ou justifique semelhantes boatos.

S. Exa., que é um importante proprietario n'aquella região, ha de convencer-se de que aquella estrada, e outras do Minho, não estão em boas condições, e que preciso é que se attenda ao bem estar geral, pondo completamente de parte os manejos de quaesquer mal intencionados.

É indispensavel fazer que cessem boatos malevolos, se realmente o são.

Tenho dito.

(O Digno Par não reviu).

O Sr. Ministro das Obras Publicas (Malheiro Reymão): - Ouvi, com toda a attenção, as ponderações feitas pelo