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14 Diário da Câmara dos Deputados

O grande estadista que acaba de cair aos tiros homicidas de uma horda de sicários criou, Sr. Presidente, o Ministério da Agricultura, e êste acto do eminente homem de estado é alguma cousa de decisivo na vida nacional, cuja economia poderá e deverá ser transformada sob a sua impulsão.

Esta criação, Sr. Presidente, é uma parte que ficará da obra imensa do imenso morto, a quem as cousas agrícolas mereciam tanta atenção, amor e carinho.

Portanto, a classe agrícola não pode deixar de prestar rendido preito ao seu alto espírito, à sua brilhante inteligência, de que constantemente deu provas em trabalhos que interessavam à agricultura.

Quando se tratava de medidas concernentes à agricultura,, o Dr. Sidónio Pais não se dispensava de as estudar e discutir, com os técnicos, tam convencido êle estava da sua excepcional importância na regeneração nacional. Basta citar o seguinte facto:

Quando se tratou da organização dos serviços do Ministério da Agricultura, o ilustre estadista chamou a si os diplomas respectivos e estudou-os pessoalmente, êle que tam absorvido andava sempre pelas múltiplas e graves questões governativas que o solicitavam dia e noite. E o que é singular e mostra o valor da sua mentalidade de elite é que a reforma saiu melhorada dessa intervenção, sendo certo que os seus autores e colaboradores haviam sidç os nossos melhores técnicos.

É pois em nome da classe agrícola portuguesa que eu venho aqui tambêm desfolhar uma saudade sôbre o corpo ainda quente daquele que amou a sua Pátria sôbre todas as cousas e soube como ninguêm fazer-se amar dessa mesma Pátria.

Tenho dito.

O Sr. Carlos da Maia: - Dolorosamente comovido falo hoje nesta casa para verberar o abominável atentado que enlutou a Nação Portuguesa.

O Sr. Presidente Sidónio Pais honrava-me com a sua estima o eu tive ensejo de lhe demonstrar o meu desinteresse e a minha dedicação, correspondendo assim às imerecidas deferências que me eram dirigidas.

Sr. Presidente: a República é um regime de ordem e tolerância e por isso todo o bom republicano, todo o bom português reprova o acto que nós condenamos, porque, quaisquer que sejam as divergências de opinião que separam os homens, a ninguêm é lícito praticar o assassinato.

A República Portuguesa mostrou desde a primeira hora em que foi implantada o seu grande espírito de generosidade, porque ela é um regime que assenta no respeito pela vida e opinião de todos. (Apoiados).

Verberando o criminoso atentado, eu quero prestar ao Sr. Presidente Dr. Sidónio Pais a minha homenagem à sua brilhantíssima inteligência e à sua indiscutível honestidade.

O momento que passa é de tam excepcional gravidade que todos devemos proceder com a maior calma o serenidade.

Que uma aurora de paz faça radicar entre nós o princípio da fraternidade, e que a República Portuguesa, que tem lá fora os seus representantes, possa manter íntegro o seu prestígio para, no concerto das nações, se afirmar consciente dos seus desígnios: são os meus votos. (Muitos apoiados).

O Sr. Martinho Nobre de Melo: - Sr. Presidente: é esta a primeira vez que eu tenho o prazer de usar da palavra nesta casa do Parlamento, Devo dizer desde já a V. Exa. que empreguei esta expressão, prazer, muito intencionalmente, porque, de facto, eu pretendo fazer três ou quatro afirmações precisas e categóricas, que considero neste momento absolutamente imprescindíveis, dada a minha especial situação política.

Independentemente ainda hoje. nesta Câmara, como quando tive ocasião de colaborar com o Sr. Presidente Dr. Sidónio Pais no Ministério de que tambêm fizeram parte os Srs. Carlos da Maia e Machado Santos, eu quero, Sr. Presidente, afirmar a V. Exa. que é precisamente nessa situação que eu falo, em meu nome e porventura em nome do País.

Sou eu, que não pertenço a nenhum grupo político, e não estou enfeudado a qualquer facção política, quem pode afirmar, mais sinceramente o imparcialmente que o país necessita, hoje mais do que nunca, que todos nós sejamos independentes de preocupações de baixa política, e estejamos acima dos interesses partida-