O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 16 de Dezembro de 1918 11

depois do ilustre leader da minoria monárquica, ter proferido palavras repassadas do dor o ao mesmo tempo de justiça, em que afirmou, da maneira mais elevada, os sentimentos dêste lado da Câmara, depois de ouvir as palavras do ilustre Deputado que acaba de faiar o que ainda vibram em todos nós, tam profundamente calaram no nosso espírito, não teria coragem para usar da palavra se não fôsse levado por um sentimento de dor que, compartilhado por todos nós, pela perda nacional de um homem a quem todos nós queríamos e em que todos depositávamos as maiores esperanças de contribuir para que êste país tivesse uma situação do maior prestígio.

Não são estas, porêm, as razoas que me obrigam, como tantos outros, a manifestar, neste momento, à Câmara o meu mais profundo pesar pelo trágico acontecimento que vitimou o Sr. Dr. Sidónio Pais, cuja energia todos tivemos ocasião de apreciar na sua alta situação de Chefe de Estado.

Falo em nome da Universidade de Coimbra que, para isso, acaba de enviar-me os respectivos poderes.

Pedi a palavra para enaltecer, se me fôr possível, êsse homem que, rapidamente, guindado à primeira magistratura do país, nele encontrou um ambiente profícuo para a sua vontade de salvar a nação.

Sr. Presidente: não me alongarei mais.

Mas não posso deixar de significar quanto é doloroso um facto dêstes, não somente para nós mas para o país inteiro.

O país tinha nele uma garantia do que, em todas as circunstâncias, mais difíceis, encontraria quem se esforçasse por salvá-lo.

Disse-se aqui que é indispensável continuar a obra do ilustre morto.

A melhor maneira, de o fazer é prepararmos um ambiente propício à união de todos nós. Será essa a melhor forma de honrar a memória do grande português.

O orador não reviu.

O Sr. Lobo de Ávila de Lima: - Palavras muito mais eloquentes do que a minha já aqui foram proferidas para enaltecer as qualidades do Sr. Dr. Sidónio Pais, e eu limitar-mo ia a uma a desão silenciosa às homenagens prestadas à personalidade eminente* do Sr. Dr. Sidónio Pais, se não fora o meu grato dever moral de interpretar os magoados sentimentos da. nossa colónia no Brasil, mandato honroso que há pouco me foi corroborado pelo digno representante da comissão Pró-Patria, presidente da Câmara do Comércio Brasileira, de Lisboa, Sr. Cândido Sôto Maior.

Pela segunda vez me acerco, com o mais comovido respeito, do Presidente Sidónio Pais e invoco a sua nobre personalidade. A primeira foi ontem, pela madrugada nevoenta e fria, a quando eu e o meu distinto colega da maioria, Sr. Deputado Metelo, fomos em piedosa romagem até Belêm, contemplá-lo em sou leito de morte, poucas horas após o facto nefando. O Presidente, eu o revejo, jazia em sou leito duma simplicidade colegial, desataviado e humilde, o rosto exangue, o corpo mirrado dentro da farda do soldado português, que êle tam grandemente dignificou e nobremente serviu até final, tam tranquilo o sereno, com a serenidade augusta dos heróis e dos justos, como quem descansa duma longa o bem proseguida tarefa, mais parecendo dormir, tam plácido e digno, que apetecia reclamá-lo à vida. Lá fomos apertar as mitos de alguns dos seus mais queridos e liais - companheiros e depor uma preço comovida junto aos restos do malogrado Presidente.

Dêste me abeiro, da sua saudosa personalidade, ora e pela vez segunda. E, por uma triste congregação, faço-o, continuando um diálogo, que há poucos dias tive a honra de entreter com S. Exa. no velho Paço das Escolas em Coimbra. Então o Presidente falou-me largamente da nossa grei e interesses do Brasil, que, êle se dignou manifestar, pensava homenagear em pessoa, discreteando com ! aquela fé e carinho, que sempre em seus lábios reparei ao ocupar-se de cousas portuguesas ou que a Portugal dissessem respeito.

Falou-me com o patriotismo que o animava sempre (que falava de cousas de Portugal e, ao mesmo tempo, com a triste melancolia que desde há algum tempo lhe notavam os que dele se aproximavam.

Despediu-se de mim, estreitando-me afectuosamente a mão. Falámos prática-