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4 Diário da Câmara dos Deputados

reigadas nos seus corações, e não é de mais que em toda a parte, e principalmente nesta casa, se faça sentir a êsses heróicos soldados e marinheiros que nós estamos de alma e coração com êles e que os acompanhamos, passo a passo, nas suas vitórias. (Apoiados).

Sr. Presidente: devemos vibrar de entusiasmo ao conhecermos os brilhantes êxitos alcançados não só na região de Aveiro, pela tomada de Estarreja, mas também na região da Beira Alta, pela vitória de Lamego.

Muito especialmente em relação a esta última vitória - a de Lamego - sente-se bem quanto essa coluna valorosa, do comando do intransigente republicano, general Abel Hipólito, tem lutado, cheia de ardor e de fé pela República Portuguesa.

A esta hora a bandeira da República caminha a passos largos para o terminus da vitória.

Sr. Presidente: há males que vem por bem, e agora fica plenamente demonstrado que a implantação da República em Portugal não foi uma mistificação, nem tam pouco uma aventura de momento.

Ela foi, sim, o eco dum grande grito nacional.

As balas e as granadas que hoje saem do cano das espingardas e da boca das peças da República não são mais do que êsse grande grito que honra a República, o exército, a marinha e o povo português. (Muitos apoiados).

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Amâncio de Alpoim: - Numa das últimas sessões desta Câmara, cumprindo eu, Sr. Presidente, com o meu dever de republicano e de Deputado da República, fiz a um jornal que se publica nesta cidade com o nome de A Ordem acusações de monarquismo disfarçado.

Sr. Presidente: gostosamente afirmo porque não tenho vergonha das minhas crenças, a minha fé católica.

Ela, contudo, nunca mo serviu para fazer especulações políticas ou conseguir para mim resultados particulares. Creio que a fé deverá só servir para fins espirituais.

Para atender a mesquinhos e acanhados fins de qualquer outra ordem, a fé nunca deverá servir a ninguém.

Os que assim não pensam, ou não praticam ou diminuem a sua própria personalidade e prejudicam o prestígio da igreja.

O jornal a que me refiro, A Ordem, talvez porque seja monárquico, vê com péssimos olhos o meu colega nesta Câmara, o Sr. Cunha Lial, e assim deitou para sôbre as costas de S. Exa. as acusações que fiz.

O Sr. Cunha Lial: - Eu posso bem com isso.

O Orador: - Creio bem.

Julgo que não lhe pesará demasiado essa cruz.

Mas, Sr. Presidente, eu entendo que a responsabilidade deve pertencer a quem de direito e, portanto, eu muito gostosamente afirmo que tais acusações saíram da minha boca.

Se é necessário exercer sôbre alguém quaisquer manejos é sôbre mim que deverão incidir.

Devo também dizer que no número do hoje daquele jornal, por palavras que a sacristia habitualmente emprega, só faz a apologia de Aires do Ornelas.

E essa apologia é feita nestes dedicados o místicos termos:

Leu.

O Sr. Cunhal Lial: - Isso é uma acusação ao chefe do Govêrno transacto.

O Orador: - Não está presente nenhum membro do Ministério, para ouvir as minhas palavras, mas não posso todavia deixar de dizer que é lamentável que neste momento em que a República é atacada pelos processos que conhecemos, alguém apareça dizendo-se católico, a fazer política declaradamente monárquica na defesa do chefe da traição estabelecida em Monsanto.

Dentro desta Câmara não há ninguém que possa desculpar tal procedimento. O chefe monárquico, antes de ir para Monsanto, afirmou ao chefe do Govêrno que não era solidário com o movimento do Pôrto.

Agora vem êste jornal católico em defesa da monarquia, e com esta defesa compromete gravemente o catolicismo. Se o jornal defender só os interêsses dos