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de 25 de fevereiro de 1920

às actuais Câmaras, estando pendente do parecer das comissões.

Assim, não obtiveram até hoje os jogadores e as casas de tavolagem uma situação jurídica. . .

O Sr. Brito Camacho (aparte) :— Com excepção dalguns «banqueiros»...

O Orador : — Sim, mas eu não falo do jogo da bolsa.

O Sr. Brito Camacho : do que o outro.

Que ó bem peor

O Orador: — Não conseguiram uma si tuação jurídica, mas souberam criar-se uma situação de facto,, que ainda ó mais deprimente e vexatória paru a República. (Apoiados),

O jogo é, de facto, uma indústria, que tem prosperado à sombra da cumplicidade das autoridades, auferindo enormes e criminosos lucros, sem que o Estado receba a percentagem que lhe caberia se ao menos estivesse regulamentado-

E o jogo livre tom alastrado por todo o país como a lepra. (Apoiados), corroendo até aos mais íntimos recessos o organismo nacioual, (Apoiados), apenas concorrendo com pequenas quantias para a sustentação dalgumas casas de beneficência e caridade.

Esta situação de facto tinha de provocar, por parte dos elementos sãos da nacionalidade, o mais veemente protesto e a mais clamorosa reacção.

Não era difícil prever esta reacção.

Já nos jornais, antes de se ter esboçado o presente movimento contra a permissão do jogo, se chamou repetidas vezes a atenção dos Governos para o alarmante desenvolvimento que estava tomando o jogo.

Eu mesmo, na República, anunciei essa reacção.

E ainda que se regulamente o jogo, como experiência que será necessário fazer, corto estou de que a mesma reacção, por parte do País, se operará cedo ou tarde. (Apoiados).

A massa da Nação está contra o jogo. (Apoiados).

Não foi apenas a imprensa que se ocupou do caso.

O Partido Republicano Liberal, a que tenho 'a honra de pertencer, previu a tem-

po o presente estado de espírito do povo, e se estivesse no poder teria, como consta da declaração ministerial, que o Sr. Fernandes Costa leria nesta Câmara e que veiu publicada nos jornais, procedido com a mais decidida energia. '

Vozes : — Muito bem. Apoiado.

O Orador:—Tal como se estava exercendo, livremente, impudentemente, ,o jogo era uma vergonha nacional, uma degradação para a raça (Apoiados) e a prova provada da fraqueza dos Governos. (Apoiados).

& Lembra-se V. Ex.a, Sr. Presidente, quando o Sr. Sá Cardoso chefiava o Governo anterior ao actual, e geria a pasta do Interior, haver justificado a tolerância para com as casas de tavolagem com a alegação de que estavam muitos capitais comprometidos no exercício dessa indústria e tinham de ser tomados em consideração os interesses desses capitais?

Vários Deputados se insurgiram contra essa declaração do Sr. Sá Cardoso, e um deles, se bem me lembro, foi o Sr. Brito Camacho.

Sob a protecção do Sr. Sá Cardoso o jogo apoderou-se de todas as classes como uma febre maligna, como uma epidemia. Só em Braga, terra da naturalidade do Sr. Presidente do Ministério, há trinta casas de tavolagem.

Chegou a dizer-se que, se se reprimisse o jogo, os Governos se veriam a braços com um movimento revolucionário.

O Sr. Brito Camacho: — Foi o que disse o Sr. Sá Cardoso.

D

O Orador: — Um Governo que não tem força para cumprir as leis do país, não tem autoridade para se sentar nas cadeiras do poder. (Apoiados).

O Sr. João Camoesas:—V. Ex.a tem razão, mas não tem autoridade para criticar; tolerou o jogo quando Ministro da Justiça...