O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Câmara do* tjeputado*

O Sr. João Camoesas: salvação...

Isso ó uma

O Orador; — Qual salvação! Não me competia a mira proibir o jogo.

O Sr. João Camoesas : — Mas foi o chefe da Magistratura Judicial e nessa qualidade devia ter feito cumprir a lei.

O Orador: —Não devia. ^Êsse era o dever das autoridades administrativas. - O Ministério Sá Cardoso caiu, dando lugar ao actual Ministério.

Rospondendo a umas preguntas feitas sobre o jogo, o Sr. Domingos Pereira ma* nifestou-se contra; mas,invocando os seus sentimentos de bondade, não se mostrou resolvido a proibi-lo antes que a Câmara e o país se pronunciassem.

O país está demonstrando a sua repulsa contra o jogo, e as manifestações da Cá" m ara não deixam dúvidas a ninguém só' bro os sentimentos que a animam. , V. Ex.~ pode assim ostar certo de que tem a seu lado a opinião pública, se seguir pelo caminho da mais enérgica ré-pressão. (Apoiados).

Espero, por isso, que S. Ex.3; anuncie à Câmara a sua resolução de dar imediatamente, ou já ter dado, as ordens convenientes para a proibição do jogo em todo s o paia. (Apoiados).

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando forem devol' vidas as notas taquigráficas.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Domingos Pereira): — Tenho todo o prazer em tomar a palavra para responder à interpelação do Sr. António Granjo. •

O ilustre Deputado afirmou que sabia oue eu pessoalmente era contra o jOgo. Ê verdade. Sou contra o jogo. Sou-o teoricamente e praticamente: porque não jogo; nem joguei nunca, alem disso porque pertenço a um partido que no seu programa e, desde a primeira hora tem afirmado a sua absoluta reprovação pelo jogo e em- que os seus governos procuraram sempre, a despeito das especulações muitas vezes provocadas na repressão do jOgo, pôr em prática energicamente essa repressão.

Porque ó então que eu, sendo Ministro do Interior, tenho consentido que o jOgo

continui em liberdade e que as casas de jogo continuem a 'ser frequentadas por quem as quere frequentar, tendo a frequência dessas casas dado motivo a factos graves e alguns até trágicos?

Sr. Presidente: A situação criada ao jogo em Portugal foi de tal ordem que os governos encararam esse problema com muita ponderação para não fazerem alguma cousa em relação a eles que fCs-se precipitada.

Jí)m fins de 1917 havia em Lisboa apenas quatro casas de jogo. Em 1918 apareceram 26 com conhecimento do Governo Civil e que contribuíam com um subsidio que lhes foi exigido. Além dessas casas, há muitas outras de menos importância, casas de jogo secundárias, mas muito mais prejudiciais, porque é precisamente nessas que os operários e as classes mais pobres vão jogar, perdendo o seu sulário, provocando a sua miséria e a sua desonra e a de suas famílias.

.

Tenho aqui a lista por nomes das casas, cuja abertura foi consentida no chamado período do dezembrismo e que deu

ãO jôgú uiiia libo.ru.uuo uiiu ciiupla, qut)

parecia que não era um delito proibido pelo código penal, mas um direito para o cidadão exercer legitimamente uma profissão.

No tempo, chamado do dezembrismo, as verbas com que as casas de jogo con-tribuiam para a mendicidade não tiveram uma escrituração de forma a que se pudesse -saber qual o destino que as mesmas verbas tiveram.

Quando o Sr. Manuel José da Silva ante-ontem preguntou se eu sabia qual o destino, dessas verbas, respondi. . .

O Sr. Manuel José da Silva (interrompendo} : — Tenho um documento que me foi distribuído pelo Ministério do Interior em que se diz que no Governo Civil de Lisboa não há qualquer nota que diga respeito às verbas cobradas- e qual o seu destino no período de dezembrismo. ,Por. isso eu reputo impossível pqder V. Ex.* trazea a esta Câmara qualquer nota.

O Orador: —Era isso mesmo que eu ia a afirmar; se V. Ex.a mo tivesse deixado concluir.