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indispensável é torná-lo capaz de produzir bons profissionais que no futuro venham dar à terra portuguesa aquilo que até hqje, por incúria ou desleixo dos governantes, não têm podido oferecer-lhe. A Escola Industrial da Covilhã foi, pelo decreto de 30 de Dezembro de 1852, reconhecida como necessária; depois o decreto de 20 de Dezembro de 1864 criou essa escola, porém, só em 24 de Setembro de 1884 é que a Covilhã pôde ver, finalmente, a sua escola industrial, e, para tal se dar, foi necessário que um homem, cujo nome a escola hoje usa, auxiliado pelo ilustre e1 sábio professor Francisco da Fonseca Benevides, ambos já hoje falecidos, desenvolvessem uma actividade a que estamos pouco habituados em Portugal.

As sucessivas reformas de 1884, 1886, 1891, 1893 e 1897, longe de beneficiarem e melhorarem o ensino profissional da escola, tolheram-lhe a acção por forma que, nos últimos tempos, .de escola industrial apenas tinha o nome. Mas, para cúmulo de infelicidade, vem a reforma de l de Dezembro de 1918, e duma escola industrial, que já há cinquenta e quatro anos se reconhecia a necessidade de existir, faz-sc uma rudimentaríssima escola de artes e ofícios, cujo programa parece elboa-rado mais no propósito de acabar de vez com a primitiva escola do que a beneficiar o ensino, isto Apesar de no bem elaborado relatório que precede o decreto n.° 5:029 se fazer ver o contrário e mesmo, dizer-sè: «o ensino industrial deve ter por fim desenvolver as artes e as indústrias próprias dum país»; «criar operários suficientemente hábeis para satisfazer as exigências da indústria»; «o ensino deve fazer-se na escola, no laboratório e na oficina».

j Reduzindo a uma simples escola, com um professor e um mestre, a escola localizada no nosso mais importante centro industrial de lanifícios I

Mas ainda, no mencionado relatório, vemos: «A indústria da tecelagem, tam dese» volvida em Guimarães e na Covilhã, merece cuidados especiais para o seu rápido desenvolvimento».

jii claro, pois, que o projecto a"que nos cumpre dar parecer visa plenamente o

Diário da. Câmara dos Deputados

fim de desenvolver a tecelagem na Covilhã; porém, é necessário notar bem que a tecelagem é apenas uma das muitas operações de que se compõe a indústria ' dos lanifícios, e que desenvolver-se a tecelagem sem que, paralelamente, sejam desenvolvidas as outras operações, tais como a escolha, aparte e preparo de têxteis, a cardação, penteagem e fiação, a tinturaria e o acabamento, equivaleria a nada de útil e de prático se poder obter em favor da mesma indústria que desejávamos proteger.

Além de que um bom mestre de fábrica e um operário moderno' necessita de conhecimentos, embora elementares, de matérias primas, pois que não faz sentido ensinar-se a tecer sem que previamente se haja dito ao aluno o que é o têxtil que vai ser tecido, bem como se lhe deve ministrar noções gerais de matemática, física, química, e até mecânica, pois só assim ele poderá compreender completa-raentc os novos e aperfeiçoados maauinis-mos. hoje em dia empregados pela indústria mundial e desta forma estar habilitado a poder tirar deles uma grande produção, um dos factores mais importantes do barateamento dos artefactos.

Isto, aliás, que agora se pretende .conseguir com o projecto de lei n.° 2-D, não é novo, nem mesmo em o nosso país, pois que já no decreto de 30 de Dezembro de 1852 se dizia: