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Diário da Câmara dos Deputado

lhoria de situação para funcionários administrativos aposentados.

Porto.—Da Direcção da Associação Industrial, pedindo que a Câmara adie a discussão das propostas de finanças até serem examinadas pela colectividade na próxima semana.

Porto. —Do Centro Comercial,-pedindo o subsídio de 250 contos para a Santa Casa da Misericórdia do Porto para que esta possa continuar a sua missão.

Para a Secretaria.

O Sr. Presidente:—Tem a palavra o Sr. Dias da Silva para realizar a sua interpelação ao Sr. Ministro do Trabalho.

Antes da ordem do dia

O Sr. Augusto Dias da Silva: — Sr. Pré" sidente: com a interpelação que vou fa zer ao Sr. Ministro do Trabalho, outro fim não tenho senão o de esclarecer S. Ex.a, a fim de poder discutir o seu critério a dentro da administração dos Bairros Sociais, por uma maneira firme e absolutamente republicana.

Não será demais indicar a Y. Ex.a e à Câmara a origem dos Bairros Sociais.

Convêm - até registar a razão de ser desses Bairros, com todo o prazer vou tomai' essa tarefa.

Sr. Presidente: após o. movimento de Monsanto, que para muitos dós nossos políticos já vai longe, quis o acaso, que eu fosse Ministro da República. Fiz parte do primeiro Governo de então, presidido pelo Sr. José Eelvas.

Lembro-me ainda da agitação tremenda por que passava o País.

O acabamento 'da guerra determinara um grande retraimento dos capitais, que se traduziu logo numa grande crise de trabalho.

Também a revolução social na Rússia assustara o capital. Contavam-se por milhares os operários que então exigiam trabalho.

A situação nesse momento apresentava-se deveras triste para o País e assas difícil para a população de Lisboa.

As convulsões internas e a existência dum tam elevado número de homens que pediam pão, faziam passar maus bocados aos governantes.

Ainda me recordo da realização de um célebre Conselho de Ministros, retinido no Quartel do Carmo, a que assistiram representantes de todos os partidos republicanos.

Também me recordo de quanto extenuante íoi o serviço da guarda republicana. Estava quási incapaz de sufocar a situação.

As perturbações eram constantes e não se sabia bem onde estava o inimigo.

Havia criaturas que especulavam com a situação e com essa gente que se encontrava com fome.

Foi numa altura destas que o Governo do Sr. José Relvas caiu. Antes, porém, de abandonar o Poder, não deixou de reparar por esses homens que precisavam trabalho para obterem os meios de preverem à sua subsistência, e, assim, deu trabalho a esses milhares de homens.

ComD não se queria continuar a estragar os dinheiros públicos, como até ali se fizera, atirando com essa gente para as obras do Estado, foram grandes as dificuldades em que nós, Ministros, nos encontrámos para resolver o problema com vantagem para o País. Não era po&sível arranjar rapidamente, como era necessário, pois o caso tinha de resolver-se de pronto, novos projectos ou plantas da mão dos arquitectos das obras públicas, tanto mais que apenas venciam a ridícula verba de 30$ por mês.

Chamou-se então o Sr. Ventura Terra, autor do projecto do Palácio da Justiça, para ver se poderíamos ocupar os que pediam trabalho na execução dessa obra. Verificou-se que nada se podia conseguir par essa forma, visto que esse projecto, para ser utilizado, precisava de ser actualizado.

Como quási todo o pessoal era de trabalhadores e serventes, pensámos-em aproveitá-lo em obras municipais para a1

A resistência a dentro do Ministério foi grande, porque se entendia que o Estado não devia dispor de dinheiros em favor das municipalidades.

Por fim, consegue o Governo que a Câmara Municipal de Lisboa, lhe ceda o Parque Eduardo VII.