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SesêSo de 15 de Junho de 1920

bastante rígida para continuar na sua missão de investigador dentro da comissão.

A comissão que trabalhe activamente, que faça o quo entender mais útil e necessário, mas que não saia do silêncio que deve presidir às suas investigações, deixando-se de notas oficiosas, que são muitas vezes contraproducentes para o bom resultado das investigações, colocando mal a comissão.

Não lhe falta a autoridade para levar até ao fim os seus trabalhos, apresentando-nos depois o relatório completo desses trabalhos. Mas já quo V. Ex.a tom de apresentar um relatório geral, não queira impedir-me de apreciar a forma como a comissão realiza a sua obra, tanto mais que V. Ex.a e os seus colegas aqui dentro do Parlamento, sem perderem a sua dignidade de membros da comissão, têm de responder-nos às nossas preguntas, elucidando-nos nas dúvidas que porventura possam surgir-nos na interpretação dos relatórios que apresentam.

Fica bem a comissão e fica bem o país, porque não dá aos especuladores de qualquer natureza ensejo de dizerem que a comissão- parlamentar desaparece neste momento para que uma outra comissão vá estabelecer o silêncio sobre os factos que V. Ex.as, certamente por não terem ainda tido tempo, deixam por concluir.

Disse o Sr. António Granjo que o Parlamento deve ter 12 homens capazes do assumir essa responsabilidade. Efectivamente, eu não discuto esse ponto, e ai do Parlamento se não contasse entre os seus membros 12 homens capazes de tomarem esse encargo.

Mas V. Ex.a deve ter coragem ato final da sua obra, sondo estes os votos que eu tributo à comissão, aliás já expressos numa moção mandada para a Mesa em nome do meu Partido.

Creio ter assim respondido sobejamente ao meu ilustre amigo o Sr. António Granjo.

Antes de terminar as minhas considerações, eu quero di/er ao Sr. Alves dos Santos, pela muita consideração que tenho por S. Ex.a como rnfcmbro desta casa do Parlamento, que a minha atitude no pequeno incidente de há pouco resultou dum erro da audição da minha parte, pois tendo eu interrompido o orador com

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a devida autorização, pareceu-me que o Sr. Alves dos Santos me mandara calar.

Desde que S. Ex.a não disse o quejul-guei ouvir, evidentemente fica absolutamente insubsistente a minha atitude,

Tenho dito.

O Sr. António Maria da Silva:—Há pouco requeri fosse prorrogada a sessão, e estou por isso impossibilitado de a fazer demorar mais; mas é certo, que toda a Câmara conhece a carta do Sr. Queiroz Vaz- Guedes, na qual concluiu que S. Ex.a se julga afastado de nós, declarando renunciar.

Devo dizer que desde que demos um voto de confiança à comissão para continuar os seus trabalhos, e suponho que ninguém deseja aceitar esse pedido de renúncia, porque sendo ele membro da comissão de inquérito ao extinto Ministério dos Abastecimentos, e pretendendo desviar-se do Parlamento, não podemos de forma alguma aceitar a questão fora dos termos em que S. Ex.a a pôs.

Atendendo à qualidade dessa pessoa, nosso amigo querido, que temos a felicidade de contar no nosso seio, eleito para uma comissão, tendo o Congresso da República aprovado uma lei, mandando apurar todos os desmandos e crimes do extinto Ministério para assim dar-se aprova da seriedade da República, de que quem pratica crimes ter a sanção que a lei estipula, e, independentemente disso, tendo já essa comissão conseguido que entrassem para os cofres do Estado 18 mil contos, o que representa já que o efeito moral do inquérito se faz sentir não vejo motivo r>ara S. Ex.a apresentar um pedido de demissão. Eram estas palavras quo não podia deixar de proferir, embora possamos defender que de outro modo poderiam ser conduzidos os trabalhos.

Julgando interpretar o sentimento de toda a Câmara peço a V. Ex.a que seja o interprete, independentemente de votação de significado político, junto de S. Ex.a, para que desista do seu pedido de renúncia de Deputado. (Apoiado*}.

É aprovada a moção do Sr. Álvaro de Castro.

O Sr. Presidente:—Estão, por tanto as outras moções prejudicadas.