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A parte .confidencial, que é aliás pequena, contêm apenas referências a nomes e processos. Isso, porém, é da comissão.

O Orador: — £ Mas, então, pode haver parte confidencial quando V. Ex.'a8 tenham apurado quais são os Governos e os intermediários que entraram nessas negociatas ?

Há, evidentemente, nalguns processos certos pontos que podem ser confidenciais, mas, desde que .-se disse que Governos e autoridades, entendidos com comerciantes, especularam à -sombra da Comissão de Jtavitaillement nós temos o direito do preguutar se a comissão de inquérito organizou processos para, por possíveis indícios de culpabilidade, entregar os criminosos aos tribunais.

O Sr. António Granjo : —Tomo sempre a responsabilidade das minhas palavras e dos meus actos., mas. verifico que V. .Ex.a não compreendeu bem o que está no relatório.

O Orador: — Eu fui tarn imparcial que pedi a uni membro do grupo á que pertenço que solicitasse que esse relatório fosse publicado no Diário do Governo, de modo a sobro ele poder recair uma discussão larga e clara.

O Sr. António Granjo: — Alguns artigos havia que se não podiam exportar, porém, outros havia que se podiam exportar com licença do Governo Inglês.

Os Governos díis Nações Aliadas tratavam do assunto por intermédio das JLe-gações e atendiam esses pedidos.

Até aqui, como a Câmara está -vendo, não há crime do Governo, antes pelo contrário.

O Governo Inglês dava as licenças por intermédio da nossa Legação, e até aqui está tudo muito bem, porêiu, o que aconteceu foi qne o Governo Português, não tendo fiscalizado as entradas, não tendo fiscalizado as existências e não tendo fiscalizado a venda, esses comerciantes tiravam todo o proveito dessas licenças, especulando mais tarde.

Pode, como já disse, não haver crime, por isso que essas requisições eram obtidas com autorização do Ministério dos Ne-

Di&rio da Câmara dos Deputados

gócios Estrangeiros, porém, os comerciantes é que depois especulavam com o negócio.

A palavra «particularmente» a que V. Ex:a se está refererindo, foi empregada no sentido de «especialmente».

O Orador: —Eu devo observar a V. Ex.a que particularmente não é o mesmo que

especialmente.

O Sr. António Granjo :— Eu peço desculpa a Y. Ex.a em o estar interrompendo; porém, devo dizer que em relação a esses contratos pode não haver crime.

Pode não haver crime, repito, e contratos houve directamente feitos pelo Estado que foram liquidados ao preço por que se ti;nha feito a compra, tendo até o Estado perdido dinheiro.

De resto, Sr. Presidente, eu devo declarar que negócios encontrei feitos por parte do Ministério da Guerra, que se não puderam averiguar, porque isso levaria muito tempo.

Seria, repito, necessário muito tempo para se averiguar tudo isso.

O Orador: — Sr. Presidente: as declarações feitas pelo Sr. António Granjo não modificam em nada o que eu disse relativamente à história da Comissão de Ba-vitaillement, para o qual chamo a atenção da Câmara, -visto tratar-se dum caso grave.

Disse aqui que o major Casqueiro havia dito. e estas foram as próprias palavras de S. Ex.%. que dentro da Comissão do Ramtaillement se encontravam altas personalidades da República, quando o Sr. António Granjo e .a .respectiva comissão diz no seu relatório sobre o Ravitaille-ment. conforme está aqui escrito, que houve políticos altamente cotados da nossa terra, qne recomendaram com empenho personagens que o Sr. Casqueiro acusa de terem feito negócios escandalosos com a Comissão do JKavitaillement.